Um dos impactos diretos já sentidos no Brasil após as notícias da chegada da variante africana do coronavírus, chamada de ômicron, foi a contenção do otimismo que contagiava prefeituras e governos num movimento de flexibilização.
Para Soraya Smaili,
professora de Farmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e
coordenadora do centro SoU_Ciência, “havia um excesso de otimismo, com vários
locais decidindo de maneira precoce flexibilizações como festas de fim de ano,
com possibilidade de aglomerações, além da liberação do uso de máscara. Mesmo
em locais abertos, são medidas sanitárias que ainda atuam e auxiliam fortemente
no combate à pandemia e que não devem ser ignoradas ou deixadas de lado”.
Após o anúncio da nova
variante que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é mais
transmissível, várias cidades do país cancelaram eventos de Natal e de
Réveillon, além de recuar da decisão sobre liberação do uso de máscaras em locais
abertos, como aconteceu em São Paulo.
“No Brasil, temos duas
frentes importantes e bem-sucedidas no combate ao coronavírus. Uma é o avanço
da vacinação, que conta com o forte o sistema SUS em favor da imunização, além
da elevada conscientização da população sobre a importância de se vacinar. A
outra é a necessidade de continuarmos a adesão das pessoas aos protocolos
sanitários e também às medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, além
do distanciamento social. São duas frentes que devem seguir adiante, não temos
alternativa, pois sabemos que a pandemia ainda está em curso, apesar de
vivermos um momento epidemiológico mais ameno no país”.
Soraya conclui: “a nova
variante coloca o país novamente em alerta, contém o clima de fim de pandemia e
mostra para todos que os cuidados devem continuar.”
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