Dados do INEP mostram que pela primeira vez na história as matrículas no
ensino superior via internet superaram as do ensino presencial no Brasil. Entre
os novos universitários, mais de 2 milhões (53,4%) optaram por cursos a
distância e 1,7 milhão (46,6%), pelos presenciais. O especialista em educação e
internet, Alfredo Freitas, que tem 20 anos de experiência, comenta que é
preciso atenção para não apostar em cursos online de baixíssima qualidade.Freepik
O ensino
via internet é uma realidade irreversível no Brasil e no mundo e deve ganhar um
novo impulso no futuro próximo devido a pandemia. É o que afirma Alfredo
Freitas, que é diretor da Universidade americana, Ambra University, e
especialista em educação e internet há 20 anos. O especialista alerta para a
qualidade do ensino superior online que, muitas vezes, é comprometida com o que
ele chama de ‘professor robô”.
“Acredito
que os novos universitários devem estar atentos à qualidade dos cursos
superiores online que se matriculam. É preciso observar se haverá contato com
feedbacks dos professores e a quantidade de alunos por turma. Há um ‘boom’ de
instituições de ensino superior que chegam a colocar mais de 100 alunos por
turma e isso faz com que o professor seja comparável a um robô. Não há
qualidade de ensino que se sustente nesse cenário”, afirma o especialista.
Para
Freitas, mais digitalmente adaptados, os estudantes passarão a distinguir mais
entre as instituições de ensino superior que apostam na massificação da
proposta de aprendizagem e aquelas que priorizam a qualidade do ensino.
“A
diferença essencial entre um curso de excelência para cursos de diplomação
massiva é que, na excelência, os professores, treinados e qualificados,
oferecem contato individualizado e apresentam constantemente feedbacks a cada
estudante garantindo, que cada um realmente tenha alcançado os objetivos
traçados por cada professor em cada disciplina. Sem esse contato entre
professor-aluno, dificilmente haverá aprendizado satisfatório”, alerta.
Custo
Humano nas Universidades
Para
Freitas, universidades presenciais e online com mensalidade muito baixa,
usualmente, sobrecarregam professores com turmas muito lotadas e oferecem curso
superior ‘de massa’. Segundo ele, pode-se oferecer cursos presenciais e online
com turmas de 20 alunos com um professor capaz de fazer uma avaliação e
acompanhamento individualizado, porém, existem universidades que inserem um
número muito maior de alunos por turma.
“O que é
recorrente e realmente significativo em educação é o custo de pessoas e por
isso temos instituições presenciais que conseguem operar com mensalidades de R$ 250 e outras que precisam
operar com mensalidades de R$ 2000 ou mais. Não é porque o prédio daquela com mensalidade menor é um
prédio muito pior, mas sim porque as universidades que investem mais em
professores, garante tempo para acompanhamento, supervisão, avaliação,
conversas e feedback aos estudantes tendem a cobrar mais por isso”, explica
Freitas.
Segundo o
especialista, existem instituições que operam com a figura do ‘professor robô’
em que o docente é um mero expositor. “Não há troca, não há diálogo, não há
acompanhamento individualizado. Logo, o que temos é um ensino com muito menor
qualidade. Quando se fala em formação superior, as pessoas, usualmente, estão
buscando conhecimento além do diploma. Isso deve ser considerado na hora de se
matricular em qualquer instituição”, afirma Alfredo Freitas.
Para o
especialista, professores, orientadores educacionais, supervisores, gestores de
professores, equipe multidisciplinar, todos fazem parte de um grande
investimento institucional pró qualidade do ensino. “São estas equipes que
darão suporte e supervisão para que o ensino seja de qualidade. Quanto mais
qualificados são estes profissionais, mais a instituição deverá investir para
retê-los em seus quadros funcionais. Isso é repassado no valor da mensalidade
paga”, afirma Freitas.
O
especialista repercute que no ensino remoto também existem instituições que
fazem uso da tecnologia para massificar seu processo de ensino. “Com a
possibilidade de se ter um só professor com um número infinito de alunos
conectados a ele, grande parte das instituições online não estão pensando na
qualidade, mas sim na quantidade.
Alfredo Freitas - pós-graduado em ‘Project Management’ pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de Brasília. O renomado profissional tem 20 anos de experiência em Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de revalidação de diplomas no Brasil.
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