Anticoncepcional que contêm estrógeno pode provocar as crises
Traumas, estresse e mudanças bruscas de temperatura também podem
desencadear o angioedema hereditário
· 16/05 – Dia Mundial do Angioedema
Hereditário
O angioedema
hereditário é uma doença rara e ocorre em 1 a cada 50.000 indivíduos. Pode
demorar até 15 anos para ser diagnosticada, isso porque ela é pouco conhecida
entre os médicos. “É muito importante diferenciar de alergias”, alerta a Dra.
Anete Grumach, Coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da
Imunidade da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
“As
crises de angioedema hereditário podem
ser desencadeadas por pequenos traumas, estresse, infecções, mudanças bruscas
de temperatura, estrógeno e até tratamentos dentários. O inchaço pode ocorrer
na região do trauma, mas também em outras partes do corpo. Pode até causar
dores abdominais por inchaço das alças intestinais”, conta Dra. Anete.
Mulheres com
angioedema hereditário não podem fazer uso de anticoncepcional que contenha
estrógeno, já que o hormônio pode desencadear as crises. “O estrógeno atua nos
sistemas controlados pelo inibidor de C1, resultando em aumento de
bradicinina”, explica a especialista da ASBAI.
O angioedema
hereditário é uma doença associada à deficiência do inibidor de C1 esterase,
"substância" que controla vários sistemas do organismo. A falta dele
causa aumento da bradicinina e, como consequência, aumento da permeabilidade do
endotélio com extravasamento de líquido.
Com o
extravasamento de líquidos ocorrem os inchaços, que acometem o tecido
subcutâneo, o abdômen e as vias aéreas superiores, podendo causar asfixia.
Embora a doença possa ser identificada facilmente pela dosagem do inibidor de
C1 ou pela avaliação da função do inibidor de C1, ainda é subdiagnosticada
devido à falta de conhecimento de muitos médicos.
Tratamento - Com o
diagnóstico correto, há o tratamento específico para as crises e, se forem
frequentes, pode-se utilizar medicamentos preventivos. Dra. Anete conta que, no
momento, o Sistema Único de Saúde – SUS - fornece apenas o danazol, um hormônio
masculino atenuado, que causa aumento nos níveis do inibidor de C1. Com a
comprovação do diagnóstico, o hormônio deve ser solicitado por impresso
específico para medicamentos de alto custo. Entretanto, outros tratamentos
foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e há,
ainda, mais recursos para o controle clínico em desenvolvimento.
“A falta do tratamento resulta em piora na qualidade de vida do paciente. Ainda, pode resultar em riscos relacionados às crises de inchaço. No abdome, as crises podem ser confundidas com apendicite ou outras causas de abdome agudo. Nas vias aéreas, pode causar obstrução alta e asfixia. Assim, o diagnóstico e tratamento incorretos podem resultar em complicações e riscos ao paciente”, finaliza Dra. Anete.
ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Facebook: Asbai Alergia
https://www.instagram.com/asbai_alergia/
https://www.youtube.com/?gl=BR&hl=pt
Twitter: @asbai_alergia
www.asbai.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário