Não houve quem não se assustou frente às demissões em massa em TI. Afinal, apenas em janeiro deste ano, segundo dados do Layoffs Brasil, cerca de 11.500 profissionais perderam seus empregos. Apesar de ser um pilar estratégico para o funcionamento de diversas empresas, este cenário reflete uma intensa transformação no mercado, no que diz respeito, principalmente, à maior rigorosidade na contratação destes talentos. Algo que, tanto para aqueles já inseridos no ramo quanto para os recém-chegados, precisa ser claramente compreendido, a fim de evitar que façam parte dessa estatística.
Em meio a tamanha digitalização global, a área de
TI sempre se manteve dentre as mais promissoras e buscadas. Por isso, vem sendo
alta a demanda por parte das empresas por profissionais qualificados para
fornecerem o suporte tecnológico necessário para alavancar suas operações. Esta
necessidade de disrupção sempre será fundamental para o destaque competitivo –
mas, a escolha daqueles responsáveis por essa missão vem sofrendo algumas
mudanças significativas.
No lugar dos processos seletivos volumosos e
desenfreados antes usuais neste setor, a consistência perante as organizações
tomou o protagonismo na área de TI. Vemos uma seletividade muito maior nas
contratações destes trabalhadores, analisando diversas questões referentes às hard
e soft
skills antes de selecionar quem fará parte da equipe interna. Sendo
essa uma mudança influenciada não por questões financeiras, mas pelo
entendimento de que não faz sentido mais recrutar diversos profissionais, sem
uma régua de seleção por trás.
Antes preteridos pela lei da oferta e demanda do
mercado, hoje estes aspectos são compreendidos como fundamentais para a
construção de times excepcionais para o crescimento corporativo. Se, antes, era
comum as empresas se adequarem aos profissionais, o cenário atual está cada vez
mais inverso. As companhias querem os melhores profissionais para integrarem
suas equipes, com a experiência adequada para assumir as funções esperadas e,
claro, uma remuneração e benefícios condizentes com essas responsabilidades.
Dessa forma, mesmo diante das intensas demissões em
massa registradas no começo deste ano, há ainda expectativas positivas deste
segmento se manter aquecido no mercado. Tanto é que, de acordo com a Associação
das Empresas de tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias
Digitais (Brasscom), este setor deve investir cerca de R$ 666 bilhões até 2026
em suas operações, com fortes perspectivas para o recrutamento de novos
talentos.
Aqueles que estão inseridos neste ecossistema
precisam ser muito mais racionais em suas escolhas daqui para frente, se
adaptando à realidade destas empresas após as movimentações vistas e
balanceando a coerência entre o que elas podem oferecer, e o que desejam para
suas carreiras. Mesmo diante deste alto investimento, será pouco provável
vermos processos seletivos volumosos, mas sim a continuação desta seletividade
em prol de talentos realmente preparados para assumirem os cargos disponíveis.
Apesar deste fenômeno ter impactado organizações ao
redor do mundo, o setor de TI ainda se mostra como um dos mais atraentes para
os profissionais desenvolverem suas carreiras. Mas, em meio a tamanhas
transformações, cada vez mais qualificações e habilidades serão exigidas destes
talentos, para que consigam implementar os melhores recursos do mercado a favor
do negócio. A adaptação se tornou a nova palavra de ordem neste segmento, para
que consigam adquirir as oportunidades disponíveis e prosperarem em seus ramos.
Fernando Poziomczyk - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Wide
https://wide.works/
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