O Índice de Preços dos
Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS)
em parceria com a FIPE, registrou inflação de 0,41% em fevereiro. O resultado
foi impulsionado pelo aumento de 0,68% dos alimentos e bebidas. Nesse grupo de
produtos, os semielaborados tiveram alta de 1,28% e os alimentos In natura, de
5,09%.
“Esses dois grupos são
os únicos dentro de alimentos e bebidas que apresentam inflação no acumulado do
ano, com 3,32% para produtos semielaborados e 8,13% para produtos in natura. O
que equilibrou o indicador de preços de fevereiro foi a deflação de 0,45% nos
itens industrializados, com queda de 0,27% no acumulado do ano”, comenta Felipe
Queiroz, Economista-chefe da APAS.
Os artigos de limpeza e
os itens de higiene e beleza deflacionaram 1,52% e 0,37%, respectivamente.
Na comparação anual, a inflação em fevereiro acelerou 0,19 pontos percentuais,
o que contribuiu para o índice de 1,50% no acumulado em doze meses. Projeções
da APAS indicam que a inflação medida nos supermercados (IPS) encerre o ano em
4,2%, enquanto o índice oficial de inflação da economia brasileira, o IPCA,
fique em 3,9%.
“O cenário projetado
leva em conta uma conjuntura de fatores. Um aspecto é o impacto dos efeitos
climáticos, como o El Niño, na produção de alimentos. O setor agropecuário
sofre reflexos na colheita das safras e na criação dos rebanhos, o que afeta
toda cadeia produtiva e pode causar oscilações nos preços dos alimentos”,
explica Queiroz.
"Outra questão é o
conflito no Oriente Médio. Os ataques do grupo iemenita Houthi às embarcações
cargueiras têm afetado o fluxo marítimo no Canal de Suez, no Egito e impactando
os preços dos fretes internacionais”, completa.
Semielaborados
A categoria de produtos
semielaborados apresentou alta pelo quinto mês consecutivo, com índice de 1,28%
em fevereiro. O resultado foi impulsionado pelos aumentos nas subcategorias
leite (3,81%), cereais (3,44%) e aves (1,21%). Vale destacar a deflação das
carnes bovinas (-0,70%) e suínas (-1,85%).
Na subcategoria de
cereais, que apresenta inflação de 15,41% no acumulado dos últimos 12 meses, o
arroz e o feijão têm pressionado a alta, com variações de 3,84 e 3,40% em
fevereiro, respectivamente.
Industrializados
Os produtos
industrializados registraram em fevereiro deflação de 0,45%, índice favorável
ante a inflação de 0,19% observada em janeiro. O resultado pode ser explicado
pela queda de preços em oito subcategorias: derivados de leite (-0,77%), cafés,
achocolatados, pó e chás (-0,26%), adoçantes (-1,05%), doces (-1,48%),
biscoitos e salgadinhos (-0,85%), óleos (-0,13%), massas, farinhas e féculas
(-0,76%) e condimentos e sopa (-0,33%).
Por outro lado, três
subcategorias apresentaram inflação mensal: panificados (0,54%), enlatados e
conservas (0,60%) e alimentos prontos (0,36%). Os preços dos derivados de carne
permaneceram estáveis no período.
Dentro da categoria de
óleos, a deflação mensal decorreu da redução dos preços dos óleos de soja
(-1,38%), milho (-2,17%), girassol (-1,66%) e composto (-0,80%). Por outro
lado, o azeite segue em alta, motivado pela quebra na produção mundial do
produto. Em fevereiro, o azeite sofreu aumento de 3,83%, resultando em alta
acumulada 45,6% nos últimos 12 meses.
Destaque para redução de
2,55% no preço da margarina, 1,05% no iogurte e 0,20% na muçarela, itens de
grande representatividade da categoria de derivados de leite. Outros dois
subitens que merecem atenção é a deflação nos chocolates (-0,22%) e nos
sorvetes (-3,92%).
Produtos In natura
Os produtos in natura registraram
inflação de 5,09% em fevereiro e acumulam alta de 21,83% nos últimos 12 meses,
reflexo da influência das condições climáticas adversas nos preços dos
alimentos.
Todas as subcategorias
apresentaram alta no mês, com destaque para frutas (3,00%), legumes (7,25%),
tubérculos (7,40%), ovos (3,49%) e verduras (5,51%).
Na subcategoria de
frutas, as maiores contribuições foram do abacaxi (13,48%), da laranja
(12,64%), da banana (10,81%) e do melão (10,09%).
Já entre os legumes, o
tomate e a cenoura, itens com maior peso nessa cesta de produtos, apresentaram
aumentos de 8,86% e 18,55%, respectivamente. Em 12 meses, os dois produtos
inflacionaram 25,01% e 87,99%, respectivamente.
Dentro da categoria de
tubérculos, todas as subcategorias sofreram alta mensal e no acumulado dos
últimos 12 meses. A batata, com inflação de 72,66% nos últimos 12 meses e 3,04%
no mês, acumula a maior alta. Entre as verduras, destaque para queda de 0,73%
no preço do agrião e de 0,55% do brócolis.
Bebidas
Bebidas não
alcoólicas apresentaram inflação de 0,02% no mês e de 3,86% no acumulado dos
últimos 12 meses. Por outro lado, os preços das bebidas alcoólicas sofreram deflação de
0,54%, apesar da alta de 4,36% registrada em 12 meses.
Artigos de limpeza e Produtos de higiene e beleza
Os artigos de limpeza
apresentaram deflação mensal de 1,52% e de 4,62% nos últimos 12 meses. Já os
preços dos produtos de higiene caíram 0,37% em fevereiro, apesar da alta
acumulada de 2,25%.
Nota Metodológica
O Índice de Preços dos
Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços
praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos
Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias:
i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite,
Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne,
Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e
Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e
Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes,
Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não
Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o
IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de
decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz
respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com
relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado
e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do
tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do
setor supermercadista.
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