Hérnia de disco e estenose do canal vertebral ainda são causas mais comuns para
justificar uma cirurgia na coluna
Divulgação
Procedimentos
minimamente invasivos podem ser a solução para alguns pacientes
Mielopatia
cervical. Esse foi o diagnóstico que a empresária Sinara Barbosa, de 45 anos,
recebeu no final de 2020, após uma ressonância magnética. Os primeiros sintomas
surgiram em março daquele ano, quando procurou um ortopedista para entender a
causa de um desconforto no pescoço. Mesmo com a recomendação médica para
realizar exames, o início da pandemia e a ausência de dores intensas fizeram
com que a volta para o consultório fosse adiada. Com a diminuição dos casos de
covid-19, ela fez os exames e logo recebeu o diagnóstico que não imaginava.
“Busquei
opinião de sete médicos e todos me disseram a mesma coisa: o meu caso exigia
uma intervenção cirúrgica”, conta Sinara. A necessidade de uma cirurgia na
coluna sempre gera medos, incertezas e muitas dúvidas em pacientes que já estão
sofrendo com dores. Para Sinara não foi diferente, já que ela não esperava
receber esse diagnóstico tão cedo, pois sentia apenas algumas dores na coluna e
no pescoço. De acordo com o ortopedista Luiz Gustavo Dal´Oglio da Rocha, a
empresária sofria de um processo degenerativo na coluna cervical e precisou da
cirurgia para evitar futuros comprometimentos da função dos membros inferiores
e superiores.
Problemas
na coluna são mais comuns do que se pode imaginar. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), oito em cada dez pessoas vão passar por isso em
determinado período da vida. Sedentarismo, excesso de peso, má postura ou
herança genética são alguns dos fatores que estão fazendo aumentar o número de
homens e mulheres diagnosticados com dores crônicas na coluna. “Quase todo
mundo vai travar uma batalha contra incômodos na coluna, mas a maioria vai
encontrar a solução em medicamentos e terapias complementares, como
fisioterapia”, esclarece Luiz Gustavo.
O
médico explica que as cirurgias são indicadas para casos extremos, ou bem
específicos, ou ainda, quando os tratamentos prévios já não são eficazes. “Com
as novas tecnologias, os procedimentos estão cada vez menos invasivos, o que
significa tempo reduzido de internação, menor incidência de complicações e
retorno mais rápido às atividades cotidianas: são as chamadas cirurgias
minimamente invasivas. Hérnia de disco e estenose do canal vertebral são as
causas mais comuns para justificar uma cirurgia”, afirma o ortopedista que atua
nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR).
“Se têm como tratar, não há motivo para pânico. A confiança na equipe que me
acompanhou foi determinante para que eu passasse por essa fase de cabeça
erguida. Foi preciso apenas um dia no hospital para eu voltar para casa, sem
dor nenhuma”, lembra Sinara.
Técnicas
minimamente invasivas
Cortes
pequenos, pouca dor e recuperação rápida. Esses são os princípios das cirurgias
modernas que podem devolver a qualidade de vida a pessoas com problema de
hérnia de disco, por exemplo. As cirurgias minimamente invasivas já são
realidade nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, que são
referências nacionais em cirurgias da coluna e importantes centros de formação
de novos cirurgiões. “O uso dessas técnicas permite melhor visualização do
campo cirúrgico, menos sangramento e tempo menor de recuperação. O
aperfeiçoamento dos métodos e uso adequado de implantes garantem resultado mais
efetivo e menor risco cirúrgico”, assegura o ortopedista Luiz Gustavo.
A técnica minimamente invasiva, com uso de tecnologia, é um
pilar da cirurgia moderna da coluna. Para difundir o conhecimento e permitir
que profissionais de outros estados apliquem essas práticas em sua rotina, os
dois hospitais realizaram um curso de técnica cirúrgica na coluna cervical em
novembro, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
e a AO Spine Latin America. “Abordamos técnicas de instrumentação com as quais
os participantes puderam evoluir com conhecimento da estabilização cirúrgica
com uso de sistemas de navegação, desde o crânio até a transição entre a coluna
cervical e torácica, e aprimoramos técnicas de descompressão neural com
recursos de microscopia. O foco do aperfeiçoamento é sempre melhorar o
resultado para os pacientes”, conclui.
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