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sábado, 30 de março de 2024

Mioma no útero pode representar risco à saúde?

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Doença que acomete mais da metade das mulheres ainda pode gerar dúvidas em relação aos sintomas e à necessidade de intervenção.

 

Um companheiro que costuma ser silencioso. Esta é uma boa definição para o mioma uterino, condição bastante comum entre as mulheres, que pode aparecer e sumir sem apresentar sintomas. Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estima-se que mais da metade das mulheres desenvolvam miomas em algum momento da vida, apesar de algumas não manifestarem sinais do problema.

Geralmente, o mioma é identificado por especialistas em ginecologia, por meio de exames de rotina, sem que haja a necessidade de tratamento. Em outros casos, é notado por conta de sintomas que causam desconforto e trazem a necessidade de intervenções médicas. 

Apesar de ser comum entre o público feminino, o mioma ainda é um assunto desconhecido para algumas mulheres. Uma parcela delas, inclusive, só passa a entender sobre o assunto quando é diagnosticada com a condição. 

Assim como ocorre com muitos assuntos ligados à saúde, a falta de conhecimento abre margens para dúvidas sobre o que é o mioma, quais são as causas, os sintomas, os riscos e, até mesmo, se há relação com o câncer de colo do útero.


Mioma: o que é e características

Segundo o Ministério da Saúde, os miomas são tumores uterinos benignos formados por tecido muscular que, geralmente, acometem mulheres na fase reprodutiva, ou seja, no período em que menstruam e podem engravidar. A princípio, surgem do tamanho de uma célula e, com o passar do tempo e conforme respondem aos estímulos hormonais, crescem e ganham volume. 

De acordo com a Febrasgo, os miomas também são conhecidos como fibromas e podem se localizar dentro da cavidade uterina, da parede uterina ou na superfície do útero. A origem da condição ainda é desconhecida, mas o crescimento tem relação com fatores hormonais e alterações genéticas de cada mulher. 

Uma dúvida recorrente sobre o assunto é se o mioma é um câncer ou está relacionado com o desenvolvimento da doença que acomete o colo do útero. Em entrevista para a imprensa, o cirurgião oncológico, Renan Oliveira, explicou que os miomas são tumores benignos, que nascem e morrem assim. Eles são originados das células musculares do útero e não têm nenhuma relação com células cancerígenas. 


Sintomas e riscos à saúde da mulher

Grande parte das mulheres que têm miomas não apresenta sintomas, mas há aquelas que podem notar a presença de alguns sinais. Entre eles, o aumento do fluxo menstrual, muitas vezes com coágulos, podendo resultar em anemia, como alerta o Ministério da Saúde. 

A Febrasgo aponta que o aumento do volume abdominal também pode ser notado por quem tem mioma. Além disso, dor pélvica, maior frequência urinária, dificuldade para engravidar e aborto espontâneo também fazem parte da lista de sintomas da condição. 

As mulheres que têm essas manifestações podem ficar incapacitadas temporariamente. A incapacidade ocorre devido ao tamanho e à localização de alguns miomas, que podem exercer pressão sobre outros órgãos, como bexiga e intestino.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), só no ano passado, mais de 2,5 milhões de pessoas no Brasil tiveram benefícios concedidos por incapacidade temporária, o antigo auxílio-doença. O mioma uterino apareceu em terceiro lugar entre as doenças mais incapacitantes, responsável por 41,8 mil concessões de benefícios temporários. 

O tratamento da paciente, segundo a Febrasgo, depende da localização, do tamanho e da quantidade de miomas. Em alguns casos, uma cirurgia geral pode ser indicada, principalmente, quando os tumores tiverem um volume considerável ou oferecerem algum tipo de risco para mulheres grávidas ou para o bebê no momento do parto. Além disso, pode ser necessário o tratamento medicamentoso. 

A Febrasgo recomenda que, a partir dos 30 anos, as mulheres devem ficar mais atentas com a possibilidade da presença de miomas. Em consultas ginecológicas é importante conversar sobre o assunto, principalmente, se houver histórico da doença na família.


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