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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Conscientização sobre o câncer ginecológico é destaque do mês de setembro

Diagnóstico precoce e vacinação contra o HPV contribuem para a prevenção da doença que é a terceira patologia que mais acomete as mulheres
 

Como alerta sobre a prevenção do câncer ginecológico, o mês de setembro foi escolhido como o período de alerta à doença que pode acometer o aparelho reprodutor feminino, como do colo do útero, endométrio, vagina e vulva. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2019, os tumores ginecológicos ocuparam o terceiro lugar dentre os cânceres mais comuns nas mulheres, sendo que 70% dos casos estão relacionados ao câncer do colo de útero. 

Diante deste cenário, é importante que as mulheres conheçam os principais fatores de risco e seus sintomas, além de estarem constantemente atentas à saúde, realizando consultas de rotina com especialistas para caso necessário, ter o diagnóstico precoce e definir o melhor tratamento. 

Vale acrescentar que, o câncer de colo de útero é um tumor evitável. Para se ter uma ideia, ele está relacionado, em cerca de 95% a 99% dos casos, ao vírus HPV, conhecido também como Papilomavírus humano. “Nós podemos dizer que para ter o câncer do colo do útero é muito provável que a paciente possua o HPV. Mas, existem outros fatores de risco associados, como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, uso de hormônios, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, tabagismo, baixa imunidade, além de HIV, hepatite B ou C, transplantes e infecções genitais, como clamídia, gonorreia e vaginite bacteriana”, explica a Dra. Adriana Bittencourt Campaner, ginecologista do Salomão Zoppi, laboratório de análises clínicas e de imagem da Dasa, a maior rede de saúde integrada do país. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 10 milhões de infectados pelo vírus do HPV no Brasil, considerando mulheres e homens. A médica ressalta que o HPV é transmitido, principalmente, pela atividade sexual e o preservativo evita de 70% a 80% das contaminações, porém também é possível ocorrer a transmissão apenas pela manipulação (sem a necessidade de tirar as roupas), como colocar mão no pênis ou na vagina e até mesmo em outras partes contaminadas do corpo. “Há, inclusive, alguns relatos em que a transmissão aconteceu através do compartilhamento de toalhas e roupas íntimas”, comenta a médica. Geralmente, o HPV permanece no organismo de dois anos a dois anos e meio em média. 

Existem dois tipos de prevenção para o câncer de colo uterino: a primária, quando é possível evitar que a pessoa entre em contato com o vírus, por meio da orientação sexual dos jovens e a vacinação contra o HPV; e a secundária, que é o rastreio do pré-câncer, evitando que se torne um câncer. Segundo a Dra. Adriana “esse rastreio dos pré-cânceres de colo do útero é realizado pela coleta do exame de Papanicolau e do teste de DNA do HPV. O ginecologista examina e colhe os exames. Ao descobrir uma alteração, solicita outro exame mais detalhado para o diagnóstico final, a colposcopia”.
 

Vacina contra o HPV

Aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2017, a vacina disponível no Brasil tem função quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos do vírus: os sorotipos 6 e 11, que causam condiloma acuminado (verruga genital), e os sorotipos 16 e 18, responsáveis pelo câncer de colo uterino, câncer de pênis e câncer de ânus. 

O público-alvo que pode tomar a vacina HPV são mulheres e homens de 9 a 45 anos. Entretanto, a faixa etária prioritária são crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, justamente porque, em sua maior parte, não tiveram ainda exposição aos vírus que compõem a vacina. Mas, adultos que não tenham tomado a vacina quadrivalente podem se vacinar mesmo que já tenham tido uma infecção por HPV, afinal ainda estão suscetíveis a tipos diferentes daquele que contraíram. 

“O esquema de vacinação contra o HPV varia de acordo com a idade. Crianças e adolescentes a partir de 9 anos, até antes de completarem 15 anos, devem tomar somente duas doses com seis meses de intervalo. Já jovens e adultos, acima dessa faixa etária prioritária, precisam de três doses, sendo a segunda com intervalo de um a dois meses, e a terceira seis meses em relação a primeira”, acrescenta a Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista especialista em vacinas do Salomão Zoppi. 

A Dra. Maria Isabel explica que a vacina contra o HPV é feita a partir de proteínas do vírus, sendo capaz de gerar uma elevada produção de anticorpos, superior a infecção natural, sem qualquer risco de causar a doença. “É muito importante que todos saibam que essa é uma vacina segura e que protege contra doenças que podem ser evitadas sem maiores problemas. Além disso, é preciso esclarecer que, se ocorrerem, os efeitos adversos são leves e passageiros”. 

Ao comentar sobre o total de imunizados no país, a especialista ressalta que, em 2020, somente 55% das meninas entre 9 e 14 anos tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. “Esse é um número muito abaixo da meta, considerando-se que uma cobertura vacinal ideal seria de pelo menos 90% para uma redução efetiva da circulação do vírus. Quem se vacina não está apenas se protegendo contra as infecções e cânceres que o HPV pode causar, mas também está zelando pelos seus parceiros”, finaliza a Dra Maria Isabel.

 

Salomão Zoppi 

https://www.salomaozoppi.com.br/

https://nav.dasa.com.br/


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