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Se todas as empresas do Brasil substituíssem humanos por tecnologias disponíveis, cerca de 30 milhões de vagas no formato CLT acabariam até 2026, estima um estudo do Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB). Isso totaliza mais da metade dos empregos formais no país (54%). Porém, a ideia crescente de conciliar inovação tecnológica e funcionários pode e deve mudar este cenário.
Maurício Araújo, diretor de Operações e Alianças da Unentel, empresa fornecedora de soluções tecnológicas com foco no business-to-business (B2B), ressalta que falar sobre inovação tecnológica corporativa abrange vertentes para além de soluções fáceis e robotizadas. A discussão não é só sobre eficiência prática das máquinas, é também sobre as pessoas.
“O chamado Enterprise Resource Planning (ERP) é um sistema de gestão que se tornou a opção de muitas empresas brasileiras, já que a instalação de um software auxilia na automatização dos processos manuais. Porém, a conscientização dos colaboradores diante da solução e o trabalho em conjunto em torno dessa tecnologia é que impulsionam melhores resultados no final. As ferramentas não substituem a dedicação humana, tampouco a gestão do recurso humano”, afirma Araújo.
O Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2020, ano da pandemia que gerou um boom das inovações tecnológicas ao redor do mundo, já apontava um crescimento de 68% no número de robôs no país em um ano — foi de 60 mil para 101 mil. Os chamados chatbots, muito utilizados por empresas, conversam com 8 mil usuários únicos e trocam 92 mil mensagens por mês, segundo o estudo.
“Dados como este assustam os trabalhadores, que começam a ver suas funções sendo substituídas por tecnologias que desempenham o mesmo serviço. Mas essa é a brecha para que as empresas coloquem pessoas à frente do processo de transformação digital, enxergando a iniciativa como um investimento firme de longo prazo e potencializando o desenvolvimento de novas soluções”, afirma o executivo.
Entre as 5 profissões mais suscetíveis à automação, segundo a IDados e o ISE Business School (a pedido da BBC News Brasil), estão: operador de entrada de dados (digitador); profissionais de nível médio de direito e afins (assistente); agentes de seguros; operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos e vendedores por telefone.
Entretanto, o especialista reafirma que as suposições em torno de algumas áreas do mercado de trabalho não devem substituir completamente o papel humano nas atividades. “A modernização das empresas é inevitável, e seria preocupante se não fosse. Mas as companhias que entendem o fato de a transformação digital ser sobre pessoas, e não acontecer sem humanização, estão dez passos à frente daquelas que insistem em se privar das individualidades e expertises humanas nas rotinas corporativas”, conclui Araújo.
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