Dr. Igor Barcelos
fala sobre métodos, indicações e riscos do tratamento
A terapia de reposição hormonal costuma ser
indicada principalmente a mulheres que iniciam sua menopausa. Foi nos anos 60
que cresceu o interesse a respeito do tema e, na década seguinte, o uso maior
do tratamento trouxe à tona seus primeiros efeitos colaterais. Nesse contexto e
considerando que é relativamente nova, a terapia pode gerar dúvidas e
receios.
“A reposição hormonal pode ser necessária quando o
paciente apresenta algum destes sinais: diminuição da libido, dificuldade de
ereção, cansaço, fadiga, perda de memória, ondas de calores, ressecamento
vaginal, dores nas relações, metabolismo lento, ganho excessivo de peso
(especialmente na região abdominal), diminuição da força e massa muscular,
perda de massa óssea, diminuição do sono ou sonolência excessiva, pele seca,
unhas quebradiças, diminuição da qualidade de vida”, explica o Dr. Igor
Barcelos, médico Endocrinologista e Metabologista com título de especialista
pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM.
É importante ressaltar que não basta ter um sintoma
isolado e solicitar a terapia, mas sim passar com um especialista que faça a análise
médica. Em geral, essa avaliação vai indicar o tratamento não apenas a mulheres
na menopausa, mas também aos homens, que possuem uma queda anual de
testosterona a partir dos 30 anos e chegam a apresentar a chamada
andropausa.
“A diferença é que, no homem, a reposição é feita
predominantemente com uso de testosterona, enquanto que nas mulheres deve ser
feita com uso de estrogênio, progesterona (quando a mulher possui útero) e
testosterona se ela tiver sintomas de baixa libido e piora da vida sexual”,
comenta o especialista, explicando ainda que essa reposição masculina pode ser
feita com gel, injetáveis e implantes hormonais (conhecidos também como chips
hormonais), que possuem duração de seis a 12 meses, trazendo segurança,
conforto e maior comodidade. Já na mulher, pode ser realizada por comprimidos,
além do gel e implantes.
Um tratamento como esse exige também cuidados
específicos. No grupo feminino, a contraindicação fica por conta de câncer de
mama ativo ou de endométrio, considerando a reposição oral para aquelas com
histórico de trombose, tabagistas ou com doenças no fígado. Já no masculino, a
contraindicação é o câncer de próstata não tratado.
“Antigamente, associava-se a reposição hormonal ao
câncer de mama. Contudo, hoje se sabe que essa relação é muito fraca e acontece
principalmente com alguns tipos de hormônios sintéticos e mais antigos, que são
pouco utilizados atualmente. Ao mesmo tempo, já foi comprovado que a
testosterona não aumenta o risco de câncer de próstata. Pelo contrário, sabe-se
que baixos níveis de testosterona podem aumentar as chances do câncer na
próstata”, acrescenta.
Uma vez que é detectada a necessidade de uma reposição hormonal, é preciso realizar uma série de exames para comprovar a deficiência dos hormônios. Em seguida, devem ser feitos alguns testes para excluir câncer ativo de mama, útero e de próstata.
Dr. Igor Barcelos - Médico Endocrinologista e Metabologista, com título de especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Somando mais de 30 mil pacientes no Brasil, dentre as suas formações estão a residência em Clínica Médica e Pós-graduação em Medicina do Esporte pela UNIFESP.
@drigorbarcelos
https://meuendocrino.com.br/
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