Depressão e ansiedade são os principais casos desenvolvedores de bruxismo.
A saúde mental faz parte da saúde do ser humano como um todo, não tem como
separar. E sorrir pode ser um verdadeiro desafio quando se está enfrentando uma
depressão.
A depressão é uma doença psiquiátrica, em que os
distúrbios frequentes de humor e a falta de ânimo podem acabar afetando
fisicamente e inclusive a saúde bucal.
A última pesquisa mais abrangente, da Vital
Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que diagnósticos de
depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação
Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá
depressão ao longo da vida.
O estudo “The association between poor dental
health and depression: findings from a large-scale, population-based study”,
realizado por Adrienne O’Neil e Michael Berk, respetivamente das universidades
de Deakin e Monash, na Austrália. De acordo com os pesquisadores, que
analisaram os dados de mais de 10 mil doentes, a depressão está relacionada com
fatores objetivos e subjetivos de uma má saúde bucal.
Segundo a cirurgiã dentista e especialista em saúde
bucal Dra. Bruna Conde diante de picos de estresse e ansiedade, o corpo de
muitas pessoas pode responder com o aparecimento de aftas e o hábito de apertar
ou ranger os dentes durante o dia e/ou noite (bruxismo). Como há uma alta no
cortisol, conhecido como "hormônio do estresse", há consequentemente
um enfraquecimento do sistema imunológico, que facilita o acesso de bactérias,
surgimento de problemas gengivais e hálito.
De acordo com a Dra. Bruna, uma das principais
causas do bruxismo vem de problemas psicológicos, especialmente ansiedade e
depressão. O apertamento e ranger dos dentes podem ocasionar diversas
consequências ao paciente, como lesões orofaciais, desgaste excessivo dos
dentes, distúrbios das articulações da mandíbula, sensibilidade e dor muscular.
“Pacientes
com quadro de ansiedade e depressão são os que mais sofrem com a disfunção da
articulação temporomandibular (DTM), que causa dores frequentes de cabeça,
estalos na mandíbula e até mesmo dificuldade para abrir e fechar a boca.”
salienta a especialista Bruna Conde.
Outro fator se dá ao tratamento com antidepressivos, que podem gerar efeitos colaterais como a diminuição da saliva, podendo ocasionar infecções, cáries, fissuras, doença periodontal, alteração do hálito, entre outros danos.
Muitos buscam compensações ou desenvolvem compulsão
por alimentos ricos em açúcares e carboidratos, que geram uma sensação de
satisfação temporária. “Mas, quando consumido em excesso, e com a higienização
negligenciada após o consumo, o comportamento aumenta os riscos de cáries, ou
seja, uma deterioração da estrutura dentária por causa da presença de bactérias
na boca. Esse descuido se explica na grande maioria das vezes, o fato do
paciente estar deprimido e com sentimento de incapacidade, insuficiência,
tristeza profunda e grande perda de energia que influencia diretamente na ida
ao dentista e nos cuidados diários.” destaca a especialista.
“Caberá a um profissional especializado avaliar
cada caso com cautela, oferecendo um atendimento bastante humanizado e
individual, de acordo com a condição psicológica de cada paciente.” fala a Dra.
Bruna.
Cuidar da sua saúde mental e da bucal pode ajudar a
restaurar o equilíbrio e o bem-estar, por isso, é importante buscar manter
corpo e mente sãos.
CRO SP 102038
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