Comércio registrou perda de quase 20 mil postos de trabalho no período
O setor de serviços criou 128,5 mil vagas de trabalho com carteira assinada nos primeiros três meses do ano, de acordo com a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Dentre as divisões por atividades, educação se destacou, com a geração de 37.915 postos de trabalho no período. O comércio, por outro lado, perdeu quase 20 mil vagas (19.148). Para a Federação, o que preocupa o futuro dos dois setores é o impacto da inflação e do endividamento familiar, ambos elevados. Tal cenário é prejudicial ao consumo das famílias e, certamente, dificultará a geração de empregos no decorrer do ano.
Os números negativos do comércio resultaram dos desligamentos relativos às contratações específicas para o fim de ano, o que explica os desempenhos observados nos setores alimentício e de vestuário. Além disso, há a própria incerteza do empresário para a realização de novos investimentos em mão de obra, frente a uma conjuntura complicada ao consumo das famílias e, consequentemente, às vendas. A perda no varejo foi de 28.904 vagas, influenciada pelo desempenho dos hipermercados e supermercados (-14.817), além de vestuário e acessórios (-7.524). Já as divisões comerciais do atacado e do comércio e a reparação de veículos criaram, juntas, 9.756 postos de trabalho.
No setor de serviços, em março, houve geração de 32.143 empregos. As únicas atividades a sofrerem perdas foram os serviços domésticos (-9) e os administrativos e complementares (-4.165) – este último caso, puxado pelos serviços de seleção, agenciamento e locação de mão de obra (-4.773). O melhor resultado foi observado na divisão de serviços de transporte, armazenagem e correio (8.030), influenciado pelo segmento de transporte rodoviário de carga (4.737). O saldo do mês foi 18% superior ao do mesmo período de 2021, quando o Estado estava na fase mais restritiva do Plano São Paulo de combate à pandemia.
Já o comércio gerou apenas 58 postos de trabalho no terceiro mês do
ano. A estabilidade pode até ser comemorada quando comparada aos resultados domesmo mês do ano anterior, quando foram perdidos mais de 7 mil empregos,
durante as restrições sanitárias impostas pela covid-19. Dentre as três
divisões, o atacado apresentou evolução, com 2.264 vagas, influenciado pelos
segmentos de resíduos e sucatas (300). O varejo perdeu 2.932 postos, com
destaque para os hipermercados e supermercados (-1.143). A divisão do comércio e reparação de veículos, por outro lado, criou 726 vagas.
Desempenho em 12 meses
Nos últimos 12 meses, os serviços no Estado de São Paulo geraram mais de 444 mil postos de trabalho. Os destaques ficaram por conta das atividades administrativas (86.229), dos serviços profissionais e técnicos (55.390) e do setor de informação e comunicação (50.604).
No comércio, houve significativo crescimento entre o início de abril
do ano passado e o fim de março deste ano. Foram 142.573 novas vagas. Houve alta nas três divisões que compõem o setor. Em cada uma delas, destacaram-se o
comércio varejista de vestuário e acessórios, que registrou a criação de 12.159
postos; o atacado de produtos alimentícios em geral, que gerou 2.682; e o
comércio a varejo de automóveis usados, com 2.817 novas vagas.
Comércio e serviços na capital
Em março, o comércio paulistano gerou 998 empregos, dos quais 767 foram no atacado e 265 no comércio e na reparação de veículos. Já o varejo registrou menos 34 vagas. Nos três primeiros meses do ano, a capital obteve saldo negativo de 4.274 empregos. Nos últimos 12 meses, houve criação de 44.869 postos de trabalho celetistas.
Já o setor de serviços registrou 11.826 vagas no terceiro mês do ano.
Nos três primeiros meses, foram mais 49.220 (acima dos mais de 35 mil do
primeiro trimestre do ano passado). Em 12 meses, 210 mil empregos com carteira assinada foram criados no setor, na capital paulista.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) sofreu uma
reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista
do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da
Economia, passando a se chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.
FecomercioSP
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