Campanha Março Lilás reforça métodos de prevenção do terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres e seus principais sintomas
O câncer do colo do útero é considerado, pelo Instituto
Nacional de Câncer (Inca), o terceiro tipo mais comum entre as mulheres e a
quarta maior causa de morte feminina no Brasil, com estimativa de mais de 17
mil novos casos registrados entre 2023 e 2025, segundo o Inca. Apesar de ser um
dos tumores mais frequentes no país, as chances de prevenção e diagnóstico
precoce são altas, por meio da realização do exame preventivo e da imunização
com a vacina do HPV.
De acordo com o dr. Alberto Chebabo, infectologista do
Sérgio Franco, que faz parte da Dasa, a maior rede de saúde integrada do
Brasil, a doença é causada pelo contágio por Papilomavírus Humano (HPV), uma
infecção sexualmente transmissível (IST) que já possui vacina. Hoje, o
imunizante é a melhor maneira de evitar a contaminação pelo vírus e,
consequentemente, a prevenção do câncer do colo do útero.
“A vacinação é feita de forma injetável em três doses,
sendo a segunda dois meses depois da primeira; e, a terceira, seis meses depois
da primeira. Ela está indicada para meninas, meninos, homens e mulheres de 9 a
45 anos. Mesmo que o período ideal para a imunização seja entre 9 e 14 anos, os
jovens devem continuar a ser encorajados a se protegerem depois dessa idade”,
detalha o dr. Chebabo.
A vacina está disponível na rede privada para todo
esse público e, na rede pública, ela é oferecida para meninos e meninas de 9 a
14 anos, além de pessoas de 9 a 26 anos portadoras do vírus HIV ou que sejam
imunossuprimidas. Já o exame de Papanicolau é feito com o auxílio de uma
coleta simples de material da região do colo do útero e analisa possíveis
alterações nas células da área e lesões compatíveis com o desenvolvimento do
câncer.
“Essa avaliação é indolor e muito importante para detectar
casos ainda em estágio inicial. Por isso, indicamos que ele faça parte da
rotina de cuidados de todas as mulheres sexualmente ativas entre 25 e 64 anos,
sendo feito uma vez por ano”, explica a dra. Manuele Calil, ginecologista e
obstetra do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), também da Dasa. Quando o
resultado aparece alterado, a especialista indica a realização da colposcopia,
exame que visualiza o colo do útero e a região da vagina, para confirmação do
diagnóstico.
Como o câncer do colo do útero não apresenta sintomas
expressivos até atingir a fase avançada, o exame preventivo torna-se ainda mais
importante para o diagnóstico precoce. De acordo com dados do Inca, quando o
tumor é confirmado ainda no início, o tratamento tem mais chances de ser
bem-sucedido e pode alcançar 95% de possibilidade de cura.
“Também é importante estar atento aos
sinais que a doença tende a mostrar quando já está estabelecida, como
sangramento vaginal fora do normal, sangramento depois das relações sexuais,
secreções vaginais anormais, dor abdominal acompanhada por problemas urinários
e intestinais, náuseas, fadiga e perda de peso sem motivo aparente”, detalha a
especialista. “É indicado buscar a orientação de um ginecologista o quanto
antes ao identificar um ou mais desses sintomas.”
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