O mercado está sendo cada vez mais tomado pelo protagonismo feminino. Mesmo ainda diante de inúmeras dificuldades marcadas pela extensa jornada de trabalho, sobrecarga e conciliação com as tarefas domésticas, as mulheres empreendedoras estão ganhando seu devido espaço.
Por muitos anos, a insegurança frente à baixa representatividade delas,
seja no empreendedorismo ou mesmo no mercado de trabalho, foi um dos principais
empecilhos enfrentados pela grande maioria das mulheres que tentavam conquistar
seu espaço. Muitas acabavam desistindo de seus sonhos, desestimuladas pelo
enorme esforço em conquistar algo que parecia muito distante da realidade.
Mas hoje, mesmo ainda presenciando diferenças, já notamos importantes
sinais de mudanças. Em 2020, a participação feminina no empreendedorismo
cresceu 40%, de acordo com a Rede Mulher Empreendedora. Atualmente, são mais de
30 milhões de mulheres empreendedoras no país, segundo dados do Global
Entrepreneurship Monitor.
Assim, o público feminino vem conquistando seu merecido espaço, onde
suas extraordinárias competências podem ser utilizadas para gerir suas próprias
empresas. Um dos aspectos mais relevantes desse movimento é o comando das
finanças, que antes era delegada a pais, irmãos, maridos e primos, por ser
considerada como uma área tipicamente masculina, onde eles teriam mais
facilidade.
Atualmente, vemos que as empreendedoras não se deixam mais levar por
esses estereótipos. Já estava mais do que na hora de rompê-los, entendendo que
somos donas de nossas vidas e empresas por inteiro – e não somente pela
atividade fim dela. Devemos assumir nossas responsabilidades e seguir nossos
sonhos, enfrentando e superando dificuldades que, inevitavelmente, fazem parte
de qualquer jornada de sucesso.
Obviamente, o sucesso do empreendedorismo feminino não tem uma fórmula
mágica. Não existe uma receita pronta. É preciso que a mulher analise
suas habilidades, interesses e identifique boas oportunidades de mercado,
entendendo quais problemas elas têm capacidade de resolver para seus futuros
clientes. Toda empresa nasce do preenchimento dessa lacuna, um cruzamento entre
as competências do empreendedor e as necessidades da sociedade.
Cabe destacar que estamos presenciando constantes mudanças no
comportamento do consumidor, fortemente impulsionadas pela pandemia. Os
critérios levados em consideração na busca de um produto ou serviço, as
características que eles prezam no atendimento ao cliente, assim como muitos
outros fatores da jornada de compra, foram intensamente modificadas, o que
torna esse entendimento o primeiro passo estratégico para a construção de um
empreendimento de sucesso.
Portanto, é imprescindível conhecer seu público. Saiba o que seus
clientes precisam, como e quando desejam comprar. Entenda as suas demandas, a
qualidade esperada, o preço que aceitam pagar. Não se limite a criar negócios
que são “mais do mesmo”. Inove. Crie seus próprios diferenciais. E, acima de
tudo, respeite sua própria individualidade, buscando criar um negócio que te
realize por completo.
Por fim, não tenha receio em tomar a frente da gestão financeira da sua
empresa. Preze por uma boa administração, tendo um fluxo de caixa e o controle
das receitas e despesas. É importante ainda ter uma reserva que permita que o
negócio sobreviva por alguns meses. Isso fez toda a diferença durante a
pandemia. A saúde financeira é fundamental para qualquer empresa.
As oportunidades estão sempre aparecendo e, devemos mais do que nunca,
permitir e incentivar que as mulheres assumam o comando de suas próprias
empresas, buscando liberdade, independência e realização pessoal, profissional
e financeira. À elas, o lugar que merecem.
Raquel Santos - fundadora da iDelas, plataforma de gestão financeira exclusiva para mulheres empreendedoras.
iDelas
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