À medida que a digitalização do mercado de saúde amadurece, novos conceitos tecnológicos ganham força para contribuir para a aceleração do desenvolvimento deste setor, não somente no cuidado ao paciente, mas na união de outros pilares complexos do sistema de saúde como a garantia de acesso, os custos e a qualidade do atendimento. Neste sentido, a interoperabilidade na saúde tem se destacado como um importante conceito para a melhoria do gerenciamento hospitalar e da sustentabilidade econômica das instituições.
Diante deste cenário,
a tecnologia assume papel estratégico em todas as áreas destas instituições e o
investimento em ferramentas digitais torna-se cada vez mais necessário. De
acordo com um estudo realizado pela International Data Corporation, o
investimento em tecnologias na área da saúde na América Latina deve chegar em
US﹩ 1.931 milhão até
2022, o que equivalente a quase R﹩ 10 bilhões.
Este dado demonstra
que o avanço tecnológico é uma das pautas prioritárias no segmento. A partir
disto, é preciso compreender a maneira como esta evolução acontece no mercado
de saúde, bem como as vantagens que determinadas ferramentas agregam ao setor e
à gestão das instituições de saúde.
O papel das ferramentas
de suporte à decisão clínica para a gestão hospitalar
A efetividade clínica
é ponto chave quando se trata de saúde. As ferramentas de suporte à decisão clínica colaboram, não apenas com a melhoria do cuidado ao
paciente, mas também com a gestão e a sustentabilidade econômica das
instituições, uma vez que, na medicina, a melhor prática é, muitas vezes, a
abordagem mais economicamente efetiva.
A utilização desses
recursos promove o acesso a informações que garantem melhores decisões
clínicas, tornando-as mais ágeis e assertivas. As decisões baseadas em
evidências colaboram com a redução da variabilidade clínica, de eventos
adversos, desperdícios e no tempo de internação do paciente, o que impacta
diretamente nos custos da instituição. Desta forma, o primeiro ponto para uma
gestão de qualidade é garantir eficiência e assertividade no atendimento e
cuidado ao paciente.
A conexão de sistemas
e a necessidade da interoperabilidade na saúde
Além da ampliação do
escopo de tecnologias, é necessário que estas soluções estejam interligadas e
consolidem um ecossistema dentro das instituições. A interoperalabilidade na
saúde permite que boa parte das ações e estratégias definidas pelos gestores
aproximem-se do corpo clínico e garantam a assertividade e a rapidez
necessárias para o planejamento e o desenvolvimento das atividades.
Segundo a pesquisa
" TIC Saúde 2021 ", divulgada em novembro de 2021 pelo
"Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da
Informação" (Cetic), embora mais de 90% das instituções de saúde contem
com sistemas eletrônicos para registro de informações sobre os pacientes, o
número de empresas que investem em interoperabilidade na saúde ainda é baixo.
De acordo com o levantamento, somente 29% das instituições participantes
possuem interoperabilidade entre sistemas.
É fato que o primeiro
passo para a transformação digital foi dado com a implementação de prontuários
eletrônicos e registro de informações de pacientes. O próximo passo é garantir
a integração entre este sistema digital a outras ferramentas tecnológicas, como
as soluções de suporte à decisão clínica, por exemplo. Este é um desafio que
pode ser superado a partir do alinhamento do corpo clínico e do departamento de
TI, uma vez que discutir o processo e o que pode ser aprimorado em conjunto
garante subsídio de informações à administração destas instituições e,
consequentemente, facilita a tomada de decisão, reforça a eficiência do
atendimento clínico e permite a tão necessária sustentabilidade econômica dos
hospitais e clínicas de saúde.
Juliana Gomes - líder de novos negócios e projetos da Wolters Kluwer
, Health no Brasil.
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