Problema atinge
mais de sete milhões de brasileiras
Problema atinge mais de sete milhões de brasileiras
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade no sexo feminino no mundo, afetando cerca de 180 milhões de mulheres, segundo a plataforma global Endometriosis.org.
Segundo o Ministério
da Saúde, uma em cada 10 brasileiras tem a doença. “Cerca de 50% a 60% das
pacientes com endometriose podem desenvolver infertilidade”, alerta a
especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro. Isso significa que
apenas uma parcela dessas mulheres não será infértil. “Algumas têm o problema,
mas não apresentam dificuldade para engravidar”, diz a especialista.
A endometriose é uma doença que se caracteriza pela
presença do endométrio - camada que reveste o interior do útero – fora dele,
podendo acometer vários órgãos, entre eles a bexiga, os ovários e o intestino.
Além disso, é comum em mulheres em idade
fértil, diagnosticada principalmente na faixa etária dos 20 aos 30 anos.
Sintomas
O sintoma mais comum é a cólica forte e prolongada,
muitas vezes interpretada como um sinal comum da menstruação. “Por isso, pouca
gente decide investigá-la. Em alguns casos, ela pode vir acompanhada de dor
durante a relação sexual ou na hora de evacuar. Porém, nem sempre há sintomas e
muitas mulheres só descobrem a endometriose quando começam a investigar
a infertilidade”, pontua a especialista.
Cláudia esclarece, porém, que o grau da dor nem
sempre está relacionado à gravidade da doença. “Podemos ter pacientes
totalmente assintomáticas com lesões severas e pacientes com sintomas muito
fortes e uma endometriose leve”, explica. As dores, segundo a médica, e a
dificuldade para engravidar, são os principais sintomas que levam as mulheres a
investigar o problema.
Diagnóstico e tratamento
Exames de ultrassonografia ou ressonância magnética
podem sugerir fortemente a presença de endometriose. Isso ajuda o médico a
programar uma conduta individualizada. Segundo a especialista, os tratamentos
para a endometriose podem ser divididos em cirúrgicos ou medicamentosos:
- Entre
os tratamentos medicamentosos, o mais utilizado é o uso da pílula
anticoncepcional, principalmente de forma contínua;
- As
injeções de hormônio também podem ser utilizadas, mas, o mais importante,
atualmente, é a individualização do tratamento;
- Anti-inflamatórios
e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os
sintomas, e não tratam a doença em si;
- Já o
tratamento cirúrgico irá depender, principalmente, da forma de
apresentação da doença e dos sintomas da paciente.
Desejo de ser mãe
“O importante é sempre procurar ajuda de um
especialista e não esquecer que cada paciente deve ser avaliada
individualmente. O melhor tratamento para uma, pode não ser eficaz para outra”,
explica.
Segundo Cláudia Navarro, o tratamento da
endometriose precisa levar em consideração o desejo da mulher em ser mãe. “Se a
gravidez estiver no planejamento do casal, é importante considerar,
inicialmente, se não há interferência de fatores externos como, por exemplo, um
resultado alterado no espermograma do parceiro”, diz.
“Caso a paciente esteja enfrentando dificuldade
para engravidar, a melhor proposta é utilizar um dos tratamentos disponíveis de
Reprodução Assistida, que também vão seguir conduta individualizada. A presença
da gravidez geralmente controla a endometriose, mas é importante manter o
acompanhamento médico”para infertilidade”, orienta Cláudia.
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