No dia 25 de julho é comemorado o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. A data foi instituída em 1992, após o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana. O evento aconteceu para dar visibilidade à luta das mulheres contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo.
Hoje, a data é mais um momento
importante para falar sobre a luta e a resistência do povo negro. Por este
motivo, o Lunetas,
espaço 100% dedicado à reflexão sobre a infância, lista 7 dicas para quem
deseja conversar sobre racismo com os pequenos, já que a educação antirracista
é fundamental para criar crianças livres de preconceitos.
Informação é a chave!
É essencial ir atrás de informações de qualidade para que se
entenda como funciona o racismo e como ele organiza a sociedade. Especialmente
para famílias não negras, é necessário se aprofundar nas reflexões e percepções
sobre discriminação e desigualdade étnico-racial, reconhecer seus privilégios e
tomar para si a responsabilidade de alargar os diferentes cenários de convívio
das crianças. Uma sugestão é o livro ‘Pequeno Manual Antirracista’, escrito
pela filósofa e ativista Djamila Ribeiro, que trata de diversos temas
relacionados às relações raciais e à promoção da igualdade.
Seja honesto
As crianças estão descobrindo o mundo e, por isso, é comum
que existam novos questionamentos todos os dias. Quando se trata de assuntos
relacionados a preconceitos, os adultos podem se sentir pegos de surpresa e não
saber exatamente como reagir - mas a verdade é que é necessário ser o mais
honesto possível e, caso não saiba a resposta, não há problema em dizer que vai
pesquisar e depois retomar a conversa.
Preste atenção no vocabulário
As palavras que utilizamos carregam sentido e história e
algumas expressões racistas ainda estão impregnadas no vocabulário dos
brasileiros, como “cabelo duro”, “humor negro” e “inveja branca”. É necessário
que os adultos orientem as crianças, por meio do exemplo, deixando de
naturalizar esses termos, estigmas, piadas racistas e comentários pejorativos.
Entretenimento com representatividade
Observe os conteúdos e materiais que entram em contato com
as crianças ao seu redor, seja por meio dos livros e filmes infantis, vídeos no
YouTube e diversos conteúdos on-line. É importante se atentar ao grau de
representatividade, além da mensagem que está sendo transmitida. Uma dica é o
livro “A cor de Coraline”, do autor Alexandre Rampazo, que propõe uma reflexão
sobre identidade, representatividade, empatia e consciência.
Preste atenção ao seu redor
A diversidade não deve estar presente apenas no discurso,
mas, sim, ser vivenciada e processada diariamente. Por isso, é extremamente
importante que os espaços de convivência das crianças sejam plurais. Por
exemplo, famílias brancas devem observar os lugares que frequentam, que tipo de
mensagem eles transmitem, se são espaços que valorizam a diversidade e se há
pessoas negras em suas relações.
Referências
Reflita sobre quem são as referências positivas da sua
família e como isso é transmitido para os pequenos. Conhecer e apresentar
artistas, políticos, ativistas e cientistas negros e negras, por exemplo,
ampliarão o repertório das crianças, permitindo que muitas delas se
identifiquem e possam sonhar com carreiras e futuros diferentes.
Defenda a educação antirracista nas escolas
A escola deve ser um ambiente de convívio, troca e
experimentação. Por isso, famílias com crianças negras ou não devem estar
sempre atentas, com o apoio dos educadores, para prevenir e/ou denunciar
qualquer situação de racismo e discriminação. Além disso, observe se a escola
proporciona uma educação antirracista, conversando sobre situações do cotidiano
e fazendo com que a diversidade atravasse as salas de aula em sua decoração,
livros, brincadeiras e ideias compartilhadas.
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