Relatório da Apura
Cyber Intelligence mostra que esse tipo de aparelho tem sido alvo dos
cibercriminosos para roubar informações pessoais, senhas e acessos de
trabalhadores.Apura
Um aparelho cada vez mais comum na casa de milhões
de brasileiros pode ser a porta de entrada para ameaças “invisíveis” e virtuais
que trazem problemas não apenas no âmbito pessoal, mas também no profissional:
os roteadores de internet.
Com a necessidade de ter internet disponível em
casa, seja por lazer ou mesmo por trabalho, as empresas de telefonia têm
disponibilizado aparelhos que funcionam de uma maneira simples e seguem um
padrão, chegam na casa do cliente, instalam o roteador, fazem a configuração de
rede e pronto: internet funcionando.
“O cliente na grande maioria das vezes não tem a
mínima noção básica se existe algum tipo de segurança nesses aparelhos que
possa evitar ataques de hackers e a invasão da rede local”, atenta Sandro
Süffert, CEO da Apura Cyber Intelligence.
Em recente relatório publicado pela empresa, que é
referência nacional e internacional em segurança cibernética, os roteadores têm
sido um dos principais alvos de ataques de cibercriminosos. Especialmente com a
pandemia de Covid-19 no começo de 2020, que fez muitas empresas colocarem seus
funcionários para trabalhar de casa e, consequentemente, usar a internet local
para logar suas máquinas, com senhas e acessos à rede da empresa.
Normalmente, os roteadores utilizados em casa não
possuem a mesma capacidade de proteção que aqueles presentes nos ambientes
internos das empresas, como firewalls, EDRs, até mesmo antivírus corporativos.
Um dos problemas mais comuns, muitas vezes não
levado em conta, é o uso de senhas padrão de administrador, que podem vir como
“default” do aparelho e são fáceis de serem descobertas. A falta de
atualizações também aumenta as vulnerabilidades que colocam em risco a
segurança e a confidencialidade da comunicação entre empregado e empresa.
Como um ataque pode ser
efetivado
Os ataques a roteadores podem fazer com que
criminosos sequestrem o DNS (Sistema de Nome de Domínio) e redirecionem o
tráfego de dados para servidores dos criminosos, capturando todos os dados
sigilosos, senhas e até mesmo acesso aos e-mails.
Por exemplo, no início de junho de 2022, a Agência
de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) norte-americana emitiu um
alerta em conjunto com outras agências de segurança sobre ameaças oriundas do
governo chinês que aproveitavam os dados roubados “na casa” dos trabalhadores
para pivotar e tentar invadir os sistemas das empresas.
“Mesmo que os fabricantes consertem as
vulnerabilidades, sempre surgem novas ameaças”, diz Süffert.
Outros tipos de dispositivos também visados pelos
cibercriminosos são: VoIP, sistema de telefonia por internet, dispositivos IoT
(Internet of Things), como câmeras de vigilância e até mesmo aplicações
domésticas, que, por estarem conectadas, podem servir de objetos para ações
como parte de botnets que executam ataques de negação de serviço contra os mais
diversos alvos.
Ações recomendadas
Os especialistas da Apura indicam alguns
procedimentos, mesmo que possam parecer simples, que aumentam o nível de
segurança doméstico e reduzem o risco de invasão.
Manter os dispositivos conectados à internet sempre
atualizados é um passo importante. A sua operadora pode fornecer informações
importantes, como versão e últimas atualizações, e ajudar no procedimento.
Troque as senhas padrões e realize mudanças de
senhas com frequência. Outro ponto importante é manter-se informado sobre as
ameaças. Muitas empresas como a Apura lançam bastante informações sobre
cenários atuais de ameaças, informações que podem ser consultadas na internet.
Também fale com sua empresa para saber quais são as
ferramentas de segurança que ela faz uso e como deve ser feito todo e qualquer
tipo de acesso remoto.
“Ter uma ferramenta de inteligência de ameaças
fornecendo informações atuais, fidedignas e acionáveis faz toda a diferença no
atual cenário cibernético em que novas ameaças, cada vez mais avançadas, surgem
todos os dias”, diz o CEO da Apura.
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