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quinta-feira, 6 de julho de 2023

Câncer de cabeça e pescoço na região Sudeste: RJ lidera estimativas de casos de câncer de tireoide, ES, de cavidade oral, e SP, de laringe


Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço - tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) - serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas. No Julho Verde, mês de conscientização sobre esse tipo de câncer, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) abraça a causa com uma série de ações reunidas na campanha "Pessoas que Mudam Histórias"


Estamos no Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença oncológica que reúne diferentes tumores malignos que podem acometer a cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato); seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais); faringe, nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde estão a amígdala e a base da língua), hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.

 As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.

Na região Sudeste do país, o estado do Rio de Janeiro lidera as estimativas do INCA de câncer da tiroide, com 6,24 casos para cada 100 mil habitantes; o Espirito Santo, de cavidade oral, com 7,05 casos para cada 100 mil habitantes; e São Paulo, de câncer de laringe, com 3,32 casos para cada 100 mil habitantes. A seguir, as estimativas do INCA para todos os estados da região Sudeste:


CÂNCER DE TIREOIDE – INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

0,64

2,58

1,78

Minas Gerais

1,97

4,26

5,25

Rio de Janeiro

1,84

7,68

6,24

São Paulo

2,21

9,22

5,85

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 CÂNCER DA CAVIDADE ORAL – INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

12,47

2,07

7,05

Minas Gerais

9,89

3,05

6,30

Rio de Janeiro

9.19

2,78

5,58

São Paulo

10,85

2,72

6,41

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas

 CÂNCER DE LARINGE– INCA - 2023

Estado

Homem *

Mulher*

Geral*

Espirito Santo

4,28

0,39

2,20

Minas Gerais

5,52

0,88

3,06

Rio de Janeiro

5,10

0,71

2,52

São Paulo

6,62

0,75

3,32

*casos para cada 100 mil habitantes/taxas ajustada

Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço – tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) – serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas.

Ao evitar os fatores de risco, especialistas alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal, desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.


Campanha do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)

Alinhado a essa realidade, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço  (GBCP) realiza neste ano, em alusão ao Julho Verde, a campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, chamando a atenção para o papel dos profissionais de diferentes áreas envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente – além de oncologistas clínicos, cirurgiões de cabeça e pescoço e radio-oncologistas – de especialistas das áreas de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Endocrinologia, Estomatologia, Enfermagem, Otorrinolaringologia, Odontologia e Psicologia. Simultaneamente, a campanha também alerta para a importância do diagnóstico precoce.

Ao longo de todo o mês de julho, a campanha do GBCP estará presente na comunicação com a imprensa, nas redes sociais, com lives e podcasts. Serão três lives em julho: a primeira no dia 6, com o tema “Novidades no tratamento de câncer de cabeça e Pescoço”; dia 13 será realizada a segunda com o tema “Nova geração de profissionais da área de câncer de cabeça e pescoço – como se preparar”, às 19h, e dia 20, no mesmo horário, “Desafios no pós-tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço. A campanha também conta com kit de divulgação, incluindo as peças em diferentes formatos, disponível para download gratuito no site do GBCP.


A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas, proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de cavidade oral e laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • Dificuldade para mastigar ou engolir
  • Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças na voz
  • Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.



GBCP - Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço
https://www.gbcp.org.br/


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