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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Especialista do Hospital Santa Paula ressalta a importância da inclusão de idosos com problemas neurológicos em celebrações familiares no fim de ano

 

As comemorações de final de ano em família são extremamente tradicionais. Nesta época, é muito comum entes queridos e amigos se juntarem para a celebração de Natal e passagem de ano com amor, carinho e fraternidade. É neste período que mais são propagadas mensagens de empatia e acolhimento. Juliana Luchin, neurologista do Hospital Santa Paula, aponta que demonstrar esses sentimentos para idosos com problemas neurológicos é fundamental para maior inclusão social. 

Segundo a médica, a adoção de práticas que envolvam os idosos nas celebrações de final de ano deve ser algo natural e, se possível, com atividades lúdicas que colaborem para o seu bem-estar. “É fundamental que a pessoa sinta o desejo de estar no ambiente de maneira espontânea, sem que isso tenha impacto negativo em suas atividades corriqueiras”, explica a especialista em cognição, demências e cefaleias. 

De acordo com a neurologista do Hospital Santa Paula, o importante é proporcionar o sentimento de pertencimento daquele ambiente familiar. “Incluir os idosos na organização das festas, relembrá-los sobre as datas comemorativas e porque acontecem, assim como mostrar fotografias de festas de anos anteriores e das pessoas da família. Inclua a pessoa para ajudar nas tarefas como preparar comidas ou arrumar a mesa, embrulhar presentes e decoração, respeitando sempre sua vontade”, ressalta Luchin. 

Para evitar que o idoso se sinta excluído ou triste, é essencial ficar atento a mudanças sutis de comportamento, como piora de esquecimentos ou desorientação e agressividade. Devem ser observadas também mudanças na alimentação ou em padrões de sono. Outro fator relevante é compartilhar com todos da família a real situação do idoso que possui problemas neurológicos, a fim de que seja possível a colaboração coletiva familiar, para que a pessoa não passe por constrangimentos devido à sua condição. 

Em relação às questões nutricionais, Luchin salienta que é necessário evitar a ingestão de alimentos em excesso e mudanças repentinas na refeição do idoso. “Existem alimentos que são presentes normalmente na ceia de Natal e ano novo como nozes, castanhas, uvas passas e frutas vermelhas que são alimentos muito benéficos para a saúde cerebral. Devem ser observadas as quantidades para que sejam mantidas as rotinas e não ter descompensações com as comorbidades, como diabetes e pressão arterial”, diz a especialista.

 

Sobre Alzheimer 

A doença de Alzheimer é uma síndrome demencial neurodegenerativa em que acontece acúmulo de uma proteína anormal em certas regiões do cérebro, com perda progressiva de neurônios. Em geral, acomete pessoas acima dos 65 anos, porém pode se manifestar em idades mais jovens e, com o aumento da idade, a incidência aumenta. 

“Os principais sintomas são a perda de memória para acontecimentos recentes, repetição de mesmas frases e perguntas, incapacidade de resolver problemas, dificuldade de se localizar no espaço e no tempo, de conversar e encontrar as palavras, alterações de comportamento e personalidade com tendência a apatia e isolamento”, segundo Luchin. 

Ainda é desconhecido o que desencadeia a doença. Entretanto, especialistas afirmam que há fatores genéticos que podem estar envolvidos. O teste genético pode ser indicado, quando há histórico familiar, por exemplo. 

Para prevenir a doença de Alzheimer, é importante realizar o controle dos fatores de risco, como diabetes, pressão alta, uso excessivo de álcool e tabaco, assim como evitar sedentarismo e obesidade. A neurologista aponta ainda que fatores como depressão, traumatismos cranianos e perda auditiva podem contribuir para o desenvolvimento da doença. “Uma vida saudável pode atrasar ou prevenir em até 40% os casos de demência”, completa Luchin.


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