E, para aqueles que têm interesse em se submeter a ela, é necessária uma avaliação psicológica minuciosa.
Segundo Dolores Pinheiro Fernandes, psicóloga da Clínica Maia, é preciso entender o que a comida representa para o paciente. “No processo de análise, é imprescindível conversar muito sobre o excesso de comida, se ela está preenchendo algum vazio, alguma falta ou compensando parte da vida, devido a estresse, tristeza e ansiedade”.
A especialista alerta, ainda, que o acompanhado terapêutico deve ser contínuo, o que, muitas vezes, não acontece. “Aqui na clínica, há pacientes que passaram pela bariátrica e estão, agora, em tratamento da dependência química. Muitos deles acabam não seguindo adequadamente a ajuda especializada paralela à realização do procedimento, o que é arriscado, porque esses pacientes já possuem uma compulsão instalada e, após a cirurgia, podem transferi-la para outras substâncias como o álcool. Por isso, é fundamental ter uma assistência multidisciplinar ininterrupta, com o suporte psicológico, médico e nutricional”, explica Dolores.
A psicóloga salienta também a importância de compreender o relacionamento com o alimento. “A cirurgia não finaliza quando termina de operar. É um processo cheio de fases no qual a pessoa vai aprender a se alimentar melhor e devagar, mastigar direito, entre outros aspectos, então, nesse contexto, é crucial trabalhar a relação afetiva com a comida”, comenta.
E mais: para que o tratamento seja bem-sucedido no pós-operatório, o auxílio da família é outro fator essencial. “Poder contar com um familiar para cuidar da alimentação e dar apoio ao paciente é algo primordial. Vai haver momentos de irritabilidade, onde o paciente vai precisar se adaptar, se redescobrir, e justamente por isso esse amparo dos familiares é importante, inclusive para entender e estimular a pessoa a seguir corretamente com o acompanhamento para o resto da vida”, completa a especialista.
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