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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Brasileiros flagrados ilegalmente na fronteira dos EUA bate recorde do ano

Mais de 3.300 brasileiros foram detidos ou expulsos tentando entrar ilegalmente no país em abril


Dados divulgados nesta terça-feira (17) pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) revelam que a quantidade de brasileiros detidos ou expulsos tentando entrar ilegalmente no país chegou ao maior patamar do ano. Em abril, foram 3.333 encontros com cidadãos do Brasil – alta de 99% sobre março.

 

Encontro é um termo técnico dos órgãos de controle e refere-se a dois tipos de eventos: a detenção, que acontece quando os imigrantes são levados sob custódia para aguardar julgamento, e a expulsão, quando eles são imediatamente devolvidos para seu país de origem ou último país de trânsito.

 

Nos quatro primeiros meses de 2022, o governo americano já registrou 9.718 detenções ou expulsões de brasileiros nas fronteiras, a maior parte vindo da divisa com o México, no sul do país. O número, porém, é 32,5% inferior ao anotado no mesmo período do ano passado (14.413).


Brasileiros detidos ou expulsos na fronteira americana


 

“Os números deste ano já são maiores do que 2020 inteiro, mas dificilmente devem superar 2021. De todo modo, o fato é que ainda há muitos brasileiros que arriscam a vida tentando entrar ilegalmente nos EUA. É importante, porém, que eles busquem a via correta, pois quem for flagrado pelas autoridades corre o risco de ser banido de retonar ao país”, explica o advogado de imigração e sócio-fundador da AG Immigration, Felipe Alexandre.

 

Em 2021, mais de 80 mil brasileiros foram impedidos de entrar ilegalmente nos EUA. Se a média deste ano se mantiver, a expectativa é de que 2022 encerre com cerca de 40 mil flagrantes.

 

Alexandre destaca que, diferentemente de cidadãos de países como Haiti, Ucrânia, Venezuela ou El Salvador, os brasileiros em geral não se qualificam para os critérios de asilo e refúgio. “É preciso mostrar ao governo dos EUA que existe um risco real de que, ao retornar ao país de origem, o imigrante poderá ser vítima de violência, tortura ou morte”.

 

O Brasil foi o 13º país com mais cidadãos sendo flagrados na fronteira americana, de acordo com os dados do CBP. O primeiro foi o México, com quase 83 mil encontros em abril, seguido por Cuba, com 35 mil.

 

Ao todo, os EUA tiveram 260 mil encontros, considerando todas as nacionalidades estrangeiras. O número é 4,1% maior do que o total de março e o mais alto de todos os tempos. A grande maioria dos registros (234 mil) aconteceu na fronteira com o México.

 

“Aqueles que tentam entrar nos Estados Unidos sem autorização, e que são incapazes de estabelecer uma base legal para permanecer no país (como um pedido de asilo válido), serão rapidamente removidos. Indivíduos que forem removidos também estão sujeitos a consequências adicionais a longo prazo, incluindo serem barrados para futuros benefícios de imigração”, alertou em comunicado o CPB, prevendo também um aumento no fluxo de imigrantes.

Em março, a administração federal havia anunciado o fim do Título 42 – uma medida imposta durante a pandemia que automaticamente bloqueava a entrada ilegal de estrangeiros pelas fronteiras, mesmo que eles pedissem asilo.

 

O fim do Título 42 está previsto para acontecer em 23 de maio, mas uma decisão judicial anunciada para os próximos dias pode prolongar a validade da medida restritiva. Contudo, caso a justiça concorde com o governo e entenda que a restrição deve mesmo ser encerrada, autoridades e especialistas preveem um salto agudo na quantidade de imigrantes pedindo asilo aos EUA.

 

Guerra ucraniana

A invasão russa na Ucrânia tem se refletido em uma mudança brusca na quantidade de ucranianos flagrados nas fronteiras americanas. Se em 2021 a média era de 800 encontros por mês, esse número cresceu rapidamente a partir de março deste ano (5.069) e agora explodiu no mês passado, chegando a 21.153.

 

Segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA, o governo já realizou o processamento de mais de 20 mil ucranianos que chegaram às fronteiras do país desde 11 de março, após a promessa do presidente Joe Biden, em visita à Polônia, de receber 100 mil refugiados ucranianos ao longo do ano, por meio de instrumentos humanitários.

 

Felipe Alexandre - Advogado de imigração da AG Immigration. O Dr. Felipe Alexandre, fundador da AG Immigration é referência internacional em assuntos ligados a imigração, vistos e green cards. Figura há 5 anos como um dos 10 melhores advogados de imigração do Estado de Nova York, prêmio concedido pelo “American Institute of Legal Counsel”. Considerado, em 2021, um dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação da revista jurídica “Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA. Nascido no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos ainda criança. Tem dedicado sua carreira à comunidade estrangeira que busca viver legalmente no país. 

 

AG Immigration 

 www.agimmigration.law 


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