Organizações investem para fortalecer áreas de segurança de
dados em virtude da alta global de ciberataques
Que os ataques
cibernéticos dispararam na pandemia, é uma realidade incontestável. A ampliação
do trabalho remoto, a aceleração da digitalização dos negócios e a explosão no
compartilhamento online de conteúdos representaram um terreno fértil para
atuação desmedida dos criminosos virtuais nesse período. Não por acaso,
multiplicam estudos em diversos países sobre o crescimento dos ciberataques em
nível mundial.
E nesse contexto o
Brasil é medalhista olímpico, infelizmente. Considerado um dos principais alvos
globais de cibercrimes às empresas pelo estudo da consultoria alemã Roland
Berger, o país abocanhou no primeiro semestre deste ano a sétima posição no
ranking das nações mais afetadas pelos ransomware (vírus que sequestra
dados da vítima), de acordo com o levantamento da empresa Apura Cyber
Intelligence.
Só nos primeiros oito
meses deste ano, houve alta de 23% nos casos de cibercrimes ante o mesmo
período de 2020, conforme pesquisa da companhia de cibersegurança Kaspersky - a
pesquisa apontou o país ainda como líder da América Latina em tentativas de ransomware
e phishing (obtenção irregular de dados confidenciais). Já outra
pesquisa feita pelo Instituto Datafolha em parceria com a Mastercard apontou
que 57% das empresas brasileiras são alvos de ataques e fraudes digitais com
média e alta frequência.
Devido aos impactos
dantescos que provocam na saúde financeira e na imagem corporativa das
organizações, os ciberataques já são considerados o terceiro maior risco global
às empresas em 2021, segundo levantamento da Allianz Risk Barometer
realizado junto a 2.700 companhias em 92 países, superando questões como
volatilidade ou flutuação do mercado. Traduzindo em números, a perda global com
cibercrimes deve atingir 6 trilhões de dólares em 2021 (mais que o PIB do Japão,
o terceiro maior do mundo), segundo a União Internacional das Telecomunicações
(UIT).
Nesse sentido, a área
da Saúde é uma das mais afetadas. Um estudo da consultoria alemã Statista revelou
que o setor liderou o número de vazamentos globais em 2020, acima de segmentos
como Informação, Finanças e Seguros e Administração Pública. Tal realidade se
mostra sensível quando falamos de uma área que envolve a vida humana, exames,
diagnóstico e dados pessoais dos pacientes.
Não por acaso, o mês
de outubro passou a ser considerado o Mês da Consciência em Cibersegurança e,
embora ainda apenas 41% das companhias nacionais possuam políticas de segurança
bem estabelecidas, cada vez mais o universo corporativo está se movimentando no
sentido de fortalecer os seus departamentos de segurança da informação e
proteção de dados da companhia, colaboradores e clientes.
É o caso de empresas
como o Grupo Fleury, Renner, Porto Seguro, JBS e CVC, que foram vítimas
recentes de cibercrimes. A Lei Geral de Proteção de Dados, por sua vez, tem
obrigado as companhias a investirem em soluções para assegurar a proteção dos
seus dados e dos clientes. Já as certificações que atestam controles de
segurança também passam a ser mandatórios nas empresas. Dessa forma, fortalecer
o setor de cibersegurança representa um caminho sem volta para a saúde das
empresas que desejam não apenas sobreviver, mas prosperar neste admirável mundo
pós-pandemia.
Bruno Machado - CTO da Funcional Health Tech
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