Diagnóstico precoce e vacinação contra o HPV
contribuem para a prevenção da doença que é a terceira patologia que mais
acomete as mulheres
Como alerta sobre a prevenção do câncer
ginecológico, o mês de setembro foi escolhido como o período de alerta à doença
que pode acometer o aparelho reprodutor feminino, como do colo do útero,
endométrio, vagina e vulva. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), em 2019, os tumores ginecológicos ocuparam o terceiro lugar dentre os cânceres
mais comuns nas mulheres, sendo que 70% dos casos estão relacionados ao câncer
do colo de útero.
Diante deste cenário, é importante que as mulheres
conheçam os principais fatores de risco e seus sintomas, além de estarem
constantemente atentas à saúde, realizando consultas de rotina com
especialistas para caso necessário, ter o diagnóstico precoce e definir o
melhor tratamento.
Vale acrescentar que, o câncer de colo de útero é
um tumor evitável. Para se ter uma ideia, ele está relacionado, em cerca de 95%
a 99% dos casos, ao vírus HPV, conhecido também como Papilomavírus humano. “Nós
podemos dizer que para ter o câncer do colo do útero é muito provável que a
paciente possua o HPV. Mas, existem outros fatores de risco associados, como
início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, uso de hormônios, uso
prolongado de pílulas anticoncepcionais, tabagismo, baixa imunidade, além de
HIV, hepatite B ou C, transplantes e infecções genitais, como clamídia,
gonorreia e vaginite bacteriana”, explica a Dra. Adriana Bittencourt Campaner,
ginecologista do Salomão Zoppi, laboratório de análises clínicas e de imagem da
Dasa, a maior rede de saúde integrada do país.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
existem aproximadamente 10 milhões de infectados pelo vírus do HPV no Brasil,
considerando mulheres e homens. A médica ressalta que o HPV é transmitido,
principalmente, pela atividade sexual e o preservativo evita de 70% a 80% das
contaminações, porém também é possível ocorrer a transmissão apenas pela
manipulação (sem a necessidade de tirar as roupas), como colocar mão no pênis
ou na vagina e até mesmo em outras partes contaminadas do corpo. “Há,
inclusive, alguns relatos em que a transmissão aconteceu através do
compartilhamento de toalhas e roupas íntimas”, comenta a médica. Geralmente, o
HPV permanece no organismo de dois anos a dois anos e meio em média.
Existem dois tipos de prevenção para o câncer de
colo uterino: a primária, quando é possível evitar que a pessoa entre em
contato com o vírus, por meio da orientação sexual dos jovens e a vacinação
contra o HPV; e a secundária, que é o rastreio do pré-câncer, evitando que se
torne um câncer. Segundo a Dra. Adriana “esse rastreio dos pré-cânceres de colo
do útero é realizado pela coleta do exame de Papanicolau e do teste de DNA do
HPV. O ginecologista examina e colhe os exames. Ao descobrir uma alteração,
solicita outro exame mais detalhado para o diagnóstico final, a colposcopia”.
Vacina contra o HPV
Aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) em 2017, a vacina disponível no Brasil tem função
quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos do vírus: os sorotipos 6 e
11, que causam condiloma acuminado (verruga genital), e os sorotipos 16 e 18,
responsáveis pelo câncer de colo uterino, câncer de pênis e câncer de ânus.
O público-alvo que pode tomar a vacina HPV são
mulheres e homens de 9 a 45 anos. Entretanto, a faixa etária prioritária são
crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos, justamente porque, em sua maior parte,
não tiveram ainda exposição aos vírus que compõem a vacina. Mas, adultos que
não tenham tomado a vacina quadrivalente podem se vacinar mesmo que já tenham
tido uma infecção por HPV, afinal ainda estão suscetíveis a tipos diferentes
daquele que contraíram.
“O esquema de vacinação contra o HPV varia de
acordo com a idade. Crianças e adolescentes a partir de 9 anos, até antes de
completarem 15 anos, devem tomar somente duas doses com seis meses de
intervalo. Já jovens e adultos, acima dessa faixa etária prioritária, precisam
de três doses, sendo a segunda com intervalo de um a dois meses, e a terceira
seis meses em relação a primeira”, acrescenta a Dra. Maria Isabel de Moraes
Pinto, infectologista especialista em vacinas do Salomão Zoppi.
A Dra. Maria Isabel explica que a vacina contra o
HPV é feita a partir de proteínas do vírus, sendo capaz de gerar uma elevada
produção de anticorpos, superior a infecção natural, sem qualquer risco de
causar a doença. “É muito importante que todos saibam que essa é uma vacina
segura e que protege contra doenças que podem ser evitadas sem maiores
problemas. Além disso, é preciso esclarecer que, se ocorrerem, os efeitos
adversos são leves e passageiros”.
Ao comentar sobre o total de imunizados no país, a
especialista ressalta que, em 2020, somente 55% das meninas entre 9 e 14 anos
tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. “Esse é um número muito abaixo da
meta, considerando-se que uma cobertura vacinal ideal seria de pelo menos 90%
para uma redução efetiva da circulação do vírus. Quem se vacina não está apenas
se protegendo contra as infecções e cânceres que o HPV pode causar, mas também
está zelando pelos seus parceiros”, finaliza a Dra Maria Isabel.
Salomão Zoppi
https://www.salomaozoppi.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário