Confira as origens inesperadas,
significados ocultos e outras curiosidades incríveis das palavras que usamos no
dia a dia
Considerado
por muitos como um dos idiomas mais difíceis de se aprender, a língua
portuguesa é amada e temida ao mesmo tempo. Suas regras de gramática e
ortografia podem pregar peças até mesmo nos mais atentos. Por isso, vale sempre
ter à mão um bom material de consulta para evitar deslizes.
Esta
é a missão do professor, gramático e lexicógrafo, Luiz Antonio Sacconi, no
livro Nosso
Português do Dia a Dia, lançamento da Matrix Editora. A obra
responde dúvidas comuns do dia a dia com uma linguagem irreverente e
observações ácidas.
No
livro, Sacconi revela ainda fatos pouco conhecidos sobre a língua portuguesa
que divertem e ensinam ao mesmo tempo. Separamos 10 destas curiosidades
hilárias para você conferir abaixo. Boa leitura!
- Quantas
palavras fazem parte, hoje, do vocabulário português?
Cerca
de 500 mil palavras fazem parte do vocabulário português atualmente, mas novas
palavras são incorporadas diariamente. Isso porque incorporamos termos como
“deletar”, “blogue” e “selfie”, por exemplo, enquanto outros vão sendo
esquecidos: “datilógrafo”, “fax” e “mimeógrafo”.
- Quais
são os países onde se fala a língua portuguesa?
Os
países lusófonos, ou seja, aqueles em que se fala a língua portuguesa são:
Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste. Continua sendo falada na cidade chinesa de Macau,
região autônoma chinesa e território português até 1999, mas tende a ser
preterida em favor do mandarim.
- Qual
a maior palavra da língua portuguesa?
A
maior palavra da língua portuguesa é
neumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, adjetivo de
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, doença rara causada pela
aspiração de microscópicas partículas de cinzas vulcânicas. Ocorre muito quando
um vulcão acorda. Portanto, não é anticonstitucionalissimamente a maior palavra
da língua portuguesa, como muitos alardeiam por aí.
- Por
que usamos “brasileiro” e não “brasilense” para definir quem nasce no
Brasil?
A
palavra brasileiro é interessante, porque, no século XVI, quando o Brasil foi
descoberto, era o negociante de pau-brasil que recebia essa designação. Não era
o que nascia no Brasil, mesmo porque o nosso país, naquela época, nem se
chamava Brasil. Em rigor, quem nascesse no Brasil teria de ser chamado
brasilense ou então brasilês. No entanto, prevaleceu brasileiro (que, cá para
nós, é bem mais palatável). O sufixo -eiro, que se vê em brasileiro, não indica
origem ou naturalidade.
- Existe
diferenças de sentido entre as palavras “escutar” e “ouvir”?
Escutar
é ficar atento para ouvir, é aplicar o ouvido para perceber bem os sons, é
esforçar-se para ouvir. Ouvir é receber os sons através do ouvido. Escutar é
uma ação reflexa que vem da curiosidade ou da desconfiança. Ouvir é um ato
natural de todos os seres vivos que não são surdos. Em escutar está sempre
presente a ideia de esforço, inexistente em ouvir.
- Como
surgiu a palavra canibal?
A
palavra canibal surgiu por acaso, em razão de um erro de leitura. Cristóvão
Colombo, quando descobriu a América, em 1492, ao fazer referência a silvícolas
antropófagos em seu diário de viagem, anotou “caribales” (plural de caribal, em
espanhol), ou seja, habitantes do Caribe. Ao ler a palavra, alguém trocou o l
pelo “n”. Nasciam, assim, os canibais.
- Qual
a lógica por trás das palavras “piscina” e “aquário”?
“Piscina”
traz o radical pisc- (peixe), e “aquário” traz o radical aqu- (água). Assim,
pela lógica, os peixes deveriam ser criados em piscina; e nos aquários é que
deveríamos praticar a natação. A semântica, porém, quis exatamente o contrário:
nadamos na piscina e criamos peixes no aquário.
- A
palavra “candidato” tem algum significado oculto?
Candidato
pertence à mesma família de cândido. Na antiga Roma, todo aquele que aspirasse
a empregos públicos tinha de vestir uma túnica branca, para demonstrar a
sinceridade e a pureza de suas intenções. Hoje, também, mas sem túnica branca,
todo candidato procura mostrar sinceridade e pureza de intenções.
- O
que as palavras “paralelepípedo” e “competitividade” têm em comum?
Nestas
palavras existem sílabas gêmeas: “lelé” numa, “titi” noutra. Muitos, na
pronúncia, “comem” uma dessas sílabas e dizem “paralepípedo”, “competividade”.
Para evitar isso, basta prestar atenção aos acentos secundários:
“paralelepípedo”, “compêtitìvidáde”.
- Pingue-pongue
e tênis de mesa são a mesma coisa?
Sim
e não. Costuma chamar-se pingue-pongue os jogos informais ou domésticos, nos
quais não se atenta com rigor às regras dessa modalidade. O tênis de mesa
surgiu na década de 1890 na Inglaterra como uma forma de diversão familiar, uma
alternativa caseira ao tênis. A brincadeira se espalhou rapidamente por todo o
país, chegando aos Estados Unidos no início do século XX.
Ficha técnica
Livro: Nosso português do dia a dia
Autor: Luiz
Antonio Sacconi
Editora: Matrix
Editora
ISBN: 978-65-5616-259-1
Páginas: 280
Formato: 16
x 23 cm
Preço: R$
64,00
Onde encontrar: Matrix
Editora, Amazon
Sobre
o autor: Luiz
Antonio Sacconi é professor de Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo
(USP), além de gramático e autor best-seller com mais de 80 obras publicadas.
Seu trabalho sempre esteve cercado de polêmicas, como, em 2010, quando incluiu
em seu dicionário o termo petralha,
neologismo de uso popular. Segundo a Associação Brasileira dos Autores de
Livros Didáticos, a Abrale, Sacconi é um dos autores que mais sofrem plágio do
Brasil.
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