Pesquisar no Blog

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Carros elétricos e híbridos têm alta de 53% nas vendas de abril no Brasil

Locais, como os condomínios, precisam se adaptar à realidade; especialista do Grupo Graiche dá orientações

 

Dados divulgados nesta semana pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que os emplacamentos de veículos leves eletrificados no Brasil alcançaram 4.793 unidades em abril, crescimento de 53,5% sobre o mesmo período de 2022. Segundo a entidade, abril deste ano foi também o melhor mês de abril de toda a série histórica da ABVE, que começou em 2012.

É fato que as vendas de carros elétricos vêm aumentando, porém, a infraestrutura de carregamento desse tipo de veículo ainda é um desafio. O território brasileiro ocupa a 20ª posição no ranking de infraestrutura para carros elétricos, de acordo com a 3ª edição da análise 'EV Charging', compartilhada pela Roland Berger. 

Diante desse cenário, é preciso que haja locais preparados para essa realidade – das vias públicas aos espaços privados, como os condomínios. Inclusive, novos imóveis, sejam eles residenciais ou comerciais da cidade de São Paulo, são obrigados a disponibilizar tomadas de recarga para carros elétricos e híbridos nas garagens, com medição independente de consumo. O projeto de lei nº 01-00346/2017, que traz essa determinação, passou a vigorar em dia 31 de março de 2021. 

No entanto, especialistas alertam que qualquer decisão desse tipo precisa ser discutida em assembleia, ainda mais quando há um custo operacional. Mesmo que o condomínio apresente condições para ter tomadas, mas não queira custear, o morador não pode realizar instalação individual sem permissão. “Nossas experiências em condomínios com perfis variados e diversas empresas especializadas apontam que é preciso haver condições equalitárias. Chegamos à conclusão de que, mesmo que inicialmente esse tipo de operação tenha um investimento considerável, quando compartilhado, os valores são reduzidos e inúmeros benefícios são gerados para todos os moradores”, fala José Roberto Graiche Junior, advogado especializado em Direito Imobiliário e vice-presidente do Grupo Graiche, empresa que gerencia 915 condomínios, com 114 mil unidades administradas. 

Em média, uma instalação individual pode custar até três vezes a mais em comparação a instalação coletiva. “Além disso, contar com esse projeto de eletrificação pode se tornar um fator decisivo na valorização futura do imóvel, bem como o morador que hoje não utiliza um carro elétrico vai desejar ter a mesma oportunidade e facilidades se fizer essa opção”, salienta Graiche Junior. 

 

Série de vantagens e discussão 

A demanda alta pode trazer, em um futuro não tão distante, diversas vantagens, como sustentabilidade, eficiência, segurança e economia. Há também instituições bancárias e incentivos fiscais que hoje oferecem linhas de crédito especiais para esse tipo de imóvel. Entretanto, alguns questionamentos começam a surgir frente a demanda e a procura: as tomadas serão coletivas ou individuais? Quem pagará pelo uso da energia e como funcionam esses pontos de abastecimento coletivo nos prédios? 

As reuniões internas servem para discutir e esclarecer alguns pontos fundamentais da questão, entre elas, qual empresa será contratada, modelo e quantos pontos serão instalados, regras de uso, por exemplo. O vice-presidente do Grupo Graiche explica que nos condomínios antigos, por exemplo, para atender aos proprietários dos veículos elétricos, é necessária uma análise técnica para avaliar a instalação de carregadores de acordo com a estrutura do condomínio e, só após um projeto detalhado, levar para aprovação em assembleia.  

 

Dúvidas nas instalações 

A operação da instalação deve seguir algumas fases, como análise de disponibilidade de potência, realização do projeto elétrico, adequação civil e elétrica e a instalação dos carregadores.

No mercado, há dois tipos de instalações. Uma delas é a individual, na qual o morador arca com os custos e instalação em sua vaga e, deste modo, o consumo é registrado diretamente no relógio de luz individual da unidade predial. Lembrando que essa situação é para condomínios mais antigos, que não estão preparados para o abastecimento desses novos carros. “Em condomínios mais modernos, já é possível ligar o carregador direto no relógio do proprietário”, diz. “Adaptar o condomínio a essa questão é um assunto que precisa ser levado em consideração no seu planejamento para os próximos anos”, completa. 

O outro tipo refere-se às instalações coletivas, presentes nos novos empreendimentos. Neste caso, os moradores aprovam em assembleia a implantação de um projeto de eletrificação para viabilizar a instalação de tomadas industriais, para ter estações de recarga coletiva. Nesta modalidade, cada usuário terá um cadastro e, ao terminar de abastecer, o custo será enviado para a administradora do condomínio que fará a devida cobrança. 

Nesta iniciativa, uma pergunta envolve o número de tomadas que o condomínio precisa ter para fazer o abastecimento coletivo de carros elétricos. Tudo dependerá da demanda. No início da implementação não se faz necessário várias tomadas ou estações de recarga. Mas especialistas apontam que, no futuro próximo, o ideal seria cerca de 1 estação para 2 veículos, no mínimo.

 

E a conta? 

Uma das principais dúvidas com relação a recarga de baterias de carros elétricos e híbridos em condomínios é o custo, já que o condômino que não possui um carro desse tipo pode se sentir prejudicado, tendo em mente a ideia de que terá que pagar pela energia utilizada pelo proprietário do veículo. “Mas não é bem assim. Os sistemas de carregamento possuem tecnologia inteligente que distribui o custo do consumo entre usuários que realmente utilizam o serviço para seus carros.”, explica Graiche Junior.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados