Apesar do implante
de silicone ser a opção mais comum, retalhos de pele e enxertos de gordura
também são caminhos viáveisshutterstock
A reconstrução dos seios é uma opção importante
para mulheres afetadas pelo câncer de mama. Mesmo a técnica com implantes sendo
a mais comum, existem diversas opções quando se trata da cirurgia após o
tratamento.
“Com o avanço da tecnologia, podemos usar um ou
mais caminhos para restituir os seios,” pontua a cirurgiã plástica Patricia
Marques, especialista em reconstrução de mamas pelo hospital Santa Creu I Sant
Pau de Barcelona. “Para muitas pessoas esse processo é essencial para se
recuperar psicologicamente de um momento tão difícil.”
Marques pontua que é uma técnica complexa e os
procedimentos escolhidos variam muito de caso a caso, já que o câncer de mama
não é sempre tratado da mesma maneira. “Existem pacientes que sofreram
com uma cavidade no seio por conta da retirada de um tumor, ou até aqueles que
passaram por uma mastectomia, que remove todos os tecidos mamários por completo”.
A especialista explica que quando foi realizada uma
cirurgia conservadora, ou seja, foi preservada boa parte do seio, pode ser
feito um trabalho de reconstrução utilizando retalhos de pele da própria mama
ou da sua lateral, assim como enxertos de gordura de outras partes do corpo,
para corrigir as deformidades, inclusive na área das aréolas e mamilos.
“O uso do implante de silicone em si é mais
indicado quando foi necessária a mastectomia. A prótese pode ser ainda
combinada com os enxertos ou retalhos para uma aparência mais harmônica em
alguns casos.”
Este recurso cirúrgico do implante já foi uma
preocupação nos casos de câncer, e ainda há insegurança por parte de alguns
pacientes, mas a doutora esclarece que hoje ele é aceito pela comunidade médica
por possuir ótimos resultados, quando utilizado com responsabilidade.
Um estudo publicado pela Sociedade Americana de
Cirurgiões Plásticos, acompanhou 2.284 pacientes que passaram pela reconstrução
com implantes entre 1994 e 2016. Monitorando os casos em até 12 anos após a
cirurgia, eles consideraram dois fatores: a estética dos seios e a rejeição do
corpo ao implante. Os resultados confirmaram sua teoria, e os níveis de
satisfação das pacientes permaneceu em um nível alto, avaliadas numa escala de
pontos de 0 a 5.
A aparência, claro, é uma preocupação por parte de
muitas mulheres, por conta da fama de aparência ‘falsa’ do silicone, mas a
cirurgiã assegura que é uma preconcepção. “Escolhendo uma prótese anatômica com
um tamanho proporcional ao corpo, ela aparenta ser totalmente natural. Vai da
decisão da paciente.”
Marques destaca, porém, que em qualquer um desses
casos é necessária uma avaliação conjunta entre o oncologista e o cirurgião
plástico, e que ambos estejam de acordo sobre a condição da paciente de passar
por um processo cirúrgico. “Passando por todos os testes e sendo liberada para
o procedimento, é possível fazer uma reconstrução de sucesso,” finaliza.
Doutora Patricia Marques - CRM- SP
146410 - graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,
com especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital
Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de
mama, cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em
NY, EUA.
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