Só no Brasil, 1,5 milhão de pessoas são
afetadas com esse tipo de demência e números tendem a aumentar
No dia 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de
Conscientização do Alzheimer, data que oferece a oportunidade de aumentar a
compreensão pública e fortalecer o compromisso com a pesquisa, o cuidado e o
apoio às pessoas afetadas por esta comorbidade.
O Alzheimer afeta milhões de pessoas em todo o mundo, bem como
suas famílias e cuidadores. Só no Brasil são 1,5 milhão de pessoas, na sua
maioria, idosos a partir dos 65 anos de idade. De acordo com pesquisadores da
Universidade Federal de Pelotas, em 30 anos, serão 4 milhões de brasileiros com
essa enfermidade.
A atenção para os fatores de risco, bem como o diagnóstico
precoce da doença é fundamental na jornada de cuidado das pessoas e famílias
envolvidas. Por isso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
realiza, ao longo de todo o mês de setembro, uma campanha em suas redes sociais
alertando para os diversos fatores de risco que podem levar à demência.
“Infelizmente, no Brasil, o diagnóstico geralmente ocorre
na fase moderada da demência pela doença de Alzheimer, acarretando longo
período de sofrimento para os familiares e cuidadores, sem a devida orientação
e acesso à informação de qualidade sobre a forma de cuidar da pessoa com esta
enfermidade. Há necessidade de grandes avanços em nosso país para um
diagnóstico mais precoce”, afirma o Dr. Marco Tulio Cintra, presidente da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Os hábitos de vida que o indivíduo leva durante sua vida, pode
acarretar na progressão ou inibição da doença. Alguns dos fatores de risco são:
diabetes, hipertensão, baixa acuidade auditiva, isolamento social, entre
outros, conforme explica o Dr. Marco Tulio Cintra: “A doença de Alzheimer
apresenta causa genética, mas os fatores ambientais e de estilo de vida são
determinantes muito importantes, sendo responsáveis por aproximadamente 50% dos
casos de Alzheimer no Brasil. Por isso, uma parte significativa destes casos
poderia ser evitada com aumento do nível educacional, prática regular de
exercícios físicos, cessação do tabagismo e evitando o consumo exagerado de
bebidas alcoólicas, por exemplo”, completa.
O presidente da SBGG, fala sobre a importância do Dia Mundial do
Alzheimer e reforça a necessidade de se falar sobre o assunto, especialmente
neste momento em que o número de pessoas idosas aumenta em nossa sociedade. “A
SBGG desenvolve campanhas permanentes de esclarecimentos e informações para a
população idosa e seus cuidadores, como a que vamos realizar em nossas redes
sociais, em setembro. Porém, datas como essa são de suma importância para que
possamos chamar a atenção da sociedade para problemas que, muitas vezes, não
são tão bem debatidos e esclarecidos, especialmente neste momento, em que a
expectativa de vida tem aumentado cada vez mais”, finaliza Dr. Marco Tulio
Cintra.
Sobre a doença de Alzheimer
Descoberta por Alois Alzheimer, em 1906, a enfermidade que leva o
seu sobrenome, se apresenta com um quadro de demência, ou seja, perda
progressiva de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem),
causada pela morte das células cerebrais. A Doença de Alzheimer reduz a
capacidade de viver com autonomia e independência, de estabelecer relações
sociais e, com frequência, pode interferir no comportamento.
Ainda não se sabe ao certo por que a Doença de
Alzheimer se inicia num indivíduo, embora exista um grande progresso recente
nos estudos desta área, mas são conhecidos alguns fatores de risco que aumentam
a chance de ter a doença (por exemplo hereditariedade, ter diabetes e
hipertensão). O cérebro é acometido por alterações que levam à destruição de
muitas células nervosas (neurônios) e, consequentemente das ligações entre
elas, comprometendo as funções cognitivas, principalmente a memória.
As últimas pesquisas mostram que essas alterações
se instalam muitos anos antes do aparecimento dos sintomas da doença, o que
reforça a necessidade de prevenção relacionada aos fatores de risco que são
conhecidos e a importância de se identificar os primeiros sinais da doença.
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG
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