Dra. Juliana Zuiani, médica neurocirurgiã Crédito: Vanessa Galina |
Maio Cinza é uma campanha para conscientização sobre o câncer no sistema nervoso central (SNC) e um alerta para cuidados relacionados à prevenção da doença. Responsável por 4% das mortes decorrentes de neoplasias em todo o mundo, o câncer de SNC está entre os dez tipos de cânceres mais letais. Em jovens com idade inferior a 15 anos, os tumores do SNC são a segunda principal causa de câncer.
O diagnóstico precoce é fundamental para um bom
resultado no tratamento. Não havendo indicação de rastreamento na população em
geral, é importante não menosprezar alguns sintomas como: convulsões, desmaios,
tontura, desequilíbrio, alterações da fala, deglutição ou da visão, dores de
cabeça persistentes, vômitos, formigamentos e perda de força. A avaliação de um
especialista é de extrema importância nessas situações.
Essa é uma doença com poucos fatores de risco
conhecidos: o tabagismo e a exposição à radiação -- inclusive a radioterapia
para tratamento de outros tipos de câncer. Estes dois são os principais agentes
quando falamos de tumores primários do SNC. Porém, a maior parte dos tumores do
SNC não são primários, ou seja, não se originaram ali. São tumores secundários,
originados de uma neoplasia em outro órgão, conhecidos como metástases. Diante
disso, os fatores de risco são relacionados ao câncer no órgão de origem.
Os pacientes mais jovens, mesmo vitimados com
tumores malignos, respondem bem ao tratamento e podem chegar entre 70% a 80% de
cura. Já nos adultos os resultados não são tão animadores. O Gliobastoma, tumor
primário maligno mais comum no SNC, é bastante agressivo e letal em mais de 70%
dos casos em até cinco anos de duração da enfermidade.
O tratamento dos tumores malignos vai depender o
seu tipo histológico, grau e localização, mas, em geral, o paciente é submetido
a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Os tumores benignos, em sua quase totalidade, têm a
cirurgia como principal arma terapêutica, sendo curativa na grande maioria das
vezes. Em outras situações podemos apenas acompanhar a lesão com exames de
imagem e avaliação clínica periódica.
Conscientizar é uma das melhores formas
de prevenir e salvar vidas.
Dra. Juliana Zuiani - Formada em Medicina pela Unicamp, onde também fez
Residência Médica em Neurocirurgia; Especialização em Neurocirurgia Funcional
na Universidade de Toronto - Canadá, e aperfeiçoamento na Cleveland Clinic --
EUA; Especialização em microcirurgia no ICNE - SP com o Prof. Dr. Evandro de
Oliveira; Título de especialista em Neurocirurgia; Membro da Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Estereotaxia e
Neurocirurgia Funcional; Coordenadora da Divisão de Neurocirurgia Funcional do
Hospital da PUC Campinas.
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