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terça-feira, 19 de julho de 2022

Depressão e Saúde Bucal: Você Sabe a Relação?

Depressão e ansiedade são os principais casos desenvolvedores de bruxismo.


A saúde mental faz parte da saúde do ser humano como um todo, não tem como separar. E sorrir pode ser um verdadeiro desafio quando se está enfrentando uma depressão. 

A depressão é uma doença psiquiátrica, em que os distúrbios frequentes de humor e a falta de ânimo podem acabar afetando fisicamente e inclusive a saúde bucal. 

A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que diagnósticos de depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida. 

O estudo “The association between poor dental health and depression: findings from a large-scale, population-based study”, realizado por Adrienne O’Neil e Michael Berk, respetivamente das universidades de Deakin e Monash, na Austrália. De acordo com os pesquisadores, que analisaram os dados de mais de 10 mil doentes, a depressão está relacionada com fatores objetivos e subjetivos de uma má saúde bucal. 

Segundo a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal Dra. Bruna Conde diante de picos de estresse e ansiedade, o corpo de muitas pessoas pode responder com o aparecimento de aftas e o hábito de apertar ou ranger os dentes durante o dia e/ou noite (bruxismo). Como há uma alta no cortisol, conhecido como "hormônio do estresse", há consequentemente um enfraquecimento do sistema imunológico, que facilita o acesso de bactérias, surgimento de problemas gengivais e hálito. 

De acordo com a Dra. Bruna, uma das principais causas do bruxismo vem de problemas psicológicos, especialmente ansiedade e depressão. O apertamento e ranger dos dentes podem ocasionar diversas consequências ao paciente, como lesões orofaciais, desgaste excessivo dos dentes, distúrbios das articulações da mandíbula, sensibilidade e dor muscular. 

“Pacientes com quadro de ansiedade e depressão são os que mais sofrem com a disfunção da articulação temporomandibular (DTM), que causa dores frequentes de cabeça, estalos na mandíbula e até mesmo dificuldade para abrir e fechar a boca.” salienta a especialista Bruna Conde.

Outro fator se dá ao tratamento com antidepressivos, que podem gerar efeitos colaterais como a diminuição da saliva, podendo ocasionar infecções, cáries, fissuras, doença periodontal, alteração do hálito, entre outros danos. 

Muitos buscam compensações ou desenvolvem compulsão por alimentos ricos em açúcares e carboidratos, que geram uma sensação de satisfação temporária. “Mas, quando consumido em excesso, e com a higienização negligenciada após o consumo, o comportamento aumenta os riscos de cáries, ou seja, uma deterioração da estrutura dentária por causa da presença de bactérias na boca. Esse descuido se explica na grande maioria das vezes, o fato do paciente estar deprimido e com sentimento de incapacidade, insuficiência, tristeza profunda e grande perda de energia que influencia diretamente na ida ao dentista e nos cuidados diários.” destaca a especialista. 

“Caberá a um profissional especializado avaliar cada caso com cautela, oferecendo um atendimento bastante humanizado e individual, de acordo com a condição psicológica de cada paciente.” fala a Dra. Bruna. 

Cuidar da sua saúde mental e da bucal pode ajudar a restaurar o equilíbrio e o bem-estar, por isso, é importante buscar manter corpo e mente sãos.

  

Dra Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.
CRO SP 102038

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