"Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais" para a prevenção e cuidados
No Dia Mundial de Conscientização da
Doença de Alzheimer, comemorado em 21 de setembro, a campanha traz a mensagem "Nunca é cedo
demais, nunca é tarde demais". O tema enfatiza a importância vital da
identificação dos fatores de risco e da adoção de medidas proativas para
combater a demência.
A crescente conscientização de que a
doença de Alzheimer, e outras demências, podem ter início muitos anos antes dos
sintomas se manifestarem destaca a relevância das intervenções na saúde
cerebral, ao longo da vida, como meio de prevenção. Com a estimativa
de que o número global de pessoas vivendo com demência triplique até 2050, nunca houve um momento tão crítico para compreender e
responder aos fatores de risco associados a essa condição.
No Brasil, cerca de 1,2
milhão de pessoas convivem com alguma forma de demência, e, anualmente, são diagnosticados 100 mil novos casos. Em
escala mundial, esse número chega a 50 milhões de pessoas.
O Alzheimer, uma doença
neurodegenerativa progressiva e sem cura, atinge predominantemente pessoas com
mais de 65 anos, afetando a memória, linguagem e percepção do mundo. O Dr.
Matheus Ferreira Gomes, neurologista do Mater Dei Uberlândia, destaca que a
perda de memória é um dos primeiros sinais. "Dificuldade em lembrar
compromissos, objetos e nomes de pessoas, bem como perder-se em lugares
familiares, são exemplos de sintomas. Procurar ajuda médica para o diagnóstico
precoce pode ajudar a instituir, ou reforçar, medidas medicamentosas e não
medicamentosas para atrasar o desenvolvimento da doença, o que leva a uma maior
qualidade de vida para o paciente e seus cuidadores", diz o médico.
Os fatores de risco associados ao
Alzheimer incluem membros da família com a doença, variações genéticas e o
envelhecimento, que são fatores não modificáveis. Entretanto, existem riscos
potencialmente modificáveis, que podem ser abordados com conscientização e mudanças
no estilo de vida.
O Dr. Matheus enfatiza: "fatores
como sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, poluição do ar,
lesões na cabeça, isolamento social, baixa escolaridade, obesidade,
hipertensão, diabetes, depressão e deficiência auditiva estão entre os fatores
de risco potencialmente modificáveis. Ter consciência desses fatores pode
mitigar seu impacto e influenciar mudanças positivas no estilo de vida."
A prevenção do Alzheimer é uma prática
que deve ser incorporada ao longo de toda a vida. Manter uma vida ativa,
praticar atividade física regular, controlar os fatores de risco
cardiovascular, buscar educação e conhecimento, aprimorar a concentração e
garantir uma boa qualidade de sono são passos importantes nessa jornada.
Embora não haja cura para o Alzheimer,
já existem opções de tratamento disponíveis, como medicamentos, reabilitação
cognitiva e terapia ocupacional. “Pesquisas promissoras também estão em
andamento, explorando terapias que visam a proteína beta-amiloide, um dos
mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença”, diz o neurologista.
Para familiares e cuidadores, o Dr.
Matheus oferece uma mensagem de apoio: "lidar com o Alzheimer não é fácil,
especialmente nas fases avançadas. Paciência, compreensão e acolhimento são
essenciais. Cada pequena conquista na vida do paciente, como a autonomia em
tarefas diárias simples, é um marco significativo na busca por uma melhor
qualidade de vida."
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