Radioterapia é indicada para tratar tumores primários e metástases no cérebro
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Originados no cérebro ou como metástases de tumores surgidos na mama ou pulmão, por exemplo, os tumores cerebrais recebem indicação de radioterapia principalmente em casos não operáveis. No mês de conscientização sobre a doença (maio cinza) a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) alerta para a escassez de acesso ao tratamento no SUS
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA)
apontam também que cerca de 4% das mortes por câncer no Brasil são de pacientes
com tumor no cérebro. Em muitos casos, o óbito é decorrente da falta de acesso
ao tratamento. Considerando todos os tipos de câncer, a SBRT calcula que, entre
janeiro de 2008 e dezembro de 2022, 1,1 milhão de pessoas diagnosticadas não
conseguiram radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma média de 73 mil
pessoas não tratadas por ano neste período de 15 anos. Isso, segundo a SBRT,
foi causa direta de 110 mil mortes.
De acordo com o médico radio-oncologista Paulo
Lazaro de Moraes, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e
titular da Radioterapia dos Hospitais BP e BP Mirante–Oncoclínicas, a
radioterapia em tumores cerebrais é feita em sessões diárias que duram
aproximadamente 15 minutos, a fim de cessar o crescimento local das células do
tumor “Ela é muito utilizada para tratamentos em que a cirurgia não pode ser
realizada devido às complicações inerentes ao procedimento”, explica Moraes.
Segundo o especialista, as doses de radiação no
cérebro são determinadas a partir de padrões de segurança em que os benefícios
sejam mais efetivos que os riscos de sequela. “Esses padrões vêm de estudos
científicos que avaliam a dose necessária para controle de cada tipo de tumor
cerebral. Normalmente, nas lesões primárias de sistema nervoso central, as
aplicações são diárias, com duração de aproximadamente cinco a seis semanas”,
conta.
Para tumores cerebrais mais avançados, a radioterapia
é usada para controlar o crescimento do tumor e aliviar os sintomas. Ela também
pode ser usada de forma isolada ou em combinação com outras terapias, como
neurocirurgia ou quimioterapia. A administração da radioterapia é planejada
conforme o tipo e estágio do câncer, localização do tumor e outras condições
médicas do paciente.
A radioterapia externa é habitualmente realizada em
uma aparelho chamado acelerador linear, e o tratamento é feito com radiação
ionizante (Raios-x) com o paciente deitado. “Para garantir que a dose seja
entregue de maneira eficiente e cuidadosa, utiliza-se uma máscara facial
termoplástica para que não haja movimentação durante a sessão”, relata o
médico.
Na radioterapia interna, também nomeada
braquiterapia, o tumor recebe doses de radiação a uma distância curta, por meio
do implante de fontes de radiação diretamente no tecido cerebral. A
utilização de métodos atualizados a partir das descobertas científicas são
chave para o sucesso do tratamento. “O planejamento da radioterapia ocorre a
partir da consulta médica para avaliação do número de aplicações, além
de exames de tomografia e ressonância magnética de crânio, para definição
do volume que receberá radiação”, informa Moraes.
No mundo, os cânceres no cérebro/sistema nervoso
central (SNC) ocupam a 19ª posição entre todos os tipos, tendo 308 mil casos
diagnosticados em 2020, conforme a Organização
Mundial de Saúde. No Brasil, o Instituto
Nacional de Câncer (INCA) estima que houve, em 2022, cerca
de 11,5 mil novos casos de câncer no sistema nervoso central.
Sinais e sintomas gerais
causados por tumores cerebrais podem incluir:
- Dor de cabeça ou pressão na cabeça que piora pela
manhã.
- Dores de cabeça que acontecem com mais frequência e parecem mais graves.
- Dores de cabeça que às vezes são descritas como dores de cabeça tensionais ou
enxaquecas.
- Náusea ou vômito.
- Problemas oculares: visão embaçada, visão dupla ou perda de visão nas
laterais da visão.
- Perda de sensibilidade ou movimento em um braço ou perna.
- Problemas com equilíbrio.
- Problemas de fala.
- Sentindo-se muito cansado.
- Confusão em assuntos cotidianos.
- Problemas de memória.
- Tendo problemas para seguir comandos simples.
- Mudanças de personalidade ou comportamento.
- Convulsões, especialmente se não houver histórico de convulsões.
- Problemas de audição.
- Tontura ou sensação de que o mundo está girando, também chamado de vertigem.
- Sentir muita fome e ganhar peso
São sintomas inespecíficos, que podem ser
confundidos com os de outras doenças. Na presença de sintomas, importante
consultar um médico. Dependendo do caso, poderão ser solicitados exames
neurológicos, tomografia computadorizada, ressonância magnética, e PET-Scan do
cérebro e ser colhida uma amostra para biópsia.
https://sbradioterapia.com.br/
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