Em
2023, os principais temas da campanha serão a cardio-oncologia, o colesterol
elevado e a hipertensão. Infarto, insuficiência cardíaca, AVC, trombose,
valvopatias e cardiomiopatias seguem em destaque
Atualmente, cerca de 14 milhões de pessoas sofrem com algum problema cardiovascular no Brasil. Além disso, as doenças do coração são responsáveis por 400 mil mortes por ano, o que representa 30% do total de óbitos no país.
Desde 2014, após constatar que as doenças cardiovasculares já eram a principal causa de morte no mundo e no país, o Instituto Lado a Lado Pela Vida lançou a campanha anual Siga Seu Coração/Setembro Vermelho para conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde desse órgão vital.
Em 2023, o movimento enfatiza ainda mais a prevenção e o controle das cardiopatias, com especial atenção ao colesterol elevado, a hipertensão e, também, por ser a única organização social brasileira que atua simultaneamente às duas principais causas de mortalidade no Brasil - o câncer e as doenças cardiovasculares, o Instituto Lado a Lado pela Vida dedicará grande espaço para informar os brasileiros sobre uma das mais atuais tendências da medicina, que é a cardio-oncologia, termo que define os esforços para prevenir ou tratar pacientes com problemas cardíacos causados por tratamentos contra o câncer.
A atuação precoce do cardio-oncologista é fundamental para evitar sequelas irreversíveis no sistema cardiovascular e, também, para permitir que o tratamento oncológico seja realizado sem prejuízo da saúde do coração. “Graças ao avanço das pesquisas em cardio-oncologia, hoje é possível monitorar os pacientes de maior risco para cardiotoxicidade e, com uma atuação preventiva, evitar complicações. Também é possível, em muitos casos, reverter a disfunção cardíaca que se desenvolve, garantindo a continuidade do tratamento oncológico”, destaca Ariane Macedo, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado.
No Brasil, 40% dos adultos e 27,4% das crianças e adolescentes têm colesterol alto e a hipertensão, a doença crônica mais comum no país, atinge mais de 30 milhões de pessoas.
Para evitar altas taxas de colesterol, é importante ter uma rotina de exercícios físicos, alimentação equilibrada com a ingestão de alimentos com pouca gordura saturada, consumo de frutas e hortaliças, e evitar alimentos ultraprocessados e carne vermelha com gordura visível, além de evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Além disso, identificar se o alto índice do colesterol não tem causa genética, o que fará com que a pessoa mantenha o controle com medicamentos, mesmo mantendo hábitos saudáveis.
O Instituto Lado a Lado Pela Vida alerta que é importante manter o LDL (o colesterol ruim) sempre controlado, para evitar complicações, como infarto do miocárdio, que mata um brasileiro a cada 2 minutos e AVC que, entre 2010 e 2015, foi a primeira causa de morte de pessoas adultas no Brasil e após esse período passou para o segundo lugar, seguindo a tendência mundial. No entanto, em 2022, segundo dados do SIM x Registro Civil, voltou ao topo e voltou ao primeiro lugar em mortalidade de adultos no País.
Outro tema que será abordado na campanha "Siga Seu Coração" são as valvopatias, ou doenças das válvulas do coração. Segundo recente pesquisa realizada na América Latina pelo Instituto com apoio do Global Heart Hub, os principais sintomas apontados pelos brasileiros entrevistados estão: dor no peito (73%); palpitação (71%); fadiga (61%); e dificuldade de respirar (56%). O levantamento indica que 36% dos brasileiros deduzem que a endocardite, inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e também as válvulas são as principais causas das doenças valvares.
Entretanto, é notável que a febre reumática e o envelhecimento que são os fatores de risco mais frequentes das valvopatias foram apontados apenas por um grupo muito reduzido de respondentes em toda continente latino-americano: 6% disseram que o envelhecimento é fator de risco e somente 3% mencionaram a febre reumática como causa.
"É importante ressaltar que as doenças das válvulas do coração ocorrem com maior incidência por degeneração relacionada ao envelhecimento, fator predominante em países de alta renda e devido à febre reumática, principal causa em países de baixa e média renda como os pesquisados.", comenta a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira. A campanha enfatizará que é importante conscientizar a população sobre a importância da ausculta do coração com o estetoscópio, durante as consultas médicas, pois ele é capaz de detectar alterações significativas.
Em 2023, a cardiomiopatia será outro assunto relevante da campanha. Existem três tipos de cardiomiopatias, que variam de acordo com as alterações na estrutura do coração. O primeiro tipo é a cardiomiopatia hipertrófica, geralmente de origem hereditária ou causada por mutação genética espontânea. É a principal causa de morte súbita em jovens, incluindo atletas. Como é uma doença hereditária, pode afetar vários membros de uma mesma família.
O segundo tipo é a cardiomiopatia dilatada, caracterizada pelo aumento do tamanho dos ventrículos, o que prejudica o bombeamento adequado de sangue para suprir as necessidades do corpo. Essa condição pode levar à insuficiência cardíaca e afetar qualquer pessoa, embora seja mais comum em homens entre 20 e 60 anos. Os principais sintomas incluem falta de ar durante exercícios físicos, cansaço e problemas nas válvulas cardíacas.
O terceiro tipo é a cardiomiopatia restritiva,
marcada pela rigidez dos ventrículos do coração, que não conseguem contrair e
expandir de forma adequada para bombear o sangue. Os principais sintomas
incluem inchaço nas pernas e abdômen, dificuldade respiratória, fadiga e
batimentos cardíacos irregulares, além de falta de ar durante esforço físico e
palpitações.
A Insuficiência cardíaca tem sido um dos destaques da campanha desde 2014 e segue na agenda, pois é fundamental o alerta para o controle dessa doença que afeta mais de 2 milhões de brasileiros e registra cerca de 240.000 novos casos por ano. “A IC é a principal causa de hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS) e, entre 2008 e 2018, foi a causa de morte de mais de 252 mil pessoas no Brasil”, destaca Marlene Oliveira.
Em 2022, o Instituto Lado a Lado pela
Vida participou da criação do “Estatuto do Paciente com Insuficiência Cardíaca e
Cuidadores”, que traz importantes orientações como
identificação dos sintomas como falta de ar, fadiga; inchaço nas pernas,
tornozelos ou pés; tosse seca, ganho de súbito peso; e ganho de peso em curto
espaço de tempo. Além disso, a publicação oferece várias outras dicas e
recomendações.
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