Vamos
resolver essa confusão?
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Conheça
os principais alimentos que causam alergia
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Alergia
alimentar pode causar anafilaxia e até levar ao óbito
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Alergia
alimentar tem cura?
#semanaalergiaalimentar
De 15
a 19 de maio acontece a Semana de Conscientização em Alergia Alimentar
e o Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)
preparou um Question and
Answers para esclarecer algumas das principais dúvidas sobre o
tema.
No Brasil não há estatísticas oficiais,
porém, a prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que
mostra cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos
com algum tipo de alergia alimentar.
- O que é alergia alimentar?
Alergia alimentar é uma resposta anômala do
sistema imunológico contra uma proteína de determinado alimento. Existe uma
predisposição genética para isso e nos últimos anos se reconhece a influência
do meio ambiente neste processo – mudança de estilo de vida e alimentação são
alguns dos fatores mais associados. Ao reconhecer a proteína como algo
prejudicial, o sistema imunológico deflagra algumas respostas que acabam por se
manifestar em forma de sintomas desagradáveis e potencialmente graves.
- Existe alergia à lactose?
Não! Esse é um
erro comum. Mas vamos explicar:
Alergia ao Leite – quando o
paciente apresenta uma reação à proteína, seja a do leite ou de um outro
alimento, como o ovo, que também é muito comum. Reações alérgicas podem ser
graves e até fatais. Quem cuida da alergia à proteína é o especialista em
Alergia e Imunologia.
Intolerância à Lactose – quando o
paciente apresenta um desconforto no aparelho digestivo devido a uma reação ao
açúcar do leite. Neste caso, não há risco grave para a saúde. Quem cuida da
intolerância é o especialista em Gastroenterologia.
- Quais os sintomas da alergia
alimentar?
Os sintomas são bastante variados e podem se
manifestar de vermelhidões locais isoladas a um colapso cardiovascular. Entre
as manifestações possíveis, destacam-se:
- Cutâneas: placas vermelhas localizadas ou
difusas por todo corpo (urticária), inchaço de olhos, bocas e orelhas
(angioedema), coceira. A dermatite atópica, lesão de pele extremamente
pruriginosa (muita coceira), está associada a alimentos apenas nas formas mais
graves (dermatite ou eczema disseminados pelo corpo e não apenas em dobras de
cotovelos e joelhos).
- Gastrointestinais: diarreia e vômitos
imediatos; um mecanismo imunológico conhecido por “não mediado por IgE” pode
acarretar sintomas gastrintestinais mais tardios, horas ou dias após a ingestão
(leite e soja são os alimentos mais comumente relacionados) e incluem um ou
mais dos sintomas: diarreia com ou sem sangue, refluxo exacerbado, perda de
peso, vômitos prolongados.
- Respiratória: falta de ar e chiado no peito
(broncoespasmo) pode ocorrer de forma imediata após a ingestão do alimento.
Pacientes com asma não controlada são mais predispostos a este sintoma. Mas é
importante ressaltar que sintomas crônicos do sistema respiratório, como asma e
rinite, dificilmente são manifestações de alergia alimentar quando não houver
alterações cutâneas e/ou gastrintestinais.
- Cardiovasculares: a queda da pressão
arterial, levando a desmaio, tontura, arroxeamento dos lábios (hipóxia)
caracteriza o choque anafilático e representa a forma mais grave da doença.
Muito importante: a
definição de anafilaxia não é apenas quando o paciente apresenta sintomas
respiratórios e/ou cardiovasculares. O acometimento de dois ou mais sistemas
(ex: cutâneo e gastrintestinal) caracterizam uma anafilaxia e devem ser
tratados como tal (adrenalina intramuscular). Um exemplo: paciente com
urticária (sistema cutâneo) e vômitos (gastrintestinal) já deve ser
classificado como anafilático.
- Quais são alimentos mais
comumente alergênicos?
Existe uma lista de 8 alimentos principais:
leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar. No
entanto, vários outros alimentos vêm paulatinamente ocupando espaço na lista
dos alérgenos, caso das sementes (destaque para o gergelim) e algumas frutas. A
frequência de alergia a amendoim e castanhas aumentou entre a população
pediátrica nos últimos anos.
- Na primeira exposição ao alimento
a pessoa já pode ter uma reação alérgica?
Para apresentar uma reação alérgica, o indivíduo
deverá ter tido algum contato com o alimento previamente, o que leva à
sensibilização (formação de anticorpos sem reação clínica). Algumas vezes, esse
contato não ocorre de maneira óbvia, por meio da ingestão. A sensibilização
pode ocorrer por meio de contato com a pele (exemplos: cremes,
hidratantes e pomadas que contenham proteínas de alimentos em sua composição,
como leite e algumas castanhas) ou até mesmo via leite materno. Alguns
alimentos são ingeridos várias vezes antes do paciente apresentar reações, como
os frutos do mar. Outros, como o leite e ovo, geralmente não necessitam de um
tempo prolongado de exposição antes de desencadear sintomas.
- Alergia alimentar pode ser fatal?
Sim. A maior parte das anafilaxias em crianças
de até 5 anos de idade ocorre por alimentos, com chance de óbito se não
prontamente atendidas. Ainda que a adrenalina intramuscular (medicamentos de
emergência) tenha sido administrada adequadamente no momento da reação, o
paciente deverá ser observado por algumas horas, uma vez que há chance de
apresentar a mesma reação horas depois (reação bifásica, registrada em cerca de
25% dos pacientes). No caso de ser a primeira reação, ainda que não
anafilática, e o paciente/família não estiverem cientes do tratamento, a
procura por atendimento médico também é recomendada.
- Alergia alimentar tem cura?
Alimentos
como leite, ovo, trigo e soja, tipicamente iniciados na infância, causam
alergias mais efêmeras e grande maioria perde a alergia até a segunda década de
vida. Amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar, passíveis de iniciar em
qualquer idade, são tipicamente persistentes por toda a vida do indivíduo. As
características das respectivas proteínas parecem estar relacionadas com a
história natural da doença.
ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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