Vivemos de expectativas,conduzimos nossas rotinas e ações de acordo com o que esperamos para o futuro.Se a previsão do tempo indica que no próximo final de semana teremos dias de sol e calor, já nos preparamos para curtir uma praia ou o clube com a família. Se a previsão for de chuva e frio, já planejamos a série que vamos “maratonar” debaixo das cobertas... o mercado de capitais não é diferente: as expectativas futurasque existem para os principais índices e benchmarks da economia interferem diretamente na precificação e comportamento dos ativos no presente.
Os ativos de renda fixa, especialmente, ilustram
perfeitamente esta relação entre presente e futuro: quando investimos hoje em
um título que vence em uma data futura, estamos lidando diretamente com os
juros futuros, isto é: com a expectativa que o mercado tem hoje para o juros no
futuro (curva de juros). Esta projeção do que está por vir nos ajuda inclusive
à mensurarmos a atratividade de um ativo ou estratégia de investimento.Neste
ano, a taxa SELIC foi elevada à 13,75% pelo Banco Central do Brasil, o que
trouxe os ativos de renda fixa de volta aos holofotes e à preferência de grande
parte dos investidores. Mas o mesmo Banco Central do Brasil, através da Ata do
COPOM (Comitê de Política Monetária) divulgada em 09/08/22, já sinalizou que o
ciclo de alta da taxa SELIC está no fim e mostra, via Relatório Focus
(documento que resume as estatísticas calculadas considerando as projeções
econômicas do mercado), que a taxa básica de juros começará à ser reduzida já
em 2023.
Esta sinalização do Bacen impacta diretamente na
expectativa geral do mercado quanto aos juros futuros, que por sua vez,
impactam o nível de retorno dos ativos de renda fixa. A conjunção das projeções
de queda da taxa SELIC (futuro) com seu nível percentual atual (presente) traz
algumas oportunidades interessantes de investimento nesta classe de ativos:
- Títulos pré-fixados pagando mais de 1,2% ao mês;
- Títulos IPCA+ pagando mais 5% de ganho real (acima da inflação) ao
ano;
- Títulos pós-fixados, com liquidez diária ou não, pagando mais 1% ao
mês.
Uma
dica interessante é, à medida do possível e respeitando seu horizonte de
investimento e perfil deinvestidor(a), aproveitar estes níveis de retorno com
títulos de longo prazo. Desta forma, de acordo com o as características
específicas de cada título, é possível:
-“travar” seu nível de rentabilidade em patamares mais elevados, mesmo quando os juros não estiverem mais tão altos;
- realizar ganhos extras com a venda antecipada do título à mercado;
- otimizar a estratégia de renda fixa com mais eficiência fiscal: os
títulos tributados chegam à sua menor
alíquota de IR após 02 anos.
Este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra
ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de
investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado. De preferência,
consulte um profissional qualificado para assessorá-lo(a) na elaboração de sua
estratégia de investimentos.
Rafael
Galdin - Head de Renda Fixa e Global Markets da Quattro Investimentos e
Especialista de Investimentos certificado pela ANBIM
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