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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Como manter meus estagiários engajados?

Descubra algumas dicas para motivar seu time 

 

Sempre me perguntam qual a melhor estratégia para construir uma empresa de sucesso e eu não deixo de dizer: os colaboradores. Em especial, os estagiários são fonte de renovação de ideias, apresentam soluções mais amplas e insights diferentes. Todavia, a sinergia é sempre um dos maiores desafios de qualquer bom gestor. Sendo assim, hoje decidi escrever algumas dicas para motivar a equipe, tendo em vista meus mais de 25 anos de experiência no assunto. 

 

Contar com uma certa diversidade de colaboradores é uma estratégia bem sucedida!  

Ter um time plural é uma ótima estratégia. Um estudo realizado entre 2010 e 2019, pelo Instituto Identidades do Brasil, mediu o impacto desse conceito no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, para cada 10% de extensão na diversidade étnico-racial, houve um crescimento de quase 4% na produtividade das companhias. Ainda, para cada 10% de elevação da multiplicidade de gênero, houve um acréscimo de quase 5% no rendimento. 

 

Dessa forma, ao implementar políticas voltadas para esses assuntos, é possível aprimorar o bem-estar dos funcionários e o clima organizacional melhora consideravelmente. Consequentemente, a performance de todos também cresce, ao mesmo passo no qual a rotatividade diminui. Por isso, sempre digo: é fundamental atrair profissionais com habilidades variadas, além de também priorizar ambientes mais inclusivos e menos hostis. 

 

Assim, cresce a possibilidade de construir equipes com competências mais distintas e confortáveis em seu posto laboral. Conforme o estudo, mais diversidade promove o aumento do rendimento e isso, muitas vezes, reflete em um melhor desempenho não só corporativo, mas também pessoal. 

 

Entretanto, investir nessa causa não deve ser foco apenas com uma visão empresarial. Muito pelo contrário, é um ganho para toda a sociedade, ajudando a construir comunidades mais justas e equitativas. Nesse sentido, o estágio vai além, pois também incide contra a evasão escolar, incentivando os estudos e é um proveito para a economia. Afinal, entrega poder de compra para quem chega agora no mercado. 

 

Quem pode ser estagiário e fazer parte de um time corporativo diverso?  

Nesse cenário e visando ampliar as fronteiras do negócio, os estagiários são um diferencial. Para conseguir essa vaga, é preciso estar regularmente matriculado em uma instituição de ensino, seja superior, de educação profissional, ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, isto é, o EJA. 

 

Assim, quem consegue uma oportunidade nessa modalidade encontra alguns benefícios. Veja: 

 

- Bolsa-auxílio: 

Não tem um valor determinado, porém recomendo aos executivos oferecerem uma quantia compatível com as atividades exercidas, a qualificação exigida e o custo de vida no local. Afinal, esse recurso costuma ser utilizado para arcar com a faculdade, ajudar nos gastos domésticos, iniciar projetos pessoais e, por vezes, no sustento da família. 

 

- Auxílio transporte:

Somente é ofertado em casos de deslocamento. Com o desdobramento do home office, esse requisito deixou de ser imprescindível e agora as corporações podem poupá-lo para investir em treinamentos, por exemplo, visando o crescimento de seu time. Além disso, o teletrabalho melhorou a qualidade do dia e a satisfação do colaborador, pois não é mais necessário gastar horas nos ônibus, trens ou metrô, voltando a atenção para demandas mais urgentes e complexas. 

 

- Seguro contra acidentes pessoais:

Como evidencia a Lei de Estágio, é válido em todo o território nacional e por 24 horas, a fim de mitigar eventuais acidentes e danos. Para facilitar nessa burocracia e em outras do Termo de Compromisso de Estágio (TCE), temos uma página de agentes de integração associados, localizados em todo o Brasil, os quais já possuem contato próximo com organizações com esse objetivo, bem como contratos recorrentes para simplificar o processo. 

 

- Recesso remunerado:

Em suma, são 30 dias de descanso após um ano de estágio, na mesma companhia. A fim de uma contagem mais específica, são 2,5 a cada mês ocupado. Aconselho tirar essa folga concomitantemente às férias escolares, para desfrutar de fato, poder viajar, descansar, passar as horas com os amigos e a família. 

 

- Turno de trabalho reduzido: 

Vale lembrar: o tempo máximo para um expediente é de seis horas diárias e 30h semanais para discentes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. Já para quem estuda na educação especial e nos anos finais do EJA, chega a quatro horas diárias e 20h semanais. Isso é feito para facilitar a conciliação do ambiente escolar com o laboral, permitindo um melhor aproveitamento de ambos.

 

 



 

Como manter meus estagiários motivados e engajados? 

 

É claro, todo coordenador já se perguntou: “como faço para melhorar o engajamento do meu time?”. Para solucionar essa dúvida recorrente, existem inúmeras possibilidades e cada empreendimento deve achar aquela mais condizente com seus princípios. Afinal, os desafios do dia a dia corporativo estão sempre presentes, proporcionando mudanças constantes e uma adaptação frequente. 

 

Para trazer luz a essa problemática, J. Richard Hackman, autor pioneiro nos estudos sobre comportamento humano, criou uma visão de como equipes eficientes necessitam não só de colaboração, atitude ou certos comportamentos, mas também de alguns habilitadores essenciais, chamados de “enabling conditions”. Dessa forma, surgiu o “The Hackman Model”. Confira as três dimensões citadas na teoria: 

 

1) Compelling direction:

Segundo o pensador, as bases para engajar qualquer funcionário de sucesso é: ter um direcionamento para orientar, energizar e motivar. Afinal, fica difícil se inspirar se não há um objetivo explícito para a realização da demanda. Portanto, crie desafios possíveis de serem alcançados, atrelando-os a premiações, reconhecimento, promoções, reforçando o sentimento de satisfação e pertencimento.

 

2) Strong structure: 

Os conjuntos devem possuir integrantes com diferentes “skills”, rico em várias experiências e conhecimento, onde o foco está menos no processo e mais na criação de soluções e resolução de problemas. Ou seja, grupos com idades, gêneros, vivências diferentes tendem a ter visões mais criativas, engrandecendo as análises.   

 

3) Supportive context: 

Ter o suporte correto e consistente é a terceira condição para o êxito almejado. Desse modo, manter sistemas de recompensa, informações atualizadas e de fácil acesso, dados sobre os produtos, mercado, concorrentes, treinamento e principalmente atenção/orientação no momento certo pode ser decisivo. 

 

Por fim, não canso de dizer: abra as portas da sua empresa para quem chega cheio de vontade de colocar a mão na massa, aprender mais e se preparar para a profissão. Com certeza, seu negócio colherá frutos positivos. Nesse caminho, conte com a Abres! 

 


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios


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