FEBRASGO ressalta a importância da
avaliação regular dos níveis de glicose em jejum para mulheres, especialmente
durante a gravidez
O Dia Mundial do Diabetes, em 14 de novembro, assim como a campanha global "Novembro Azul Diabetes", tem como propósito difundir informações valiosas para a sociedade acerca do diabetes, incentivando a prática do autocuidado. Nesta importante data, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância da avaliação regular dos níveis de glicose em jejum para mulheres, especialmente durante a gravidez, e os riscos que o excesso de peso e obesidade têm em relação à fertilidade feminina.
De acordo com informações recentes divulgadas pelo Estudo Observatório de Atenção Primária em Saúde, conduzido pela Umane, uma organização civil independente dedicada ao apoio de iniciativas na área da saúde pública, e com base na pesquisa Vigitel - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - realizada em 2021 pelo Ministério da Saúde, observou-se que as mulheres correspondem a 57% da população com hipertensão e diabetes nas principais capitais brasileiras. Além disso, um dado alarmante demonstra um aumento de 54% nos casos de diabetes no público feminino nos últimos 15 anos.
A Dra. Andrea Nácul, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, destaca que o diabetes traz riscos específicos para a saúde ginecológica das mulheres. Para além dos riscos associados ao diabetes, nas mulheres em idade reprodutiva, também podem ocorrer desfechos adversos na gravidez quando o controle adequado não é mantido. “O diabetes mellitus pode influenciar a formação dos órgãos do feto, aumentando a probabilidade de ocorrer abortos espontâneos, morte intrauterina, malformações congênitas, partos prematuros, problemas respiratórios no recém-nascido e macrossomia fetal”, explica a especialista.
No caso das gestantes, as complicações maternas adquirem um papel crucial e abrangem o agravamento da retinopatia e nefropatia diabética, um aumento no risco de complicações obstétricas, como polidrâmnio, ruptura prematura das membranas amnióticas, parto prematuro e pré-eclâmpsia, um aumento na taxa de mortalidade materna devido a complicações obstétricas e hipertensivas, bem como uma maior probabilidade de cesariana. Além disso, nas mulheres que desenvolvem diabetes durante a gravidez, conhecido como diabetes gestacional (DMG), há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. Em mulheres mais velhas, há também um aumento no risco de câncer de mama e ovário, enfatizando a importância do acompanhamento e controle do diabetes ao longo da vida.
O diabetes é frequentemente uma condição silenciosa em seus estágios iniciais, mas pode causar danos sistêmicos ao organismo das mulheres, incluindo doenças macrovasculares e microvasculares, retinopatia diabética, nefropatia diabética, bem como doenças cardíacas isquêmicas, acidente vascular cerebral e até mesmo certos tipos de câncer. Portanto, a avaliação periódica da glicemia em jejum é de extrema importância para mulheres e gestantes. “A prevenção do diabetes é baseada na manutenção do peso por meio de dieta e atividade física. No caso de pacientes já diagnosticadas, é crucial o controle glicêmico adequado para prevenir as complicações. O tratamento abrange a modificação de hábitos de vida, o uso de medicamentos hipoglicemiantes e, em alguns casos, a administração de insulina”, alerta a especialista.
Quanto ao impacto sobre o ciclo menstrual, a médica da FEBRASGO adverte que o aumento da insulina na corrente sanguínea pode estimular a produção de hormônios masculinos pelos ovários. Isso resulta em uma disfunção no controle da ovulação e compromete a capacidade do endométrio de acolher o embrião, prejudicando assim a fertilidade.
Controle dos níveis de glicose no sangue para os pacientes com diabetes
Manter o controle dos níveis de glicose no sangue é de suma importância para prevenir o surgimento de complicações sistêmicas, que incluem doenças macro e microvasculares, retinopatia e nefropatia diabética, condições cardiovasculares, úlceras nas pernas, amputações de membros e até mesmo determinados tipos de câncer.
Saúde Reprodutiva
O diabetes também influencia a saúde reprodutiva, afetando a formação dos órgãos, sobretudo em casos de diabetes pré-gestacional com controle insuficiente da glicose, o que resulta em um maior risco de aborto. Nas mulheres com diabetes tipo 2 e diabetes gestacional (DMG), a obesidade é mais comum. O ganho de peso e o acúmulo de gordura, tanto visceral quanto subcutânea, resultam em níveis elevados de insulina e de androgênios livres, podendo levar a disfunções na ovulação.
Prática de atividade física ao plano de tratamento do diabetes
“O exercício desempenha um papel fundamental na gestão dos níveis
de glicose no sangue. Para combater o sedentarismo, é aconselhável que a
paciente incorpore atividades físicas de forma moderada, praticando pelo menos
30 minutos, cinco vezes por semana, ou 50 minutos, três vezes por semana. A
combinação de exercícios aeróbicos, como caminhadas ou corrida, com exercícios
de resistência, em particular a musculação, é altamente recomendada”, conclui
Dra. Andrea.
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