Pesquisa indica que consumo promove melhorias nutricionais e psicológicas em pacientes paliativos
Que o chocolate é um dos doces mais adorados, todos
sabem. No entanto, o que pode surpreender muitas pessoas é que, além de seus
benefícios, ele também pode ajudar idosos com câncer em cuidados paliativos.
Estudos realizados pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP
afirmam que o consumo de chocolate, que ganhou até uma data mundialmente
comemorativa, celebrada em 7 de julho, pode melhorar os sintomas, o estado
nutricional e a funcionalidade de pacientes que já não têm a possibilidade de
cura da doença.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o câncer é a segunda
principal causa de morte no mundo. No Brasil, desde 2003, a doença também ocupa
o posto de segunda principal causa de morte entre a população, perdendo apenas
para doenças cardiovasculares.
Sabe-se que a desnutrição calórica e proteica é comum entre estes pacientes,
por uma série de fatores, como redução do apetite, dificuldades físicas para
comer e engolir alimentos devido ao avanço da doença, efeitos colaterais do
tratamento e períodos prolongados de jejum para exames antes ou após cirurgias.
Idosos que vivenciam todas essas adversidades podem encontrar um conforto
adicional na ingestão correta do chocolate. "Em doses adequadas, o
chocolate é um alimento que pode auxiliar no estado nutricional. Ele também tem
ação do ponto de vista da saúde mental, pois, muitas vezes, é um alimento com
diferentes memórias afetivas e, assim, também traz benefícios
psicológicos", explica Dr. Vinícius Miranda Borges, oncologista do
Hospital Estadual de Franco da Rocha, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Apesar da descoberta, é importante salientar que, neste caso, não é indicado o
consumo de qualquer chocolate, mas, sim, daqueles com baixa dose de gordura,
açúcar e maior teor de cacau.
"O consumo adequado tem uma ação benéfica devido à presença de polifenóis,
que têm o potencial de atuar como antioxidantes na proteção do DNA das células.
Além disso, eles possuem propriedades anti-inflamatórias, anticarcinogênicas,
antiaterogênicas, antitrombóticas, antimicrobianas e analgésicas",
complementa Dayse de Oliveira Moreira, supervisora de nutrição do Hospital
Geral de Itapevi, também gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo.
A nutricionista ainda afirma que o chocolate com alto teor de cacau pode
auxiliar na redução da pressão arterial e melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro
e o coração, auxiliando na prevenção de coágulos sanguíneos e combatendo danos
celulares, além de colaborar para o aumento do peso corporal, melhorando os
dados antropométricos de idosos com baixo peso.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ainda são esperados 704 mil
novos casos de câncer a cada ano no Brasil, no triênio 2023-2025. Esses números
alarmantes destacam a urgência de abordagens eficazes no tratamento e cuidado
destes pacientes.
"É importante ressaltar que o consumo não auxilia diretamente no
tratamento do câncer, mas sim nos pilares psicológico e nutricional, que podem
resultar em melhorias gerais. No entanto, o consumo excessivo pode ser
prejudicial, especialmente se associado a outras comorbidades, como o
diabetes", reforça o oncologista.
A importância de consumir o chocolate certo
O consumo consciente e em quantidades certas do chocolate pode potencializar
o bem-estar. Para isso, a nutricionista fornece as orientações corretas sobre
os produtos que realmente podem ser amigos da saúde:
- A preferência é por chocolates amargos, que contenham maior quantidade de cacau (entre 50% e 85%) em sua composição, sendo ideal as versões com mais de 70%;
- Os
chocolates não adoçados ou com menor quantidade de açúcar são sempre os
melhores;
- Caso
haja açúcar na composição, é importante optar pelas opções que utilizem
açúcar orgânico ou adoçantes naturais, como stevia;
- É
extremamente importante evitar chocolates que contenham gordura
hidrogenada ou gordura vegetal em sua composição, pois ambos são
responsáveis por alterações no colesterol e não são benéficos para o
organismo;
- Além
disso, é recomendado evitar chocolates que contenham conservantes e
corantes artificiais.
CEJAM
@cejamoficial
cejam.org.br/noticias
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