Para a maioria dos pacientes, após procedimento, o intestino pode retomar suas funções normais gradualmente
A ileostomia consiste na abertura criada cirurgicamente no intestino delgado através do abdômen. É frequentemente utilizada como medida de "proteção" após a cirurgia dos cólons e/ou do reto, possibilitando um período de cicatrização mais confortável, isolando a passagem das fezes pela região operada.
Independentemente das ileostomias serem definitivas ou temporárias, são realizadas para preservar a vida. Quando temporária, a reconstrução do trânsito intestinal será promovida no momento adequado para que esse paciente não tenha mais riscos. Para isso, é realizado o processo de reversão, procedimento que busca restaurar a continuidade do trânsito intestinal e permitir, com segurança, que as fezes sigam novamente o curso normal, gradualmente.
A retirada da bolsa de ileostomia, chamada de reconstrução do
trânsito intestinal, requer uma avaliação abrangente, considerando não apenas o
estado de saúde geral e nutricional, mas também uma análise cuidadosa da
possibilidade de recidiva do câncer por meio de uma avaliação oncológica. Essa
abordagem minuciosa é essencial para garantir uma decisão correta e segura para
o paciente.
“A análise desses indicativos é crucial para a tomada de decisão
quanto à reversão da ileostomia. Devemos considerar todo o histórico e a
recuperação do paciente”, afirma o Dr. Ricardo Motta, cirurgião oncológico do
Hcor. A equipe médica especializada e multiprofissional é fundamental nesse
processo, orientando e conduzindo os exames e avaliações necessárias para
determinar o momento mais apropriado e seguro para a realização da retirada.
Como funciona o preparo para o procedimento de reversão?
O preparo para a reversão da ileostomia após a cirurgia oncológica envolve algumas etapas importantes para garantir o sucesso do procedimento e a recuperação adequada do paciente. São elas:
1 – A certeza de que a região previamente operada dos cólons
encontra-se cicatrizada;
2 – Um excelente estado nutricional do paciente;
3 – O controle da doença oncológica.
“Cada caso é único, e o preparo específico pode variar dependendo
das necessidades individuais do paciente e das instruções médicas. É
fundamental seguir rigorosamente as orientações dos profissionais para garantir
uma preparação adequada e um processo cirúrgico seguro e confortável”, explica
o especialista.
O intestino volta a funcionar normalmente após o
procedimento?
Para a maioria dos pacientes, após a reversão da ileostomia, o intestino pode retomar suas funções normais gradualmente. No entanto, esse intervalo até o intestino voltar completamente ao funcionamento habitual pode variar, sendo necessário fazer adaptações no estilo de vida.
Embora muitos pacientes possam, eventualmente, retomar uma função
intestinal próxima do normal após a retirada da bolsa, é essencial ter
expectativas realistas e compreender que o processo de recuperação pode levar
tempo. A comunicação aberta com a equipe médica e as orientações são aspectos
fundamentais para uma transição suave e recuperação completa.
Acompanhamento médico pós-cirúrgico
O acompanhamento médico específico após a reversão da ileostomia é
fundamental para garantir uma recuperação adequada e identificar precocemente
quaisquer problemas que possam surgir. Essa assistência visa monitorar a saúde
geral do paciente, verificar a cicatrização, além de avaliar a função
intestinal e oferecer orientações para uma recuperação tranquila.
“Por isso, consultas regulares e exames específicos são parte
vital do processo. Desta forma, é possível garantir que o paciente esteja
progredindo adequadamente na recuperação e oferecer suporte integral durante
esse período de transição”, finaliza o Dr. Ricardo.
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