Recentemente a Anvisa determina que os cigarros eletrônicos, os “vapes”, não tratam o tabagismo tradicional e trazem diversos riscos a saúde. Mesmo com a venda e importação proibidas, os dispositivos ainda são encontrados no país, entre jovens, adultos e inclusive entre os famosos.
Entre os famosos, o modelo e influenciador Lucas Viana mês passado precisou ser
socorrido após falta de ar grave. A rapper e cantora internacional Doja Cat em
Maio teve uma infecção com ferida aberta e precisou retiras as amígdalas. O
cantor Zé Neto no ano passado desenvolveu problemas pulmonares, entre muitos
outros que foram prejudicados pelo uso do vape.
Os cigarros eletrônicos possuem uma série de
substâncias em sua composição que provocam danos à saúde. Segundo o Instituto
Nacional do Câncer (INCA), as substâncias podem provocar enfisema pulmonar
(problemas respiratórios graves), além de câncer, problemas do coração,
intoxicação, infecções na boca e na garganta, além do mau hálito.
O cigarro eletrônico ganhou muita popularidade
entre os fumantes, com a falsa pretensão de que seria menos nocivo à saúde, por
conter menor quantidade de nicotina. E que inclusive ajudaria a reduzir, e até
mesmo acabar de vez, com o consumo dos cigarros normais. Mas isso tudo não
passa de mito.
Segundo a cirurgiã dentista e especialista em
halitose Dra. Bruna Conde, além de prejudicial à saúde, existe uma série de
riscos e danos que o famoso “vape” pode causar na boca e nos dentes. O cigarro
eletrônico interfere, por exemplo, nas substâncias presentes na cavidade bucal,
podendo causar inflamação nas gengivas. “Se ilude quem acha que o cigarro não
faz tanto mal. Na verdade os malefícios do cigarro eletrônico são os mesmos
comparados aos do cigarro tradicional, fora os problemas que o uso do vape pode
trazer para os dentes, gengiva, língua, lábios, bochecha e garganta” argumenta
a cirurgiã dentista.
Inflamação na gengiva, abscessos, perda dos dentes
e perda óssea estão entre as doenças periodontais que mais se relacionam com o
uso de cigarros eletrônicos. O dano inicial mais comum causado pelo vape é o
mau hálito, o acessório tem nicotina, que pode alterar os odores na cavidade
bucal, isso combinando com uma má higiene pode contribuir com o mau hálito,
como explica a Dra. Bruna que é cirurgiã dentista e especialista em halitose: “
Essa combinação de escovar e higienizar de forma incorreta ou insuficiente,
mais o cigarro que pode contribuir para secura bucal e descamação pode piorar o
hálito consideravelmente, tornando-o desagradável, e nesses casos mascar
chiclete não adianta nada, a única saída é avaliação, tratamento e
acompanhamento de um profissional capacitado”.
Outro problema que pode surgir com o consumo do cigarro eletrônico, é a retração gengival. De acordo com a especialista: “O tabaco e a nicotina reduzem o fluxo sanguíneo, consequentemente diminui a quantidade de nutrientes que as gengivas precisam para se manterem saudáveis. Com isso os tecidos acabam danificados, junto com hábitos e estilo de vida não saudáveis, pode levar à retração gengival. Essa retração deixa a raiz dos dentes exposta e extremamente sensível.”
Além de todas essas complicações, a Dra. Bruna
Conde também chama a atenção para um problema que é comum para quem fuma: o
escurecimento da gengiva e o amarelamento dos dentes. Esteticamente causa
incômodo e desconforto ao paciente. “As substâncias presentes na fumaça do
vape, se acumulam nas superfícies dos dentes e aderem ao esmalte, resultando no
escurecimento da coloração que não sai na escovação” diz. “Isso tudo sem falar
que a nicotina estimula a produção de melanina, que é responsável pelo
surgimento das manchas escuras nas gengivas.” complementa Bruna.
Vale ressaltar que o cigarro eletrônico pode levar a um dos maiores pesadelos quando falamos em doenças periodontais, o acúmulo de placas bacterianas. “Esse problema pode ocorrer em qualquer pessoa que não realiza adequadamente uma higienização bucal, porém os fumantes possuem riscos maiores de desenvolver essas doenças, pois as substâncias do cigarro eletrônico alteram o ph de toda cavidade bucal, a boca fica mais seca, porque a nicotina diminui a produção de saliva”. explica a Dra. Bruna Conte. Entre as consequências da falta de salivação da boca, inclui o risco do surgimento de cáries. A mucosa bucal fica mais sensível, podendo causar feridas na boca, nos lábios e fissuras na língua, ocasionando dificuldade para mastigar e higienização.
As consequências da falta de tratamento para as doenças periodontais pode levar
à perda de dentes e mais complicações. “Por isso, é importante se atentar e
evitar que a situação chegue a esse ponto. É evidente a importância de visitas
regulares a um dentista especializado que entenda do assunto. Não descuide da
sua saúde bucal, ela diz muito sobre você”. finaliza a Dra. Bruna Conde.
Dra
Bruna Conde - Dentista Antenada: Cirurgiã Dentista.
CRO SP 102038
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