Apesar dos
principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço - tabagismo, bebidas
alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) - serem conhecidos e
potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem
descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o
envolvimento de diferentes especialidades médicas. No Julho Verde, mês de
conscientização sobre esse tipo de câncer, o Grupo Brasileiro de Câncer de
Cabeça e Pescoço (GBCP) abraça a causa com uma série de ações reunidas na
campanha "Pessoas que Mudam Histórias"
Estamos no Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença oncológica que reúne diferentes tumores malignos que podem acometer a cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato); seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais); faringe, nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde estão a amígdala e a base da língua), hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.
As estimativas do Instituto Nacional de
Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil
novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são
os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.
Na região Sudeste do país, o estado do Rio de
Janeiro lidera as estimativas do INCA de câncer da tiroide, com 6,24 casos para
cada 100 mil habitantes; o Espirito Santo, de cavidade oral, com 7,05 casos para
cada 100 mil habitantes; e São Paulo, de câncer de laringe, com 3,32 casos para
cada 100 mil habitantes. A seguir, as estimativas do INCA para todos os estados
da região Sudeste:
CÂNCER DE TIREOIDE – INCA -
2023
Estado |
Homem * |
Mulher* |
Geral* |
Espirito Santo |
0,64 |
2,58 |
1,78 |
Minas
Gerais |
1,97 |
4,26 |
5,25 |
Rio de
Janeiro |
1,84 |
7,68 |
6,24 |
São Paulo |
2,21 |
9,22 |
5,85 |
*casos para
cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas
CÂNCER DA CAVIDADE ORAL – INCA - 2023
Estado |
Homem * |
Mulher* |
Geral* |
Espirito
Santo |
12,47 |
2,07 |
7,05 |
Minas
Gerais |
9,89 |
3,05 |
6,30 |
Rio de
Janeiro |
9.19 |
2,78 |
5,58 |
São Paulo |
10,85 |
2,72 |
6,41 |
*casos para
cada 100 mil habitantes/taxas ajustadas
CÂNCER DE LARINGE– INCA - 2023
Estado |
Homem * |
Mulher* |
Geral* |
Espirito
Santo |
4,28 |
0,39 |
2,20 |
Minas
Gerais |
5,52 |
0,88 |
3,06 |
Rio de
Janeiro |
5,10 |
0,71 |
2,52 |
São Paulo |
6,62 |
0,75 |
3,32 |
*casos para
cada 100 mil habitantes/taxas ajustada
Apesar dos principais fatores de risco do câncer de
cabeça e pescoço – tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus
Humano (HPV) – serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue
comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo
tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades
médicas.
Ao evitar os fatores de risco, especialistas
alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não
consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal,
desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos
contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014
nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do
vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também
prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.
Campanha do Grupo Brasileiro
de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)
Alinhado a essa realidade, o Grupo Brasileiro de
Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) realiza neste ano, em alusão ao Julho
Verde, a campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, chamando a atenção para o
papel dos profissionais de diferentes áreas envolvidos no cuidado multidisciplinar
ao paciente – além de oncologistas clínicos, cirurgiões de cabeça e pescoço e
radio-oncologistas – de especialistas das áreas de Fonoaudiologia,
Fisioterapia, Nutrição, Endocrinologia, Estomatologia, Enfermagem,
Otorrinolaringologia, Odontologia e Psicologia. Simultaneamente, a campanha
também alerta para a importância do diagnóstico precoce.
Ao longo de todo o mês de julho, a campanha do GBCP
estará presente na comunicação com a imprensa, nas redes sociais, com lives e
podcasts. Serão três lives em julho: a primeira no dia 6, com o
tema “Novidades no tratamento de câncer de cabeça e Pescoço”; dia 13 será
realizada a segunda com o tema “Nova geração de profissionais da área de câncer
de cabeça e pescoço – como se preparar”, às 19h, e dia 20, no mesmo horário,
“Desafios no pós-tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço. A
campanha também conta com kit de divulgação, incluindo as peças em diferentes
formatos, disponível para download gratuito no site do GBCP.
A importância do diagnóstico
precoce
O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço
aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas,
proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de
cavidade oral e laringe do levantamento SEER,
do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos
pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial,
localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos a taxa
de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a
taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e
sintomas, como:
- Ferida
na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
- Dor
na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
- Nódulo
persistente ou espessamento na bochecha
- Área
avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou
revestimento da boca
- Irritação
na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na
garganta
- Dificuldade
para mastigar ou engolir
- Dificuldade
para mover a mandíbula ou a língua
- Dormência
da língua ou outra área da boca
- Inchaço
da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou
incomode
- Dentes
que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou
mandíbula
- Mudanças
na voz
- Nódulos
ou gânglios aumentados no pescoço
- Perda
de peso
- Mau
hálito persistente
São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.
GBCP - Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço
https://www.gbcp.org.br/
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