Enquanto fusões e
aquisições seguem em alta, investidores buscam pelos atalhos ideais em setores
com maior potencial; descubra quais são eles
5 setores
quentes para M&As em 2023
Enquanto fusões e aquisições
seguem em alta, investidores buscam pelos atalhos ideais em setores com maior
potencial; descubra quais são eles
A chegada de um novo ano traz excelentes
oportunidades para investidores analisarem o mercado e contemplarem as
expectativas para o futuro. Com base em pesquisas e estudos, bem como na
expertise própria e anos acompanhando M&As no Brasil e no mundo, o
economista Fernando Kunzel e o engenheiro de produção Willian May, sócios na boutique
de investimentos L6 Capital Partners,
reuniram importantes informações para quem está buscando entender o cenário de
fusões e aquisições em 2023.
Em primeiro lugar, é preciso reconhecer o
crescimento do número de M&As ao longo dos últimos anos e o modo como esse
tipo de operação se tornou essencial no mundo dos negócios.
Só no primeiro semestre deste ano, o Brasil
registrou 807 transações, contra 706 no mesmo período de 2021, segundo dados da
PWC Brasil. Isso ocorre mesmo em meio a diversas instabilidades econômicas e
políticas ao redor do mundo, seguindo uma onda ascendente que vem sendo
registrada desde 2017 e passou a subir ainda mais após a pandemia.
Contudo, para saber onde investir, é necessário
apurar o olhar. “Observar o mercado como um todo é fundamental”, destaca May.
“Mas existem áreas com mais potencial que outras. Essas são as minas de ouro
que o mercado deve ficar de olho daqui para frente”.
Os especialistas informaram cinco dos setores mais
quentes para M&AS no próximo ano. Confira abaixo!
Saúde
“O boom da saúde em 2020 fez com que muita gente
acreditasse que era uma ocorrência pontual”, comenta Fernando, “mas se trata de
um exemplo pontual de um mercado continuamente forte. Não há um futuro em que a
saúde não seja imprescindível na sociedade e, portanto, no mercado”.
Os fatores que mais indicam o potencial para
crescimento da área são o aumento gradativo da população idosa, que
naturalmente possui mais gastos com saúde, e da empregabilidade, o que, por sua
vez, aumenta também a penetração dos planos de saúde nas mais diversas regiões
e classes. A expectativa do IBGE é que as despesas com saúde cheguem a
representar 1,5% do PIB até 2038.
Agronegócio
“No ano passado, o agronegócio representou cerca de
26% do PIB. É um mercado historicamente fundamental para a nossa economia. Por
si só, isso já resulta em mais crédito para a área”, aponta o Kunzel. “Além
disso, também estamos vivendo uma busca considerável por inovações,
especialmente com foco em sustentabilidade e soluções financeiras, o que leva
mais crédito especificamente para agtechs”, completa o economista.
As agtechs, empresas de base tecnológica que
atendem diferentes pontos da cadeia produtiva do agro, são o destaque para
2023. O Radar Agtech, estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), SP Ventures e Homo Ludens, com apoio da plataforma Distrito e do
Sebrae, identificou as principais tendências de atuações dessas startups:
Insumos Biológicos, Agfintechs, Marketplace para o agronegócio e Climatechs.
Telecomunicações
O telecom é um mercado que está se consolidando
continuamente, de acordo com Willian May. É uma área com muitos players e, por
isso, o volume das transações pode não chamar tanta atenção a princípio — mas a
quantidade de acordos sendo fechados costuma só aumentar.
“O telecom é conhecido por seus ciclos de injeção
de capital ao longo dos anos. Mundialmente, tivemos picos de fusões e
aquisições em 2016, 2018 e 2021. Entre eles, e agora também, este ano, houve
algumas quedas relevantes. É provável que 2023 seja o retorno do crescimento
neste ciclo”, afirma o especialista. Os dados são da Bain
& Company.
Alimentação saudável
Segundo as consultorias Statista e Mintel, o
segmento global de alimentos saudáveis tem uma taxa média de crescimento anual
estimada em 5,3% que deve se manter até 2025, pelo menos. O valor fica acima da
própria categoria geral de alimentos, que cresce 3,6% ao ano.
No Brasil, o sucesso do setor não fica atrás. Em
2020, o mercado movimentou R$ 100 bilhões, segundo a Euromonitor. “Temos visto
algumas transações importantes, como a compra da Jasmine, que possui a maior
parte de sua linha vegana e orgânica, pela M. Dias Branco, uma das maiores
empresas alimentícias do país”, lembra o sócio da L6 Capital, Willian May. O
valor da operação em questão, apesar de não divulgada, é estimado em torno de
R$ 350 milhões pelo Pipeline.
Educação
Outro setor impactado pela pandemia foi o da
educação. Soluções tecnológicas se tornaram essenciais para que professores e
escolas continuassem a dar aulas e, de lá para cá, mais possibilidades foram se
formando.
No primeiro trimestre deste ano, a KPMG registrou
19 M&As no setor, uma alta de mais de 70% em relação ao mesmo período de
2021. “Um exemplo neste caso é a compra da Eleva pela Cogna, operação que foi
avaliada em R$ 580 milhões. A Cogna é, inclusive, a maior compradora do
segmento na última década, com 15 negócios concluídos”, conta o especialista.
“Todos esses setores estão sendo impulsionados por
um motor comum: a tecnologia. Vale para praticamente qualquer outra área, na
verdade. As grandes empresas seguem em busca de inovação e market share, e é
mais frequente encontrar ambos onde há tecnologia aplicada de maneira firme e
inteligente. De forma geral, minha dica é focar nos setores mais relevantes e,
dentro deles, nas empresas mais inovadoras. É aí que pode estar
verdadeiramente, um pote de outro”, conclui Kunzel.
L6 Capital Partners
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