O
Brasil passa por um momento de transformação positiva no mercado de educação
associado principalmente à aproximação com a tecnologia, muito acelerada pela
pandemia e pelos impactos por ela trazidos. E essa transformação está não só na
forma de entregar conteúdo, mas principalmente na oferta de novas experiências
necessárias para resolver um problema que o contexto deixou bastante exposto:
os aspectos socioemocionais dos alunos. E não só esse conjunto de competências,
presentes em todas as 10 competências gerais da BNCC, como também um conjunto
de outras habilidades ou soft skills, como são conhecidas no mercado
educacional, que passaram a ser cada vez mais exigidas. Juntos, tecnologia e
educação observam um campo para expansão nos negócios.
Nessa
movimentação, além da incorporação de edtechs por grandes sistemas para tentar
resolver o problema e fortalecerem suas propostas, um dos recentes marcos foi o
anúncio da edtech brasileira Vivadí da aquisição da VOA Educação, uma startup
focada em avaliação e desenvolvimento de competências socioemocionais. O
negócio de R$ 12 milhões é um símbolo da expansão das soluções tecnológicas
para soft skills no país. Esse processo deixa claro que, no retorno presencial
às aulas presenciais, será determinante o acolhimento e observação das escolas
aos aspectos socioemocionais de seus alunos. E fortalece a importância da
inteligência de dados para ampliação da atuação nesse campo.
Nesse
movimento de consolidação das soft skills nas escolas brasileiras, a Vivadí
caminha para triplicar o número de alunos, além de aproveitar o know how e
internacionalizar sua expertise, expandindo a operação para dois outros países
da América Latina nos próximos dois anos. Se o mercado já apresentava forte
viés de crescimento, com uma demanda pujante, as transformações que a pandemia
impôs aos sistemas educacionais o tornará ainda mais aquecido, de forma que as
escolas tenham e disponibilizem soluções para o desenvolvimento dessas
habilidades socioemocionais, que também integram qualidades como cultura de
estudo, bem-estar alimentar e inglês, entre outras skills.
A
aquisição da VOA Educação vem menos de um ano após a Vivadí anunciar uma rodada
de investimento liderada pelo Barrah Investimentos e três meses depois de ter
lançado uma plataforma de videoexperiências voltada para alunos de escolas de
educação básica. Mais do que isso, mostra o potencial que as startups também
têm para fazer a diferença também no segmento educacional. Mostra força da
união entre tecnologia e educação, ampliando o ecossistema de soluções para o
desenvolvimento em larga escala.
Esse
movimento de aquisições indica, sem dúvidas, um mercado mais maduro, que
reconhece que o investimento em tecnologia é a melhor forma de garantir
agilidade e qualidade na entrega. O mercado educacional brasileiro tem um
grande espaço e potencial para crescer. E será fundamental desenvolver
tecnologia para o mundo das soft skills.
Mauricio Martins - professor
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