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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Cai consumo abusivo de álcool entre brasileiros de 18 a 24 anos

Análise da série histórica do Vigitel, pelo CISA, indicou que prevalência chegou ao menor índice desde 2015, com queda de 25% para 19,3% no último ano

Desde os anos 2000, o consumo de álcool entre os jovens tem diminuído acentuadamente na maioria dos países desenvolvidos. No Brasil, os dados nacionais indicavam um cenário bem diferente. A partir de análise da série histórica do Vigitel, levantamento do Ministério da Saúde, o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema, identificou, no entanto, que o consumo abusivo* de álcool entre os brasileiros de 18 a 24 anos caiu em relação aos dois últimos anos, conforme gráfico abaixo:



“Observamos que a prevalência deste padrão de consumo nesta faixa etária sofreu variações desde 2006 na população geral, com ascendência desde 2015 e pico em 2019, no período pré-pandemia. Por essa razão, chama a atenção a queda em 2021, chegando ao menor índice registrado em sete anos”, analisa a coordenadora do CISA, a socióloga Mariana Thibes.

 

Outro destaque do CISA está relacionado à prevalência do consumo abusivo por sexo: o índice de 22,1% entre os homens é o menor de toda a série histórica (2006-2021) e, entre as mulheres, o recuo de sete pontos percentuais do índice é o maior registrado em todo o período do Vigitel.

 

Para o psiquiatra e presidente executivo do CISA, Arthur Guerra, será necessário aguardar as próximas pesquisas para consolidar esse novo cenário, principalmente em razão da pandemia de COVID-19. “As pesquisas têm demonstrado mundialmente que pessoas que bebiam apenas em situações sociais, como é o caso dos jovens, reduziram o consumo na pandemia, enquanto que pessoas que bebiam em casa, sozinhas, aumentaram o uso. Essa redução pode ser reflexo do impacto direto da pandemia”.

 

De qualquer forma, a queda do consumo abusivo é positiva ao considerar o impacto desse padrão de uso na saúde dos jovens. Guerra reforça que o cérebro dos jovens está em desenvolvimento e pode sofrer alterações duradouras. “A ingestão excessiva de álcool também está relacionada a uma série de outros riscos e complicações à saúde, como prática de sexo sem proteção, maiores índices de gravidez indesejada, mortes por traumas e queda no desempenho cognitivo e escolar”, alerta.

 

* Consumo abusivo de álcool: ingestão de cinco ou mais doses (homens) ou quatro ou mais doses (mulheres) em uma única ocasião, pelo menos uma vez no último mês. Uma dose padrão de álcool equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 350 mL (uma lata) de cerveja, 150 mL (uma taça) de vinho ou 45 mL (shot) de destilado

 

Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais referências no Brasil sobre este tema e desde sua fundação, em 2004, vem contribuindo para a conscientização, prevenção e redução do uso nocivo de bebidas alcoólicas. Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a instituição dedica-se ao avanço do conhecimento na área, atuando na divulgação de pesquisas e dados científicos com linguagem acessível, na produção de materiais e conteúdos educativos e no desenvolvimento de outros projetos, como a publicação “Álcool e a Saúde dos Brasileiros”, um levantamento inédito que anualmente traz análises exclusivas sobre o uso de álcool no Brasil e seu impacto na saúde da população. Acesse nossos canais no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter e junte-se a nós na missão de reduzir o uso nocivo de álcool!


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