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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Alergias respiratórias tendem a ser mais intensas no Outono

Shutterstock
Baixa umidade do ar favorece o surgimento das “ites” e facilita o contágio por infecções de vias aéreas, alerta especialista do Hospital Paulista

 

O Outono traz com ele uma diminuição significativa das chuvas, principalmente no Sudeste do país. As ondas de frio mais intensas provocam uma queda considerável na temperatura, e o tempo mais seco atua como fator irritativo da mucosa nasal, contribuindo para o desenvolvimento de sintomas como espirros, coriza, obstrução nasal, coceira no nariz, ouvido e garganta, tosse e falta de ar. 

Entre as principais doenças deste período, é possível destacar a gripe, causada pelo vírus influenza -- que faz com que o nariz fique escorrendo, que pode vir acompanhada de dores de garganta, febre e dores no corpo --; e os resfriados, causados por vírus dos tipos adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório. 

De acordo com a Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, o resfriado costuma ser mais brando que a gripe. Porém, também pode provocar coriza, espirros, dor de garganta e até conjuntivite. 

Além das infecções de vias aéreas superiores, o tempo seco proporcionado pelo Outono é a principal porta de entrada para as chamadas “ites”, como são conhecidas as alergias respiratórias, dentre elas rinite, sinusite e rinossinusite, gerando incômodo e mal-estar para crianças e adultos. 

Conforme a OMS (Organização Mundial de Saúde), 35% da população brasileira sofre com algum tipo de alergia. Além das mudanças do clima, ácaros, pelos de animais de estimação, como gato e cachorro, fungos, mofo e até o pólen das flores podem desencadear uma crise alérgica respiratória. 

“Trata-se de uma reação exacerbada do nosso sistema imunológico a substâncias com as quais o nosso organismo foi previamente sensibilizado”, explica a especialista.

Tanto no Outono como no Inverno é comum identificar o aumento no número de pessoas com queixas como obstruções nasais, dores de cabeça e ouvido e dificuldades para dormir.



Confira abaixo as diferenças entre cada uma das “ites”:

 

Rinite 

A rinite é uma inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, caracterizada por alguns dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia -- presença de secreção e corrimento nasal --, espirros, prurido nasal e hiposmia -- diminuição do olfato --, induzida pela inalação de algum alérgeno, substância que provoca reação em certos indivíduos, tais como ácaros. 

“Para evitar as crises alérgicas, recomenda-se deixar os cômodos da casa e a roupa de cama bem limpos, para evitar acúmulo de poeira, e deixar entrar sol o máximo possível, além de realizar um tratamento adequado”, afirma Dra. Cristiane.

 

Sinusite 

A sinusite é definida por dois tipos: a aguda, que geralmente decorre de um processo inflamatório iniciado no nariz e pode durar até 12 semanas, com desaparecimento completo após o tratamento; e a crônica, quando ultrapassa este período. 

Segundo a médica, a sinusite crônica pode apresentar um subtipo chamado de Polipose Nasossinusal, quando a mucosa nasal e os seios da face têm predisposição à formação de pólipos.

“Eles obstruem os óstios de drenagem dos seios nasais, favorecendo o acúmulo de secreções e infecção bacteriana”, explica.

 

Rinossinusite 

O que parece ser uma junção das alergias anteriores, na realidade, trata-se de um processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais.

“Essa resposta inflamatória representa uma reação a um agente físico, químico ou biológico (bacteriano, fúngico ou viral), mas também pode ser decorrente de mecanismos alérgicos”, destaca Dra. Cristiane.
 

“Podemos ter um episódio de rinite isolado ou que pode estender-se para os seios da face, caracterizando uma rinossinusite”, explica.

 

Cuidados importantes 

Seja no Verão, no Outono ou em qualquer outra estação, ao perceber os sintomas, o primeiro passo é procurar um especialista, que pode ser um otorrinolaringologista, alergista ou imunologista. 

“Em casos mais graves, é recomendado buscar atendimento em um pronto-socorro o mais rápido possível”, reitera Dra. Cristiane. 

Pessoas propensas a alergias respiratórias devem evitar lugares fechados com muitas pessoas, mofo e cheiros fortes de produtos com química e poeira. 

“Para evitar as infecções de vias aéreas superiores, é importante sempre manter a higiene das mãos e evitar o contato delas com os olhos, nariz e boca. Usar soro nasal e beber muita água para limpar diariamente o nariz também favorece o combate desses problemas”, finaliza a especialista.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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