A dica é se manter afastado do barulho para evitar danos à audição
Com o maior controle da pandemia da
Covid-19, as festas de fim de ano voltam com força total. Clubes, restaurantes
e bares badalados já anunciam a programação das festas. E todo mundo já está se
preparando para a ocasião, até mesmo quem vai reunir amigos e familiares em
casa mesmo.
As
comemorações incluem, além da tradicional comilança e distribuição de
presentes, muito barulho neste Natal e Réveillon. Ambientes com música alta,
fogos de artifício, crianças agitadas e seus brinquedos barulhentos... tudo
isso pode causar danos à audição. Mas calma! Não precisa ser antissocial e
fugir das festas ou deixar de dar aquele presente que seu filho tanto quer.
Basta tomar alguns cuidados.
É fato que as conversas em tom de
voz elevado junto com a música em alto volume que anima as confraternizações
podem trazer prejuízos à audição. Isso ocorre porque, em ambientes fechados, o
som fica concentrado, não se propaga e ruídos acima de 85 decibéis podem causar
danos às células ciliadas da orelha, ao longo da vida; de acordo com a
predisposição genética de cada indivíduo. "Após quatro horas de exposição
a ruídos acima de 90 decibéis, o indivíduo poderá ter sua acuidade auditiva
afetada", explica a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em
Audiologia e Vendas na Telex Soluções Auditivas.
A perda de audição é cumulativa.
Pode não se manifestar imediatamente, mas seus efeitos serão sentidos mais
tarde. Os principais sintomas de que a audição está prejudicada é a sensação de
pressão ou "ouvido tampado", dores de cabeça, zumbido ou dificuldades
para escutar e entender o que as pessoas falam. Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), somente o zumbido afeta 278 milhões de pessoas no
planeta. No Brasil, são 28 milhões que convivem com o sintoma.
Os brinquedos musicais -- que muitas
vezes são pedidos ao Papai Noel -- também podem trazer riscos à audição,
principalmente entre as crianças pequenas. No mercado o que não falta são
opções "barulhentas" para presentear a criançada. Por isso, é preciso
ficar atento à intensidade do som. O que aparentemente é inofensivo pode
representar um grande perigo. Na hora da compra, os adultos devem ficar atentos
às condições de segurança. O selo do Inmetro é um importante indicador de que o
brinquedo é seguro e que está dentro dos limites estabelecidos pela legislação.
Brinquedos sonoros vendidos em camelôs - carrinhos, dinossauros e instrumentos
musicais infantis, como guitarra elétrica, bateria, tambor e trombeta - são os
que trazem maiores riscos, pois podem emitir ruídos de até 120 decibéis.
"O contato frequente com um
brinquedo que emite um som muito alto pode causar danos auditivos desde os
primeiros anos de vida, afetando para sempre a audição das crianças. Os
menores, de até três anos de idade, são os mais afetados. E a dificuldade de
ouvir pode atrasar todo o seu desenvolvimento, seja na área da fala como também
no desempenho escolar", pontua a fonoaudióloga da Telex.
Outro perigo tradicional das festas
de fim de ano são os fogos de artifício. Eles podem causar danos irreversíveis
à audição -- além dos riscos em manipulá-los de forma incorreta. O barulho
excessivo causado pelos rojões pode acarretar perda auditiva severa ou trauma
acústico, com perda imediata de audição uni ou bilateral, temporária ou -- nos
casos mais graves -- definitiva. Isso acontece porque o estrondo dos fogos,
principalmente dos rojões, é inesperado. O forte ruído pode chegar a uma
intensidade de 140 decibéis. Para se ter uma ideia do quão forte é esse
barulho, um avião durante a decolagem produz um som de 130 dB.
"O som entra pelo conduto
auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas, que são os
receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos
volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo
organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva. É o que se
denomina Perda Auditiva Induzida por Nível de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE).
Ela é irreversível e pode se agravar ao longo dos anos", explica a
especialista.
Para evitar que a orelha seja
afetada, o ideal é manter-se distante do local da queima de fogos. Em meio à
festa, no entanto, se for inevitável ficar próximo aos fogos, a fonoaudióloga
aconselha o uso de protetores auriculares.
"Em caso de exposição a um
impacto sonoro muito forte, o mais indicado é procurar logo um médico otorrinolaringologista,
para avaliar se o dano auditivo causado pelos fogos é temporário ou
irreversível", conclui Rafaella Cardoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário