Análise é feita após coleta de sangue da mãe e permite que família e
médicos avaliem possibilidades de tratamento com antecedência
Recentemente, a síndrome de Patau, uma malformação
congênita associada à síndrome da trissomia do cromossomo 13, ganhou destaque
na mídia nacional e aumentou a conscientização sobre doenças genéticas. Apesar
de ser um quadro de alta complexidade, que exige monitoramento especializado a
partir dos primeiros dias de vida, essa e outras condições já podem ser
rastreadas antes do nascimento, por meio de exames especializados no pré-natal,
como o Non-Invasive Prenatal Testing (NIPT).
De acordo com o dr. Gustavo Guida,
geneticista do laboratório Sérgio Franco, que faz parte da Dasa, a maior rede
de saúde integrada do Brasil, o NIPT é uma abordagem não-invasiva e com grande
eficácia na detecção de uma ampla gama de alterações genéticas. O exame está
disponível nos laboratórios em dois tipos, o comum e o ampliado: enquanto o
primeiro rastreia as trissomias, como as síndromes de Down, Patau e Edwards, e
as alterações de par sexual, como as síndromes de Turner e Klinefelter; o
ampliado detecta também algumas microdeleções mais comuns, como as síndromes de
DiGeorge e Prader Willi e a deleção do 1p36.
“O NIPT é feito por meio de uma coleta
simples do sangue da gestante. Isso ocorre graças à possibilidade de ter acesso
ao DNA do bebê sem precisar colher o material direto no útero, já que as
células que já cumpriram sua tarefa no organismo do feto se rompem e liberam
seu material genético na corrente sanguínea da mãe”, explica o dr. Gustavo.
Além das doenças genéticas, o exame também revela o sexo do bebê. No
laboratório Sérgio Franco, o NIPT pode ser feito também pelo atendimento móvel
e sem custo adicional.
Quando o NIPT é indicado e contraindicado
“Existem algumas situações específicas nas
quais o NIPT pode não ser eficiente, já que a precisão dos resultados pode ser
comprometida e não refletir a real condição do feto. Entram nesses casos as
gestantes que foram submetidas a transplante de medula – pois o material do
doador atrapalha na separação do DNA da mãe e do feto – e a gravidez de gêmeos
e trigêmeos ou a presença de um ou mais ovos de doação, o que torna difícil a
diferenciação de partes menores do DNA que apontam um bebê específico”, detalha
o médico.
O NIPT e outros exames do pré-natal
É importante lembrar que o NIPT é uma
abordagem capaz apenas de rastrear a existência de alterações cromossômicas no
feto. Por isso, caso o resultado aponte alguma alteração que deva ser
investigada mais a fundo, o obstetra que acompanha a gestante vai propor a
realização de exames confirmatórios, como a ecografia morfológica e a amniocentese,
para a validação efetiva de um diagnóstico de doença rara. Em uma gravidez
considerada saudável, o NIPT deve ser encarado apenas como mais um passo do
check-up de pré-natal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário