Sala de universidade vazia
Reprodução - Internet
Especialista
aponta os diversos fatores que levam ao aumento da evasão no Brasil
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp
revelou que mais de 55% dos estudantes que ingressam em faculdades no Brasil
desistem antes de concluir seus cursos. Nas áreas de tecnologia, como Ciência
da Computação, Design de Games e Sistemas de Informação, o abandono é ainda
maior, com 6 em cada 10 alunos deixando os cursos precocemente. Os motivos para
a desistência incluem frustração com os currículos e questões econômicas e de
mercado.
Rodrigo Bouyer, Avaliador do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e sócio da Somos Young,
explica que os motivos são muitos e complexos. A evasão do ensino superior
sempre existiu, mas com a pandemia que vivemos ficou mais evidenciado os
números de desistências. “Um dos fatores é a diferença da qualidade da entrega
da educação, principalmente quem sai do ensino médio para o ensino superior,
boa parte dos alunos, principalmente oriundos da rede pública, não conseguem
acompanhar o ritmo da turma e desistem do curso”.
Além de questões financeiras, agravadas pela crise
econômica nos últimos anos e a redução de financiamentos com ajuda do governo (Fies),
há dificuldade de faculdades manterem cursos conectados à realidade das
empresas. O mercado bastante aquecido, que muitas vezes contrata sem exigir
diploma (basta o conhecimento prático), aumenta o desafio. “Às vezes as pessoas
não entendem que mesmo sendo um estudante de ensino superior público, os gastos
existem e não são poucos. Gastos com transporte, alimentação, roupas,
papelaria, livros entre outros e nem sempre as pessoas conseguem suprir estes
gastos. Não é fácil e não é barato fazer ensino superior no Brasil”, explica
Bouyer.
“Brasília tem hoje o mesmo percentual de
concluintes da meta nº 12 do PNE de 10 anos atrás, não houve uma evolução, mas
já teve taxas superiores há anos atrás, isso significa que as pessoas estão
abandonando mais as universidades, seja ela pública ou privada, isso é um
problema e um grande desafio que o país tem que resolver”, explica o
especialista.
Bouyer enfatiza que “já que a instituição privada,
que as empresas com fins lucrativos essencialmente elas se beneficiem de anos
de uma formação de Educação de alguém para pegar o profissional pronto e
contratar, porque não devolver uma parte disso também para as instituições de
ensino por programas diversos que não precisa ser necessariamente doação, pode
ser contratação efetivamente de serviços prestados pela instituição de ensino e
assim de alguma forma a iniciativa privada precisa se envolver nesse debate
para aumentar a qualificação profissional, que será benéfico para todos,
inclusive para as empresas”.
E por fim, o quarto e último ponto: o Governo
Geral, aí referindo-se diretamente ao Ministério da Educação,
Ministério da Fazenda, Tesouro Nacional, Congresso enfim, todos juntos
pensando em maneiras de se promover o desenvolvimento do ensino superior, quer
seja por retomada do FIES, esse novo FIES que está sendo anunciado para 2024,
quer seja para ações de estímulos a essas instituições, que ao montar um Campus
numa cidade bem distante dos grandes centros leva para lá consigo empregos,
investimentos, empreendedorismo, inovação e geração de renda.
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