O ano de 2021 está chegando ao fim e durante esse período refletimos sobre uma série de coisas, como a importância da resiliência para a adaptação e a aceitação da nova realidade diante da maior crise sanitária do século, além da mudança de mindset. Mas mudar a forma de pensar e agir exige cuidados e só é possível a partir do momento em que decidimos abraçar os desafios que aparecem em nosso caminho, ao mesmo tempo em que assumimos riscos e aprendemos com os nossos erros. Um desafio e tanto, e que nos faz perceber que é preciso, primeiramente, estar aberto às pequenas transformações em nosso dia a dia, muitas delas tão necessárias para a reflexão e o exercício da tomada de consciência.
Não há dúvida de que
os próximos anos serão de muitas transformações para a humanidade, que já busca
se conectar com o nível de consciência como nunca visto antes. O futuro exigirá
recriar soluções e reinventar caminhos para fazermos o que for melhor para a
maioria das pessoas, sempre com base no diálogo e em condições que priorizem os
aspectos humanitários e a igualdade. Mas é a partir de pequenos atos e detalhes
que poderemos ampliar nossa sensibilidade para o que se faz proeminente nos
nossos dias e atingir a tão sonhada felicidade.
Em meu dia a dia,
venho percebendo algumas transformações que começam a causar impacto na maneira
como venho conduzindo o meu estilo de vida. Pequenas mudanças, mas gigantes se
pensarmos que podem surtir efeito em meu bem-estar a longo prazo. O
fortalecimento do corpo e da alma, os cuidados demandados com o ambiente onde
vivo, são capazes de influir de maneira positiva não só na minha existência,
mas também reflete nas pessoas com quem convivo diretamente. Por isso, a
alimentação, a utilização de óleos essenciais e o consumo digital equilibrado
passaram a demandar cuidados de minha parte. E posso dizer que o resultado tem
sido muito gratificante.
A minha relação com a alimentação passou a ser
mais saudável. A partir do conceito de Soberania Alimentar, definido em 2001
durante o Fórum Mundial sobre Soberania Alimentar realizado em Cuba, e que
coloca como direito de todos o acesso a alimentos saudáveis, de forma regular e
sustentável, e que valoriza a produção e o mercado locais das comunidades,
comecei a entender a importância de cultivar os nossos próprios alimentos.
Passei a optar por alimentos naturais e integrais, de preferência orgânicos, e
não processados.
Essa tomada de
consciência me fez ver o quanto somos dependentes de uma indústria alimentícia
que nem sempre oferece alimentos nutritivos. Comecei a perceber os efeitos
nocivos que alimentos processados e ultra processados podem provocar no
organismo já que a maioria dos conservantes, corantes e sabores artificiais
utilizados pela indústria alimentícia podem resultar em efeitos colaterais
graves, principalmente em crianças, de acordo com inúmeros estudos publicados.
O que comemos afeta
diretamente o nosso bem-estar físico, mental e espiritual. Assim, sempre que
for possível, o melhor é optar pelos alimentos orgânicos, e de preferência
comprados na comunidade local. Uma alternativa também é plantar parte dos
alimentos que consumimos. Se você tem espaço em sua casa poderia iniciar pelo
plantio de ervas e temperos. Aqui em casa comecei a cultivar um pequeno jardim
de ervas comestíveis. Essa atividade já fez diferença no meu dia a dia.
Para ampliar o bem-estar comecei a utilizar os
óleos essenciais. Hoje, posso dizer que eles se tornaram aliados para uma série
de situações cotidianas, inclusive na substituição do difusor de ambiente, que
eu costumava utilizar especialmente no quarto dos meus filhos na hora de
dormir. Essa pequena mudança, para um produto mais natural, como o óleo
essencial, aconteceu a partir do momento em que percebi uma sintonia maior com
meu corpo. Hoje, eu sinto o efeito de tudo o que passo na pele, inspiro ou me
alimento. Esse aumento de sensibilidade é natural durante o processo de
ascensão, de elevação da consciência. Por isso, além de usar os óleos
essenciais para meditar e para dormir, também utilizo na limpeza da casa e nos
primeiros socorros, em cortes ou dor de cabeça, por exemplo.
Para a limpeza, os
óleos mais indicados são melaleuca e capim limão, que eu também utilizo nas
bolas de lã na máquina de secar. Já para primeiros socorros, os mais indicados
são os antibacterianos à base de melaleuca, alfazema e copaíba. Já o peppermint
pode ser utilizado nas têmporas para aliviar dores de cabeça. Sempre uso nos
meus filhos quando eles ficam doentinhos. E para a meditação, para auxiliar no
relaxamento e na conexão com o divino, gosto muito do frankincense.
Mas nada disso teria sentido sem a redução do
número de horas nos meios digitais e do cuidado no consumo de informações.
Sabemos que ficar por muito tempo em frente à tela do computador e utilizar o
celular constantemente pode fazer mal à saúde. Mas não apenas à saúde física.
Por conta de todas as situações delicadas que estamos vivendo nos dias de hoje,
a inundação de informações é capaz de drenar a nossa mente.
Lembro bem quando o
Luigi, meu cãozinho Lagotto Romagnolo, chegou nas nossas vidas. Sempre que eu o
levava para caminhar, colocava algo para escutar no celular - podcast,
entrevistas, música. Tempos depois, percebi que não estava dando a atenção
devida ao Luigi durante nossas caminhadas e decidi que não ouviria mais nada
naqueles momentos. Hoje, além de estar mais conectada ao cãozinho, o passeio se
tornou um momento de descanso para a minha mente. Resolvi estender esse hábito
e não durmo mais com o telefone ao lado. Agora acordo com alarme à moda antiga
e tento olhar o celular após a minha sadhana (prática de yoga). Só o fato de
diminuir o uso do aparelho nessas duas oportunidades já me fez sentir os
benefícios.
Não há como negar a
presença da tecnologia nos nossos dias. Mas, como eu já mencionei, me sinto
muito melhor após reduzir o uso do celular. É evidente o impacto disso na minha
mente. Isso vale para todos nós, principalmente para quem tem filhos pequenos,
pois a tecnologia está mudando todos os dias. E agora com o Meta - plataforma
de realidade virtual do Facebook - será importante reforçar para os pequenos
que este mundo em que vivemos é onde devemos focar. O Meta terá impactos que
ainda desconhecemos, mas assim como as mídias sociais precisamos fortalecer o
elo dos pequenos com o mundo real pois será difícil para eles diferenciarem os
dois mundos (virtual e real).
Então, aqui vai a
minha dica: escolha algumas pequenas atividades do seu dia-a-dia e experimente
fazê-las sem o telefone. Você vai notar que depois de uns 15-20 minutos (no meu
caso) a mente começa a ficar mais tranquila e mais focada no momento presente.
Neste final de ano, faça um balanço de tudo o que você aprendeu. Observe como
você cresceu e lembre-se que para cada desafio que você passou existe uma
lição. Espero que essas lições inspirem você! Se ficou com alguma dúvida, é só
comentar!
Daniela Mattos -
escritora e instrutora de yoga e meditação em português e inglês para adultos e
crianças. Especializada em Kundalini Yoga, ela compartilha com as pessoas
técnicas de meditação e yoga para que também elas possam melhorar suas próprias
vidas. É autora de "Sat Nam - Você é seu próprio guru" e produz
conteúdo para seu canal no YouTube, o Daniela Mattos - Kundalini Yoga.
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