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A gravidez é um período recheado de sentimentos
positivos, como a alegria do resultado
positivo no teste, mas que também vêm acompanhado de mudanças na vida da mulher e geram preocupações
e expectativas com a nova fase. Todas as variáveis e oscilações emocionais
deste período trazem uma sobrecarga que pode impactar sobre a saúde mental da
mulher, um grande desafio para saúde pública no mundo, mas ainda pouco
discutido e tratado, tanto na atenção pré-natal como no pós-parto.
“A
romantização da maternidade ao longo da história traz para esse período um
grande desafio às mulheres, que muitas vezes acabam se sentindo sozinhas frente
as emoções contraditórias do período. Isso somado ao fato de que a saúde mental
dessa mulher ainda é negligenciada durante o pré-natal, tornam a gestante mais
suscetível ao desenvolvimento de doenças mentais”, explica a psicóloga da
Amparo Saúde, Sabrina Abreu.
“Hoje
sabemos que o período da gestação e pós parto são momentos críticos para saúde
das mulheres e dos seus bebês, fundamentais para o estabelecimento de padrões
parentais, para a formação de vínculo e para o desenvolvimento infantil, e por
isso precisa ser tratado com atenção também do ponto de vista mental”, completa
a psicóloga.
“Entre
o terceiro e o décimo quinto dia pós parto, a mulher apresenta sintomas muito
semelhantes a depressão, mas que na maioria das vezes são passageiros. É a
persistência desses sintomas e a sua intensidade que podem sinalizar um
acometimento psíquico”, explica a psicóloga.
A
profissional explica que é fundamental romper paradigmas e abrir espaço para
que a mulher possa se expressar, “precisamos romper com o mito da mulher
heroína, que permeia uma maternidade idealizada socialmente, para enxergar as
mulheres reais, humanas e possíveis que vivenciam, cada uma a seu modo, a
maternidade”, conclui Sabrina.
Pensando
na necessidade de trazer à tona a questão e criar um espaço de acolhimento,
escuta e apoio às suas colaboradoras, o Sabin Diagnóstico e Saúde incluiu há 3
anos o tema em seu Programa Gestação, que acompanha suas colaboradoras da
descoberta da gravidez ao retorno às atividades de trabalho. Numa empresa onde
77% dos mais de 7000 colaboradores são mulheres, o programa, criado em 2014,
conta com encontros mensais entre as gestantes de norte a sul do Brasil e cada
encontro tem um eixo temático específico dentro do universo da gestação e
puerpério.
“Os
temas são selecionados a partir da troca
com as participantes. Em 2020, com a pandemia, a saúde mental ganhou espaço e
permanece até hoje no escopo do projeto, explica a gerente de pessoas do Sabin,
Mariana Bittar. “A gente percebe a importância do tema
pela participação durante o encontro e pelas conversas que realizamos no
privado com algumas delas. São momentos de troca, apoio, de olhar para si,
perceber que não está só em suas angústias e medos, aprender com a experiência
de uma outra colega, poder contribuir com alguém que está mais fragilizado,
tudo isso gera uma rede de apoio incrível que promove entre outras coisas o
fortalecimento dessas mulheres no espaço de trabalho”, destaca.
Priscila
Pereira Mendonça, esteve no encontro realizado recentemente sobre o tema e pode
expor suas ansiedades em relação ao desmame que precisa realizar para a volta
ao trabalho. Imediatamente, a sua fala foi acolhida pelas
colegas e pela psicóloga convidada, que conduzia o encontro. “Saí mais aliviada
e fortalecida, pude ouvir histórias de outras colegas e percebi que o que sinto
não é incomum e que é parte do processo de
adaptação a essa nova etapa. Bom demais poder falar como me sinto com outras
colegas de trabalho e saber que não sou a única”, desabafa ela.
Grupo Sabin
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