O país é reconhecido pela qualidade de suas pesquisas, mas ainda sofre com burocracias
Dia 20 de maio é comemorado o Dia Internacional da Pesquisa Clínica.
Esta data remete ao período em que James Lind começou seus estudos para
determinar a causa do escorbuto, considerado o primeiro ensaio clínico da
medicina moderna.
O Dia Internacional da
Pesquisa Clínica enfatiza a importância dos ensaios clínicos para
desenvolvimento de novas tecnologias, dispositivos, imunizantes e medicamentos
para a área da saúde. A pesquisa clínica é a etapa anterior ao registro de um
medicamento, onde são feitos testes para assegurar a eficácia e efeitos
colaterais de novos medicamentos e tratamentos.
A pandemia da COVID-19 trouxe
o tema para as casas dos brasileiros, que assistiram pela imprensa a corrida de
cientistas na busca por vacinas e remédios que combatessem o novo coronavírus.
A Pesquisa Clínica contribui para o
avanço do país e para ampliar o acesso à saúde e promover tratamentos que
trazem maior qualidade de vida às pessoas com doenças raras, autoimunes,
pacientes cardiopatas, oncológicos etc. “É através dela que geramos acesso às inovações,
fomentamos o compartilhamento de protocolos e expandimos o conhecimento científico
no Brasil”, revela Fernando de Rezende Francisco, gerente
da ABRACRO – Associação Brasileira das Organizações
Representativas de Pesquisa Clínica.
No Brasil, aproximadamente 8.805 estudos de
pesquisa clínica são realizados, o que representa 42% do total na América
Latina. Por conta dos diferentes tipos de clima e com uma
população multiétnica que ultrapassa o número de 200 milhões de habitantes,
esses números podem crescer e o Brasil tem capacidade de se tornar referência
em estudos clínicos. Apesar da liderança no cenário regional, essa marca
representa apenas 2% do total de estudos feitos em todo o mundo. Estados Unidos
e Europa são os principais mercados, e a China vem crescendo de forma muito
rápida e ocupa a terceira posição desse ranking.
“É necessário que ocorra nos
próximos anos uma desburocratização da parte regulatória. Os estudos clínicos
são fundamentais para um país que pensa na saúde da população e que tem
potencial para se destacar nesse cenário. O Brasil pode se tornar referência mundial
no setor, é necessário apenas alguns avanços para isso acontecer nos próximos
anos”, finaliza Francisco.
ABRACRO - Associação Brasileira de
Organizações Representativas de Pesquisa Clínica
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