O tema ESG, sigla em inglês para environmental, social and governance, que é usado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, nunca esteve tão em alta. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), promovida em novembro pela Organização das Nações Unidas (ONU), trouxe ainda mais holofote para o assunto. O desafio das corporações agora é colocar em prática as principais inciativas acordadas no evento. Para isso, a tecnologia é fundamental na aceleração da agenda ESG.
Uma pesquisa feita pela Toro Investimentos mostrou
que empresas com boas práticas ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas
jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrer ações por impacto ao meio ambiente.
Segundo o estudo, essas empresas são mais responsáveis, eficientes e tendem a
ser mais perenes.
Apesar dos benefícios serem visíveis, um dos
maiores desafios encontrados pelas empresas atualmente está na gestão do ESG.
Capturar, organizar e analisar dados sobre diferentes iniciativas, com
públicos, impactos e objetivos diversos, é imprescindível para garantir a
assertividade das ações, promovendo a gestão do ESG de ponta a ponta. É aí que
a tecnologia tem feito a diferença, contribuindo para que as empresas entendam
como estão na jornada de adoção das práticas e, também ajudando a evoluírem em
cada um dos pilares.
Para representar e hierarquizar essas iniciativas
de ESG, a ferramenta mais utilizada é a matriz de materialidade. Ela é
complementar aos relatórios anuais de sustentabilidade (GRI - Global Reporting
Initiative), que traz indicadores ambientais, sociais e econômicos dentro das
empresas. Além disso, a materialidade é o princípio que determina quais tópicos
relevantes são suficientemente importantes para o relatório.
Para se definir a matriz de materialidade de um
tópico é feita uma combinação de fatores internos e externos. Para isso, é
preciso ouvir todas as partes interessadas, como clientes, fornecedores,
acionistas, comunidade, entre outros. Além de ser uma ferramenta importante
para a auxiliar no direcionamento estratégico das organizações, a matriz de
materialidade é fundamental em vários aspectos, inclusive para avaliar se há
omissão ou distorção de uma informação.
A tecnologia contribui para o desenvolvimento
sustentável, principalmente quando aliada a soluções inovadoras para a
mensuração de dados e informações. Ela auxilia na estruturação, organização e
no acesso às informações que ajudam na tomada de decisão. A velocidade das
ações ESG não permite mais um relatório anual, que apenas retrata o passado. É
preciso transformar dados em informações em tempo real, permitindo a
visibilidade, acompanhamento, além da identificação de perdas e de
oportunidades.
A adoção de tecnologias como inteligência
artificial, machine learning, deep learning e cloud
é uma grande aliada para um correto acompanhamento da matriz de materialidade,
permitindo não apenas o acesso aos dados da própria empresa como também das
médias das iniciativas de ESG adotadas por outros players do
mercado. A partir da geração dessas informações, as empresas podem ajustar suas
métricas, visando estabelecer requisitos mínimos e máximos para suas práticas.
Fazer uma gestão unificada, integrada e inteligente
do ESG é fundamental para ajudar empresas de todos os portes e segmentos na
adoção das práticas de sustentabilidade de maneira real e constante – e não
apenas como estratégia de marketing. O consumidor está cada vez mais informado
e exigente, demandando que as empresas assumam e cumpram seus compromissos
ambientais, sociais e de governança. E a tecnologia é um dos pilares que traz
ainda mais facilidade à prática ESG, ampliando as possibilidades para que seu
negócio se mantenha em dia.
Fabiano Sant Ana - Head de Inovação, Digitalização e Práticas ESG na Seidor Brasil,
consultoria Global na área de Negócios e Inovação
Seidor
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