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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Debater saúde mental ajuda a prevenir e reduzir o suicídio

Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, Tamires Cruz afirma que ao falar abertamente sobre o tema é possível identificar sinais de alerta e fornecer apoio e recursos às pessoas em risco


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), grande parte dos casos de suicídio em todo mundo está associada a distúrbios mentais, como depressão, transtorno bipolar e transtornos de humor. Ciente de que não é possível tratar um assunto sem falar do outro, a médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, dra. Tamires Cruz, ressalta a importância da conscientização sobre saúde mental para a prevenção ao suicídio. “Ao abordar abertamente o tema, é possível identificar sinais de alerta, fornecer apoio e recursos às pessoas em risco e reduzir a taxa de suicídio”, afirma.

Nesse sentido, a médica especializada em saúde mental aborda alguns aspectos que acredita serem essenciais para trazer mais luz ao tema, tais como: impactos da sociedade contemporânea na saúde mental; principais sinais e sintomas de que alguém possa estar com distúrbios psiquiátricos e psicológicos; a importância de buscar ajuda especializada para o diagnóstico e tratamento; ações preventivas que possam ser incorporadas no dia a dia para promover e manter a boa saúde mental; ações de combate ao estigma relacionado a doenças mentais, entre outros.

No que se refere aos impactos negativos da sociedade contemporânea na saúde mental, dra. Tamires destaca como o uso excessivo de tecnologia, mais especificamente de mídias sociais, tem contribuído para o desenvolvimento de quadros ansiosos e depressivos, ao estimular a comparação constante, o cyberbullying e a sensação de  isolamento. Pressões sociais e expectativas com relação ao sucesso, à aparência e ao desempenho; ambiente de trabalho com pressão constante; desigualdade e discriminação; e crises e eventos traumáticos, como a pandemia, são outras características da atualidade que contribuem para que mais e mais pessoas sofram de distúrbios mentais.

Sobre sinais e sintomas associados a distúrbios psicológicos e psiquiátricos, a médica especializada em saúde mental destaca que os mais comuns são: alterações significativas no comportamento, como retirada de atividades que costumava desfrutar; flutuações de humor intensas ou persistentes; problemas de sono, como insônia ou excesso de sono; mudanças no apetite; fadiga extrema; dificuldade de concentração; pensamentos obsessivos e outros. “No entanto, é importante lembrar que os sinais podem variar amplamente de um indivíduo para o outro e que a presença de um ou mais sinais não indica necessariamente um problema de saúde mental”, diz.

Dra. Tamires ressalta, porém, a importância de familiares e amigos ficarem atentos e oferecerem apoio quanto detectarem possíveis sinais. Algumas maneiras de ajudar, segundo a médica especializada em saúde mental, é colocar-se à disposição, ouvir atentamente e evitar julgar e estigmatizar ou dar conselhos não solicitados. “Mostrar empatia e compreensão é fundamental, assim como respeitar a privacidade. Além disso, é aconselhável que amigos e familiares se eduquem sobre o assunto, aprendendo mais sobre a condição de saúde mental da pessoa, para que ofereçam um apoio mais certeiro”, afirma.

Mas talvez a melhor maneira de apoiar, segundo dra. Tamires, seja incentivar a pessoa a procurar tratamento profissional, seja psicoterápico, seja psiquiátrico. A médica especializada em saúde mental afirma que só profissionais de saúde mental são capazes de oferecer diagnóstico preciso e tratamento especializado. “Além de ser, muitas vezes, o único espaço seguro para quem sofre com distúrbios mentais expressar sentimentos, preocupações e medos”, diz.

Buscar apoio profissional é de suma importância também para ajudar a reduzir o estigma em torno da saúde mental, mostrando que se trata de uma preocupação legítima que merece atenção e cuidados. A médica especializada em saúde mental afirma que ainda hoje existem muitos equívocos a respeito do assunto, responsáveis por um forte impacto  negativo no diagnóstico, tratamento e recuperação dos pacientes., entre os quais acreditar que apenas pessoas “loucas” devem procurar se consultar com psiquiatras e/ou psicólogos.

Outras compreensões errôneas sobre o assunto são: achar que se pode lidar com problemas de saúde mental por conta própria; encarar a medicação como a única saída, ignorando a terapia psicológica; acreditar que terapia é eficaz somente para crises; e julgar quem faz tratamento psicológico como fraco. “É importante desmistificar esses equívocos e promover a ideia de que a busca de ajuda profissional é uma escolha sábia e corajosa para cuidar da saúde mental”, destaca dra. Tamires.

Segundo a médica especializada em saúde mental, para combater o estigma associado às doenças mentais é de suma importância também, a partir de um trabalho conjunto entre sociedade e instituições, adotar estratégias colaborativas que criem um ambiente mais acolhedor e informado sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. Entre essas ações, dra. Tamires destaca: promover campanhas de conscientização; incorporar a educação sobre saúde mental nas escolas; e treinar profissionais de saúde, educadores, líderes comunitários e funcionários de instituições de saúde e organizações comunitárias.

São estratégias fundamentais ainda: estabelecer redes de apoio comunitário para pessoas com saúde mental; desenvolver políticas de saúde mental; criar ambientes de trabalho que promovam a saúde mental; oferecer apoio específico a grupos vulneráveis; garantir  serviços de saúde mental acessíveis financeiramente e sem estigmas; e promover em toda a sociedade uma cultura de empatia, compreensão e apoio mútuo, onde as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e buscar ajuda sem medo de julgamento.

Por fim, dra. Tamires ressalta a importância de as pessoas se conscientizarem que a saúde mental é parte fundamental do bem-estar geral e que cuidar dela deve ser uma prioridade na vida. Nesse sentido, a médica especializada em saúde mental indica algumas ações preventivas que podem ser incorporadas no cotidiano com o intuito de prevenir o desenvolvimento de doenças psicológicas, tais como: estabelecer uma rotina regular; exercitar-se regularmente; ter uma alimentação equilibrada; praticar o sono adequado; empregar técnicas de relaxamento; manter relações sociais; e manter o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

 


Dra. Tamires Cruz - graduada em Medicina (FMJ) e graduada e pós-graduada em Gestão e Administração Hospitalar (Estácio). Pós-graduação em Docência (Estácio), Especialização em Cuidados Paliativos (Instituto Paliar) e Saúde Mental (Estácio) com foco em Ansiedade e Depressão. Mestre e Doutoranda em Saúde Pública (Faculdade de Medicina - ABC/SP). 
Criadora do Método Saúde de Gigantes, metodologia que já ajudou centenas de pessoas no controle da ansiedade e tratamento da depressão, sem uso de remédios. Autora do Livro: Seja (im)perfeito, Editora Gente

 

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